tag:blogger.com,1999:blog-49535923278394229702024-03-09T18:46:20.471-08:00VOTO ZEROA Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.Unknownnoreply@blogger.comBlogger4535125tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-45484780977678074802017-08-16T04:48:00.003-07:002017-08-16T04:48:47.783-07:00CANDIDATURAS AVULSAS OU INDEPENDENTES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para CANDIDATURA INDEPENDENTE" class="irc_mi" height="413" src="http://www.politize.com.br/wp-content/uploads/2016/08/candidatura-avulsa.png" style="margin-top: 0px;" width="640" /><br />
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<b>ZERO HORA 16 de Agosto de 2017. ARTIGOS <br /><br /> <br /> ANTÔNIO AUGUSTO MAYER DOS SANTOS </b><br /> <br /><br /> As candidaturas a cargos eletivos no Brasil são exclusivamente partidárias. Mesmo que esse assunto seja inteiramente regulamentado (a nosso ver em demasia), o Brasil é um caso histórico e indisfarçado de subdesenvolvimento partidário. Agremiações surgem e desaparecem ao sabor de circunstâncias ou necessidades ditadas pelo poder. A debilidade do sistema é alarmante. Daí as propostas formuladas no Congresso Nacional a favor das candidaturas apartidárias ou avulsas serem válidas.<br /><br /> Todas questionam conceitos tradicionais tidos e havidos como intocáveis que se encontram mumificados desde a década de 40 do século passado. Suas justificativas são pertinentes. Afinal, a rotatividade no poder seguirá ininterrupta. Governantes e legisladores continuarão sendo sufragados periodicamente. Contraditórios, desacreditados, desagregados internamente e envoltos em escândalos praticamente incessantes, a maioria dos partidos brasileiros não instrumentaliza eficazmente o princípio democrático que lhes é atribuído. Mesmo diante de índices drásticos de rejeição, negligenciam reinventar-se. Estão voltados principalmente para a preservação do mercado político-eleitoral. Giram em torno de si próprios. Não captam as demandas sociais mais latentes.<br /><br /> Embora os partidos sejam relevantes para a legitimação do poder estatal, o palco democrático comporta a presença de outros partícipes para atuar na cena política, tais como entidades e instituições. Assumir um mandato sem filiação partidária não é circunstância que desnature a legitimidade do eleito. Expressiva parcela do mundo civilizado funciona assim. Por quê? Porque eficiência e resolutividade são atributos próprios do mandatário e que obviamente independem da partidarização.<br /><br /> Não se trata de pregar a abolição dos partidos ou torná-los decorativos. Longe disso. A motivação inata das propostas é pela inclusão e não exclusão de candidaturas. Todas introduzem novos conceitos para a representação popular. A realidade brasileira, tanto na sua dimensão social quanto na política, para reagir à mesmice dominante, necessita ?revigorar os partidos e, ao mesmo tempo, permitir a expressão eleitoral de forças que não se sentem representadas no atual sistema partidário? (PEC nº 41/11).<br /><br /> <br /> Advogado e professor de Direito Eleitoral<br />
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA</b> - Totalmente a favor da candidatura avulsa ou independente, diante do descrédito nos partidos políticos, das suspeitas de envolvimento dos partidos com as máfias corruptas e corruptoras, das atividades imorais e corrupta dentro dos partidos para atender objetivos de poder e verbas públicas, e da prática dos partidos de aliciar, de aparelhar instituições, de submeter empresas públicas e de transformar seus filiados em funcionários a serviço do interesse partidário e corporativo em detrimento dos deveres de representar o povo, de fiscalizar os poderes e de legislar em defesa do povo. <br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-55193486699018867492017-08-02T03:29:00.001-07:002017-08-02T03:29:05.866-07:00OS GOVERNOS E SEUS POTENCIAIS DE ESTRAGO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoQXAqW65qG2mX0ViHDA7QVz6mG_lLAijTlF0fre56Yvo5NNq5UHCU1kX34Y5JyrQSebT7U6XQERiUxC4e5udSnEe2msrsUZjN8XV6ou2oqWqaOJX_JLd2Mj0GKVQECAkbYRTlkiua0Zw/s1600/brasil_falido-caos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="445" data-original-width="800" height="355" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoQXAqW65qG2mX0ViHDA7QVz6mG_lLAijTlF0fre56Yvo5NNq5UHCU1kX34Y5JyrQSebT7U6XQERiUxC4e5udSnEe2msrsUZjN8XV6ou2oqWqaOJX_JLd2Mj0GKVQECAkbYRTlkiua0Zw/s640/brasil_falido-caos.jpg" width="640" /></a></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-84894059818647776712017-08-01T11:47:00.000-07:002017-08-01T11:47:44.928-07:00POR QUE NINGUÉM BATE PANELA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b></b><img alt="Resultado de imagem para BATER PANELA" class="irc_mi" height="400" src="http://www.pavablog.com/wp-content/uploads/2015/08/panelasprotesto.jpg" style="margin-top: 0px;" width="640" /><br />
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<b>ZERO HORA 29 de Julho de 2017 <br /><br /><br />PAULO GERMANO <br /><br /> <br /><br /> Estávamos, eu e minha mãe, falando mal do Michel Temer, o café preto fumegando à minha frente e a fatia de pão descansando no pires, então perguntei por que, na opinião dela, as manifestações cessaram depois que Dilma caiu. </b><br /><br /> <b>A resposta da mãe congelou meu café, deixou a manteiga do pão rançosa e empedrou o bolo de chocolate que repousava no centro da mesa. Ela não disse que o povo cansou. Nem que as pessoas só odeiam o PT. Nem que a indignação arrefeceu, nem que a corrupção importa pouco. Ela disse assim: <br /><br /> ? Não me sinto convocada. <br /><br /> Minha mãe não se sente convocada. <br /><br /> Entenderam isso? </b><br /><br /> Ela quer protestar, mas não tem protestos. Quer se manifestar e gritar e se embrenhar nas multidões, mas ninguém convoca essas multidões. E as multidões estão furiosas, é mentira que o povo cansou, essas multidões indignadas existem e minha mãe faz parte delas, mas, por favor, não vá esperar que uma senhora de 64 anos, sem o menor poder de mobilização, sem sequer saber criar um evento no Facebook, seja catalisadora de multidões. Não será. <br /><br /> Esse catalisador de multidões é o que Elias Canetti chamava de cristal de massa ? uma metáfora que ele buscou na química, sua área de estudo na universidade, para mostrar como as massas se aglutinam. Primeiro: não existe manifestação de massa espontânea. Pode haver um protestinho espontâneo aqui, uma panelinha batendo lá, mas uma manifestação de massa, daquelas gigantescas que ameaçam o status quo e arrepiam a espinha de um presidente, essa aí precisa do cristal de massa. É ele que percebe os anseios, receios, medos e esperanças de indivíduos dispersos ? como a minha mãe ?, depois agrupa esses indivíduos e dá sentido àquela massa. <br /><br /> O último cristal de massa brasileiro foi o MBL, principal organizador das manifestações pelo impeachment de Dilma. Depois que a presidente caiu, líderes do movimento passaram a ocupar cargos públicos, eletivos e comissionados, em uma série de cidades país adentro. Quer dizer: o MBL aderiu ao status quo. <br /><br /> Aqui jaz um cristal de massa. <br /><br /> Que cristal de massa existe hoje pedindo a saída de Temer? PT, CUT, UNE, MST? Essa turma se acostumou de tal forma aos mecanismos de cooptação do governo anterior, que se inviabilizou como representante de massas ? viraram grupos estéreis, incapazes de liderar qualquer convergência de maior proporção. Não temos mais a UNE do Fora Collor, nem o PT das Diretas Já, nem a UDN contra Getúlio, nem o Brizola da Legalidade, nem o Movimento Passe Livre de 2013. <br /><br /> Sem um cristal de massa, qualquer estopim para a rebelião nas ruas, qualquer novo fato que confirme a bandalheira desse governo claudicante não é aproveitado ? não serve de gatilho para a revolta de uma massa, ainda que os indivíduos dispersos, como a minha mãe, estejam sedentos por dizer ?basta?. Nenhum presidente cai sem o clamor das ruas. E nenhum clamor se materializa sem um cristal de massa para conduzi-lo. <br /><br /> Portanto, se alguém aí estiver articulando um protesto contra Michel Temer, que faça logo. Multidões vão apoiar, tenho certeza, só que o tempo é curto. Vamos logo, por favor, minha mãe aguarda aflita. <br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-2102901766358589812017-07-25T03:21:00.001-07:002017-07-25T03:21:43.610-07:00A DEMOCRACIA TOTALITÁRIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJUkp6Uvle06I0c9YrjHnGelKCqsCeTXFG1mW9Ivr4aUbx-7fBXaANlMe4Bp0sFcLRBMbV-N254kz4t-UExNYiDozD5JjLMxE-uLawy8DHIQuSA2w3iu79RKaEUSdpgCyXhu80hK_gIXA/s1600/libertad-democratica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="404" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJUkp6Uvle06I0c9YrjHnGelKCqsCeTXFG1mW9Ivr4aUbx-7fBXaANlMe4Bp0sFcLRBMbV-N254kz4t-UExNYiDozD5JjLMxE-uLawy8DHIQuSA2w3iu79RKaEUSdpgCyXhu80hK_gIXA/s320/libertad-democratica.jpg" width="269" /></a></div>
<br /><br /><b>ZERO HORA 25 de julho de 2017 | N° 18906. ARTIGO<br /><br />DENIS LERRER ROSENFIELD</b><br /><br /><br /><br />Lula, a despeito de sua condenação em primeira instância, está dando sucessivas mostras de que não estaria disposto a seguir nenhuma decisão judicial. O seu partido multiplica manifestações com o intuito de criar uma pressão popular que possa, inclusive, redundar em uma crise institucional. Seus advogados nem se preocupam com argumentos jurídicos, mas fazem tão somente o trabalho da repercussão política.<br /><br />Petistas e simpatizantes estão divulgando a tese de que as urnas deveriam julgar o ex-presidente, como se o arcabouço legal e constitucional do país não valesse. Criminosos, em um regime constitucional, devem ser julgados por tribunais e não por processos eleitorais. Há, nessa tese, uma concepção política embutida, a de que a soberania popular seria ilimitada, sendo, portanto, capaz de julgar, não sofrendo nenhuma delimitação propriamente constitucional. A democracia constitucional, representativa, cessaria de valer quando submetida a uma eleição.<br /><br />O que o ex-presidente e o PT estão veiculando é uma ideia de democracia totalitária. O termo foi cunhado por um célebre cientista político inglês, J. L. Talmon, em seu livro Origens da Democracia Totalitária. Segundo ele, tratar-se-iam de regimes políticos baseados na ideia da vontade ilimitada do povo, sendo a lei completamente suprimida face ao exercício dessa vontade caracterizada pela ausência de limites. A lei, assim como a Constituição, pelo contrário, cria limitações, colocando travas a qualquer ação política e à atuação institucional dos diferentes poderes. Ela é a base da democracia representativa.<br /><br />Regimes totalitários tiveram apoio do “povo”, de modo que as Constituições então vigentes naqueles países foram completamente subvertidas. Um exemplo atual é o da Venezuela, que, sob Chávez, seguiu à risca tal concepção, mediante eleições sistemáticas que o alçaram à condição de líder-mor. Graças a essa ilimitação da vontade popular, em diferentes referendos, as instituições representativas foram sendo abolidas. Presenciamos, então, uma subversão da democracia por meios democráticos.<br /><br />Não esqueçamos que Lula chegou a dizer que a Venezuela tinha excesso de democracia, e não falta. A atual presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, acaba de oferecer seu apoio ao ditador Maduro. Os resultados estão aí, com aquele país sendo refém de um “presidente” que abdica, mesmo, de processos eleitorais, privilegiando a violência enquanto modo de governo. Devemos aprender com tais declarações e exemplos!<br /><br />O colunista escreve às terças-feiras neste espaço<br /><br /><a href="mailto:Professor%20de%20Filosofia%20denisrosenfield@globo.com">Professor de Filosofia <br /><br /></a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-63058576173256189272017-06-07T06:11:00.001-07:002017-06-07T06:11:43.326-07:00O POLÍTICO DA INSEGURANÇA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img height="360" src="http://www.osul.com.br/wp-content/uploads/2017/06/policial-870x490.jpg" width="640" /></div>
<i>A força policial trabalha de forma árdua, mas, não raras vezes, nem sequer tem apoio da sociedade, que deveria aplaudir os que arriscam a vida para nos defender. (Foto: Reprodução)</i><br />
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<b>O SUL 07/06/2017</b></div>
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<b>O "POLÍTICO" DA INSEGURANÇA </b><br />
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<b><br /><br />Fabio Steren</b></div>
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<b><br /></b><br /><br />Não deveria ser preciso ler um artigo como este para saber da triste realidade da insegurança com a qual somos obrigados a viver todos os dias. Frequentemente ouvimos histórias de amigos e parentes relatando situações de criminalidade que, banalmente, acabaram de viver, e me refiro aos afortunados que ainda têm a oportunidade de contar. O que aconteceu com a nossa Porto Alegre? Como chegamos a esse terrível patamar de insegurança que nos assola e nos situa entre as capitais mais violentas do mundo?<br /><br />Claro que fica fácil dizer que todos são culpados. Não basta chamar os criminosos de “vítimas da sociedade”; é preciso lembrar que o compromisso e a mobilização deveriam existir entre todos os responsáveis, para que tenhamos uma cidade mais livre e segura. Infelizmente esse sentimento não existe.<br /><br />A força policial trabalha de forma árdua, mas, não raras vezes, nem sequer tem apoio da sociedade, que deveria aplaudir os que arriscam a vida para nos defender.<br /><br />Nas leis, os criminosos têm mais direitos do que deveres. A Justiça, muitas vezes, precisa cumprir a legislação sem considerar o que é certo ou errado moralmente. Ora, onde está o nosso direito de ir e vir? Onde está a segurança que garanta nossa liberdade? Por que no Brasil o certo é o inverso?<br /><br />A falta de compromisso dos governantes está em todos os jornais. Pensam no seu quinhão. Onde estão os 50% dos impostos que deveriam garantir a segurança, a educação e a saúde?<br /><br />Em vez de tomar as medidas necessárias para combater a criminalidade, temos como resultado a omissão por conta do barulho que os defensores dos criminosos fazem.<br /><br />E o cidadão de bem, observador das leis? Quem olha por eles?<br /><br />É preciso esclarecer que no Brasil vivemos uma falsa democracia, e que cada vez mais estamos caminhando para a diminuição das nossas liberdades.<br /><br />Nas eleições de 2018, voltaremos a ver as mesmas e antigas promessas políticas de combate à insegurança. Mas você aí, se sente livre e seguro?</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-84340263212505772862017-05-08T03:22:00.000-07:002017-05-08T03:22:20.539-07:00REFORMA POLÍTICA URGENTE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4iCFW5yL8Sxh7tEz7_IvLW8gE0T2KeNb7CucYpN3wvKFt2cT4QMyGPaFzoaPuUjaAHEPHnnYzII9iujH8o20bKiu1oO487-SmI8GHfopzF207fb6w1epBPqnvyqIcGXG1fb2orzF2cXA/s1600/reforma_politica1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4iCFW5yL8Sxh7tEz7_IvLW8gE0T2KeNb7CucYpN3wvKFt2cT4QMyGPaFzoaPuUjaAHEPHnnYzII9iujH8o20bKiu1oO487-SmI8GHfopzF207fb6w1epBPqnvyqIcGXG1fb2orzF2cXA/s320/reforma_politica1.jpg" width="320" /></a></div>
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<b>ZERO HORA 08 de maio de 2017 | N° 18839. ARTIGO</b><div>
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<b>REFORMA URGENTE, POR CLÁUDIO BRITO*</b><br /><br /><br /><br />Não vou propor que acelerem as votações e aprovem logo a terrível reforma previdenciária. Muito menos defenderei que agilizem a aprovação da nova proposta de legislação trabalhista. Ambas exigem muito mais debates que os poucos até aqui realizados. São projetos castradores de direitos, mesmo que seus defensores jurem o contrário. Não que não se deva pretender inovação e avanços, mas o visto até aqui é uma calamidade. Então, que se examine muito bem cada dispositivo projetado, para não apresentarem depois um monstrengo ao exame final do Supremo Tribunal Federal.<br /><br />A reforma para a qual reclamo urgência é a política. Precisamos que tudo esteja aprovado até outubro, um ano antes da próxima eleição, ou de nada adiantará um novo padrão legal para nossos partidos e seus candidatos, a não ser para 2020. Votação em lista? Voto distrital? E quais serão as regras para o financiamento das campanhas? Haverá reeleições possíveis? Cláusulas de barreira ou de desempenho? Fiquei feliz há poucos dias, quando, em meio ao estrépito da Lava-Jato e outras notícias em torno do prende e solta do STF, escapou uma informação de que foram dados alguns passos no rumo de um texto claro e desejável para uma reforma política. Foi constituída uma nova comissão na Câmara Federal, presidida pelo peemedebista Lúcio Vieira Lima, da Bahia, tendo como relator o petista Vicente Cândido, de São Paulo.<br /><br />Desmentidos os boatos de um adiamento das eleições, dois pontos foram confirmados pelo novo relator: a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais. Se ficarmos apenas com essas medidas, já teremos avançado muito, pois são providências suficientes para impedir o toma lá dá cá das negociações de cargos, empregos e ataques aos orçamentos em troca de apoios que ajudam a desenhar o quadro horrendo que pretendemos apagar para sempre. Quero crer nisso e defendo a ideia de extrema urgência na mudança que mais faz falta, a que só a reforma política produzirá.</div>
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<br /><br />Jornalista </div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-33075263168314964342017-03-30T04:02:00.000-07:002017-03-30T04:04:56.807-07:00TRIBUNAIS DO FAZ DE CONTA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Resultado de imagem para TRIBUNAIS DO FAZ DE CONTA" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23167443.jpg?w=640" height="426" width="640" /></div>
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<b>ZERO HORA 30 de março de 2017 | N° 18806<br /><br /><br />EDITORIAIS</b><br />
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Passada a primeira e desagradável impressão de que basta mexer em qualquer órgão público para a corrupção aparecer, a investida da Polícia Federal no Tribunal de Contas e na presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro evidencia uma outra mazela nacional: o aparelhamento político dos órgãos fiscalizadores. Nada pode ser mais eloquente para demonstrar os danos dessa política de compadrio nas instituições do que o fato de cinco dos sete conselheiros do TCE fluminense, incluindo seu presidente, terem sido alvo de prisão temporária. Prova de que, na prática, uma nomeação para esses tribunais, muitas vezes, traz ganhos consideráveis aos contemplados, sob a forma de salários e aposentadorias elevados, entre outras benesses, e apenas prejuízo para a sociedade.<br />
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O agravante, como se constata agora é que, além de serem favorecidos com um cargo vitalício de assessoria ao Legislativo, os beneficiados nem sequer cumpriam com suas obrigações mínimas. Entre elas, está a fiscalização das contas do Executivo, que no caso do Rio foram aprovadas mesmo quando os sinais de descontrole já eram evidentes, e de contratos e licitações em relação aos quais faziam vista grossa.<br />
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O país só tem razões para se preocupar quando integrantes de algumas de suas instituições deixam de lado o seu papel de fiscal para perseguir vantagens indevidas. No caso dos TCEs, ninguém ignora que, muitas vezes, acabam se transformando em cortes de faz de conta, pois seus membros – com exceção dos auditores de carreira – são pessoas indicadas pelos próprios governantes, na maioria das vezes amigos e correligionários.<br />
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Assim, viram órgãos totalmente políticos em vez de técnicos. Diante dessa fiscalização viciada, não há como fazer funcionar regras como a Lei de Responsabilidade Fiscal, que deveria frear gastos descontrolados e desvios dos administradores.<br />
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<br /><br /><b>RBS BRASÍLIA | Carolina Bahia<br /><br /><br />Quando o fiscal é corrupto</b><br /><br /><br />O escândalo envolvendo os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, infelizmente, não surpreende e tudo indica que está longe de ser um fato isolado. Afinal, como seria possível o desvio de recursos públicos em tantas obras, envolvendo o governo do Estado, sem o envolvimento de quem deveria fiscalizar? E a prisão de cinco conselheiros do TCE/RJ, com base na delação de Jonas Lopes, ex-presidente do próprio tribunal, é apenas o começo. Mais cedo ou mais tarde, também esses conselheiros acusados de corrupção vão contar o que sabem, expondo as entranhas das relações espúrias entre a cúpula do TCE, políticos e empresas. Será um mapa do crime, que servirá como modelo para as investigações da Polícia Federal em outros Estados daqui por diante. É uma excelente oportunidade para que o país discuta o critério de escolha dos integrantes dos tribunais. As indicações políticas, assim como os apadrinhamentos, deveriam ser eliminadas. Conselheiro de TCE ou ministro do TCU deveria ser cargo técnico, independente de compromissos partidários. Já seria um bom começo.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-29711486094781459212017-03-28T03:36:00.000-07:002017-03-28T03:36:31.472-07:00DIÁRIAS DE VEREADORES DO RS EM 2016 TEVE UM CUSTO DE 14 MILHÕES DE REAIS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIsoD0KFEN5DaIzlx-xEJMKsOUDoYI4X72YWtgf5fSl8nnfnHyTyBTKPPGN8O0eVr3VJtSN1-xIlCsGBFIwOGBqAGLzHXehvOgAcmQJzaMONcMfru3oGvIp37fA-onN_qkNOADrD0B2RU/s1600/vereador_estudante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIsoD0KFEN5DaIzlx-xEJMKsOUDoYI4X72YWtgf5fSl8nnfnHyTyBTKPPGN8O0eVr3VJtSN1-xIlCsGBFIwOGBqAGLzHXehvOgAcmQJzaMONcMfru3oGvIp37fA-onN_qkNOADrD0B2RU/s400/vereador_estudante.jpg" width="400" /></a></div>
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ZERO HORA - 28 de março de 2017 | N° 18804<div>
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<br />GIOVANI GRIZOTTI</div>
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<br />POLÍTICA. Gasto com diárias nas Câmaras do RS foi de R$ 14 milhões em 2016</div>
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<b>LEVANTAMENTO DO MP DE CONTAS</b> mostra que municípios do Interior tiveram os maiores custos<br /><br />Conforme levantamento do Ministério Público de Contas (MPC), as Câmaras de Vereadores das 497 cidades gaúchas custaram juntas, no ano passado, mais de R$ 895 milhões aos cofres públicos. Só em diárias, foram R$ 14 milhões, revelou ontem reportagem do RBS Notícias, da RBS TV.<br /><br />O estudo aponta o ranking de gastos com diárias. O Legislativo de São Gabriel é o campeão. Consumiu R$ 264 mil – um vereador chega a receber um salário mínimo e meio para participar de curso de quatro dias em Porto Alegre. Ao pesquisar no site do Tribunal de Contas do Estado, a reportagem descobriu casos de parlamentares não reeleitos que fizeram cursos depois da eleição de outubro, mesmo sabendo que o mandato terminaria em poucas semanas. Caio Rocha (PP), por exemplo, recebeu R$ 1,4 mil para frequentar um simpósio em novembro na Capital.<br /><br />– Não sou (candidato) agora (em 2016), mas posso ser na próxima (eleição) – justifica Rocha.<br /><br /><b>FISCALIZAÇÃO PODE EVITAR DISTORÇÕES</b><br /><br />Para o procurador-geral do MPC, Geraldo da Camino, os cidadãos devem acompanhar mais de perto a preparação do orçamento das Câmaras, podendo evitar desembolsos excessivos:<br /><br />– Esses gastos ocorrem porque a população não se atenta à fiscalização da execução do orçamento. O controle social é o mais importante e o mais legítimo.<br /><br />O presidente da União dos Vereadores do RS (Uvergs), Silomar Garcia, também afirma que cidadãos não costumam participar das audiências para discutir os gastos:<br /><br />– Sabemos que existe discrepância, distorção dos valores, mas a comunidade também é culpada. A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê audiências públicas para debater a elaboração do orçamento, e a comunidade não comparece.<br /><br />A fiscalização poderia evitar distorções como a verificada em Triunfo. Com nove vereadores e uma sessão por semana, a Câmara custou R$ 9,7 milhões no ano passado, a maior parte com cargos de confiança (CCs). É mais do que o total de gastos do hospital da cidade, que atendeu no mesmo período quase 29 mil pessoas e corre o risco de fechar por falta de recursos. O presidente da Câmara, Marcelo Wadenphul (PMDB), promete reduzir os dispêndios em 2017:<br /><br />– A gente pretende devolver em torno de R$ 2 milhões este ano. Já foram devolvidos R$ 300 mil e assinamos a devolução de outros R$ 600 mil.<br /><br />Hoje, há mais de 40 CCs na Câmara de Triunfo. O próprio presidente não consegue lembrar, com exatidão, quantos assessores tem.<br /><br />– Se não me falha a memória, acho que são seis. Cinco. Acho que é por aí – afirma Wadenphul.<br /></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-64684351631540723382017-03-25T12:35:00.000-07:002017-03-25T12:40:46.741-07:00A ARMADILHA DA LISTA FECHADA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<b></b><img alt="Resultado de imagem para lista fechada CHARGE" height="426" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23154792.jpg?w=1200&h=630&a=c" width="640" /><br />
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ZERO HORA 25 de março de 2017 | N° 18802<br /><br /><br /><br />EDITORIAL</b><br />
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O ex-ministro do STF Ayres Britto diz que o modelo de lista fechada é incompatível com a Constituição e equivale a substituir a democracia pela partidocracia.<br />
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Adotado por cerca de 30 países no mundo, o modelo eleitoral da escolha por lista fechada, pelo qual os eleitores votam nos partidos políticos em vez de escolherem candidatos avulsos como ocorre atualmente no Brasil, cabendo às legendas predefinir a ordem dos votados, passou a ser defendido com fervor pelos investigados na Lava- Jato. Fora desse contexto, o sistema do voto em lista até faria sentido, para fortalecer e assegurar maior coerência ideológica aos partidos. No momento atual, porém, a proposta de mudança para esse sistema – não por acaso defendida pelos presidentes da Câmara e do Senado – soa como um escancarado movimento de autodefesa de quem teme a investigação. Além disso, o modelo facilitaria a reeleição dos atuais parlamentares, evitando a perda de prerrogativa de foro de alvos da Lava-Jato.<br />
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Nesta semana, em entrevista à GloboNews, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto desmascarou de vez a manobra capitaneada por lideranças do Congresso. Afirmou que o sistema é incompatível com o modelo constitucional brasileiro e que equivale a substituir a democracia pela partidocracia. O jurista argumenta que o voto previsto pela Constituição é “direto, secreto, universal e periódico”, no candidato e não no partido. Por fim, advertiu que o modelo favorece o chamado “caciquismo” e não se constitui em boa prática.<br />
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Há opiniões divergentes respeitáveis sobre o tema, como a do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que prefere a lista fechada ao sistema atual. Ele lembra que o voto nominal também acaba sendo computado para a legenda e pode garantir a eleição indireta de candidatos que o eleitor nem sequer conhece. Na sua visão, o sistema de lista fechada também tornaria menos onerosas as campanhas eleitorais.<br />
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O debate é oportuno, pois o país tem urgência em definir regras para a eleição de 2018, que já se avizinha. Mas dois aspectos da realidade têm que ser considerados nesta discussão: a descrença da população nos partidos e nos próprios políticos e a expectativa dos brasileiros de que os envolvidos na corrupção investigada pela Operação Lava-Jato não ficarão impunes. A lista fechada não pode ser utilizada para tornar sem efeito a lista de Janot.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-43381145557747844092017-03-24T03:09:00.000-07:002017-03-24T03:09:50.186-07:00ABUSO DE PODER<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Resultado de imagem para poder abuso" src="https://s2.glbimg.com/p1pVnaoCIcr_w3K53Ao-vSgjctk=/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo1/f/original/2017/03/24/corrupcao-1.jpg" /></div>
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ZERO HORA 24 de março de 2017 | N° 18801<br /><br /><br />DAVID COIMBRA</b><br /><br /><br /><br />Há muita gente preocupada com o que chamam de “abuso de poder”, no Brasil. Gente como Renan Calheiros, Sarney, Lula, Dilma, Cunha, Jucá, entre outros. Todos eles, curiosamente, poderosos.<br /><br />Eu aqui não tenho poder algum, mas também me preocupo com o abuso de poder.<br /><br />Por exemplo:<br /><br />O poder de nomear apaniguados para diretorias de grandes empresas estatais e órgãos de fiscalização.<br /><br />O poder de beneficiar empreiteiras em obras do Estado.<br /><br />O poder de afastar do caminho fiscais que estejam fazendo o seu serviço corretamente.<br /><br />O poder de comprar e vender medidas provisórias.<br /><br />O poder de usar dinheiro do contribuinte para financiar blogs de propaganda política.<br /><br />O poder de governantes se associarem a empresários para que ambos se locupletem com recursos do Estado.<br /><br />Isso, de fato, é abuso de poder.<br /><br />Sempre se abusou do poder no Brasil. Sempre se disse que esses poderosos jamais seriam alcançados pela lei, que eles podiam fazer o que quisessem, que no Brasil valia tudo para quem tinha dinheiro e... poder.<br /><br />Mas agora é diferente. Agora, os poderosos também estão respondendo pelos seus atos. É a isso, a essa responsabilização, que esses poderosos chamam de “abuso de poder”.<br /><br />Outros, nem tão poderosos, fazem coro. Também acham que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça praticam abuso de poder. Compreensível. A ideia de que todos são iguais diante da lei ainda é chocante no Brasil, um país em que os maiores valores são, precisamente, dinheiro e poder.<br /><br />Observe como o país reagiu à Operação Carne Fraca. Só o que se fala é nas exportações, nas vendas da carne brasileira. Ou seja: no dinheiro que a carne gera.<br /><br />E a saúde das milhares, talvez milhões de pessoas que se alimentaram com carne estragada durante tanto tempo?<br /><br />Nós entrevistamos, no Timeline, o fiscal que fez a denúncia desencadeadora da operação. Entre outras revelações, ele contou que esse escândalo ocorre há mais de 10 anos, que os antigos ministros da Agricultura sabiam do que acontecia e que, em muitos casos, a carne podre ficava mergulhada em produtos químicos por 30 horas para ganhar aparência saudável no supermercado.<br /><br />Você comeu essa carne. Os seus filhos comeram.<br /><br />O que pode ter ocorrido com sua saúde e a de seus filhos, com a saúde de multidões de brasileiros que se alimentaram com esse veneno por mais de 10 anos?<br /><br />Por que ninguém nem sequer especula sobre isso?<br /><br />Por que só se fala nas exportações e no que as empresas vão perder com as denúncias?<br /><br />Porque, no Brasil, o dinheiro é mais importante. O poder é mais importante.<br /><br />Eles têm dinheiro. Eles têm poder. Eles abusaram do poder. E só o que querem é continuar abusando.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-40145739759551087822017-03-07T02:30:00.000-08:002017-03-07T02:36:54.228-08:00MANDATOS SOB SUSPEIÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Resultado de imagem para MANDATOS SOB SUSPEIÇÃO" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23101082.jpg?w=640" /></div>
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ZERO HORA 07 de março de 2017 | N° 18786<br /><br /><br />EDITORIAIS</b><br />
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Depois de ouvir executivos e ex-executivos da Odebrecht sobre as doações irregulares para a última campanha presidencial, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, promete finalizar o relatório que trata da impugnação da chapa Dilma/Temer ainda no primeiro semestre deste ano. As informações vazadas dos depoimentos praticamente desfazem a tese da separação de campanhas e apontam para uso de dinheiro ilícito por ambos os candidatos, o que, em tese, significa perda dos direitos políticos para a ex-presidente Dilma e cassação do mandato do presidente Michel Temer. Mas os recursos possíveis e os prazos legais indicam que o processo não será concluído antes de Temer deixar o cargo, no final de 2018. Neste caso, o processo será extinto.<br />
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O relator tem pressa de apresentar seu voto ao plenário do TSE, pois seu mandato termina em outubro deste ano e ele não poderá ser reconduzido. Porém, mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral conclua o julgamento em 2017, os acusados poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Considerando-se a conhecida sobrecarga da Corte Suprema, dificilmente haverá tempo hábil para o trânsito em julgado até o final de 2018.<br />
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Caso todos os trâmites fossem agilizados e houvesse um desfecho antes do final do mandato de Michel Temer, o país se veria diante de uma situação ainda mais complicada: um novo presidente teria que ser eleito em 30 dias, de forma indireta, pelo Congresso Nacional. E muitos dos atuais deputados e senadores, como se sabe, estão sob investigação e seus nomes devem figurar na nova lista do procurador- geral da República, Rodrigo Janot.<br />
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O recrudescimento da crise política, motivado pelos recentes depoimentos de agentes da corrupção na Operação Lava-Jato e no TSE, deixa o país em sobressalto exatamente no momento em que a economia dá tênues sinais de recuperação. Por enquanto, é impossível vislumbrar uma saída satisfatória para o imbróglio, mas ninguém pode ter dúvidas de que o país só terá um futuro digno se continuar sendo passado a limpo.<br />
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA -</b> TRANSITAR EM JULGADO AS FRAUDES ELEITORAIS COM A MÁXIMA URGÊNCIA É GARANTIR CONFIANÇA NA JUSTIÇA E NA LISURA DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, IMPEDINDO QUE PARTIDOS E POLÍTICOS CORRUPTOS SE CANDIDATEM E SE MANTENHAM NA VIDA PÚBLICA PARA DRENAR O PAÍS...</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-85179420592016039632017-01-22T03:31:00.001-08:002017-01-22T03:31:28.350-08:00ESTADOS UNIDOS PRIMEIRO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjaLCfqQQV2Xzs90AgfqfYmxZlYGGprq_Kik1sxmKs-kWmw1IjubocY05jzZ2IrITqnHckgR-sNlHizCF7sO3xLDuKrHjmQU9qrCOiMIM_DYMXOwhdNEE3dKHPQ79-K9ZPC91cwTwxSqQ/s1600/Trump+EUA+primeiro+ZH+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjaLCfqQQV2Xzs90AgfqfYmxZlYGGprq_Kik1sxmKs-kWmw1IjubocY05jzZ2IrITqnHckgR-sNlHizCF7sO3xLDuKrHjmQU9qrCOiMIM_DYMXOwhdNEE3dKHPQ79-K9ZPC91cwTwxSqQ/s400/Trump+EUA+primeiro+ZH+capa.jpg" width="400" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 21 de janeiro de 2017 | N° 18748<br /><br /><br />TRUMP REAFIRMA "EUA PRIMEIRO"</b><br /><br /><br />Com um discurso marcado por um forte tom protecionista, o magnata do setor imobiliário Donald Trump prestou juramento ontem como o 45° presidente dos Estados Unidos e anunciou que todas as decisões de Washington serão orientadas a priorizar o país.<br /><br />– A partir deste dia, uma nova visão governará nossa pátria. A partir deste dia, os Estados Unidos vêm primeiro – disse Trump em seu discurso de 20 minutos.<br /><br />O altivo ex-astro de reality show sem qualquer experiência política assumiu as rédeas da primeira potência mundial das mãos do democrata Barack Obama.<br /><br />Trump, que pretende deportar até 4 milhões de migrantes ilegais com ficha criminal e construir um muro nos 3,2 mil quilômetros de fronteira com o México, também enumerou em seu discurso “duas regras simples: compre (produtos) americanos e empregue (funcionários) americanos”. Foi aplaudido várias vezes por milhares de simpatizantes vindos de todo o país.<br /><br />Antes e depois da cerimônia de posse, centenas de manifestantes anti-Trump entraram em confronto com a polícia no centro de Washington. Eles atiraram projéteis, quebraram vidraças e foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo.<br /><br />– A cerimônia de hoje (sexta-feira) tem um significado muito especial porque não estamos meramente transferindo o poder de um governo a outro, de um partido a outro. Estamos transferindo o poder de Washington e devolvendo-o a vocês, o povo – disse o septuagenário Trump à multidão.<br /><br />Ele lamentou que o país “enriqueça as indústrias estrangeiras” e “subsidie exércitos estrangeiros”.<br /><br />– Defendemos as fronteiras de outros países, enquanto nos negamos a defender as nossas. Devemos proteger nossas fronteiras dos estragos de outros países que fabricam nossos produtos, roubam nossas empresas e destroem nossos empregos – acrescentou o presidente.<br /><br />Na cerimônia de posse, celebrada nas escadarias em frente ao Capitólio, sede do Congresso americano, também prestou juramento mais cedo o novo vice-presidente, Mike Pence.<br /><br />A vitória de Trump, que deixou o planeta atônito, está ancorada sobretudo nos votos de uma classe trabalhadora branca que desconfia dos políticos tradicionais e que sente que a globalização a prejudicou, transferindo empregos para outros países.<br /><b><br />NA PÁGINA DO EXECUTIVO, AMEAÇA DE RETIRADA DO TPP E DO NAFTA</b><br /><br />Em um documento publicado na página da Casa Branca na internet, Trump anunciou que retirará os Estados Unidos da Aliança Transpacífico (TPP, na sigla em inglês, formado por 12 países, como Chile, México e Peru, que respondem por 40% da economia mundial) e que foi assinado em fevereiro, mas ainda não foi ratificado. Também ameaçou abandonar o acordo de livre comércio com o México e o Canadá (Nafta). “Se nossos parceiros se recusarem a uma renegociação que ofereça aos americanos um tratamento justo, então o presidente comunicará a decisão dos Estados Unidos de se retirar do Nafta”, acrescentou o texto.<br /><br />O México observa o bilionário nova- iorquino com inquietação. Suas políticas já lhe custaram milhões em investimentos empresariais não materializados e poderiam arrastar o país para uma recessão.<br /><br />O gabinete de Trump é o mais branco e o mais rico em décadas. Tem um único negro e, pela primeira vez em quase 30 anos, nenhum hispânico, o que lhe rendeu fortes críticas da principal minoria do país, com mais de 55 milhões de pessoas (17% da população). A ausência de hispânicos no gabinete não é surpreendente para um presidente que promete tomar medidas duras contra a minoria.<br /><br />Trump também poderia voltar atrás na aproximação com Havana, impulsionada por Obama, e tudo indica que será mais agressivo com a Venezuela.<br /><br />Milhares de pessoas se manifestaram pacificamente, mas também houve protestos violentos e confrontos com a polícia. Pouco antes, dezenas de manifestantes, muitos encapuzados e vestidos de preto, atiraram pedras, quebraram vitrines de várias lojas, incluindo uma cafeteria Starbucks, uma agência do Bank of America e uma limusine. “Não às deportações, não à Ku Klux Klan, não aos Estados Unidos fascistas!”, repetiam. EM TOM FORTEMENTE PROTECIONISTA, o 45º presidente americano tomou posse com a promessa de transferir o poder de Washington para vocês, o povo e de empregos<br /><br />Washington<br /><br /><br /><b>+ ECONOMIA | Marta Sfredo<br /><br />RISCO TRUMP OUTRA VEZ EM ELEVAÇÃO </b><br />Pelas reações dos mercados, ainda havia muitos otimistas. Desde a surpreendente eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, mantinha-se a interrogação: quem assumiria a Casa Branca seria o mesmo candidato de frases abertamente xenófobas, manifestamente protecionistas? Em seu discurso da posse, ele fez questão de responder que sim.<br /><br />Se o primeiro discurso após a vitória havia reforçado a esperança de quem esperava o arquivamento das teses agressivas, o da posse reavivou os temores de quem vê no poder um Trump igual ao que percorreu os EUA com suas palavras segregadoras. Durante a fala, houve deslizes em todos os principais índices de bolsas de valores do planeta. Os de Nova York, que andavam animados com as perspectivas de estímulo à economia, não caíram, mas encurtaram os ganhos.<br /><br />Como o pronunciamento foi pesado no tom mas não trouxe medidas concretas, o desânimo foi temporário. O que se projeta para os próximos dias – há expectativa de medidas de curto prazo, especialmente para mudar deliberações do governo Obama –, é muita volatilidade: altas se não houver novidade, baixas acompanhando “trumpices”. É provável que seu primeiro alvo, como ele tem avisado, seja o programa de saúde apelidado de Obamacare. Mas estão na economia alguma das principais preocupações e, portanto, ações do novo presidente.<br /><br />Para poupar os leitores apenas de adjetivos autorais, a coluna recolheu algumas reações, no Twitter – para se beneficiar da concisão –, de economistas, historiadores e filósofos que escolheram viver nos EUA, assim como o avô alemão de Trump há mais de um século. Nouriel Roubini, espécie de fruto da globalização, com origens israelense, iraniana, turca e italiana, que se tornou famoso ao “prever” a crise de 2008, caracterizou assim: “raivoso, populista, nacionalista, unilateralista, depressivo, insultante, mau, sem meios-tons, intolerante, arrogante”. O filósofo descendente de japoneses Francis Fukuyama, considerado ideólogo do governo Reagan e autor da tese do “fim da história” – o que incluía a vitória final do capitalismo liberal: Trump só falou para um fatia específica dos EUA, não para todos nós”.<br /><br />Uma das frases de Trump mais espantosas – não por acaso, virou manchete do site do The New York Times – foi “this american carnage stops right here” (essa carnificina americana para aqui). Jornalistas americanos compararam a frase com a famosa citação de John Kennedy “não pergunte o que a América pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pela América”, que se tornou um clássico. Não houve trechos edificantes no pronunciamento. Apenas uma coleção de ameaças, bravatas e palavras duras. Não foi à toa que colheu protestos violentos nas ruas. O risco Trump voltou a subir.<br /> <br /><br />MAL DONALD TRUMP CHEGOU AO SALÃO OVAL, MANDOU MUDAR O SITE DA CASA BRANCA. SUMIRAM DE LÁ, POR EXEMPLO, AS SEÇÕES DEDICADAS AOS DIREITOS LGBT E ÀS MEDIDAS PARA CONTENÇÃO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-23983241198348444452017-01-22T03:15:00.003-08:002017-01-22T03:15:49.964-08:00DEMAGOGIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para eclesia" class="irc_mi i0O6RNXHK7Io-pQOPx8XEepE" height="254" src="http://wikistoriapedrosantarem.pbworks.com/f/image001.jpg" style="margin-top: 196px;" width="320" /><br /><br /><b>ZERO HORA 21 de janeiro de 2017 | N° 18748. PROA<br /><br /><br />FRANCISCO MARSHALL</b><br /><br />Na Guerra do Peloponeso, Tucídides distingue alegações apresentadas por Atenas e Esparta para iniciar o conflito e analisa suas causas reais. No plano diplomático, descreve a ambição imperial de Atenas e a contrariedade de Esparta, mas o melhor de suas análises está no plano interno de Atenas, quando examina os processos decisórios que levaram esta pólis à dupla catástrofe, guerra e derrota. Neste passo, o historiador age como sociólogo, antropólogo e cientista político, examinando como agem os homens em certas condições e o que podemos aprender para evitar erros no futuro. Admirador de Péricles, Tucídides induz o leitor a crer que foi a morte deste (no segundo ano da guerra que duraria 27 anos, de 431 a 404 a.C.) e o consequente triunfo da demagogia em Atenas a causa da derrocada. Analisa, então, o líder Cléon e sua relação com a massa (demos) na assembleia ateniense (a eclésia); é o primeiro estudo sobre a demagogia, apresentada em caráter negativo, como parte da insensatez que pode ameaçar a democracia. A palavra-chave é manipulação: o demagogo manipulando as massas, estas jogando com a ambição de poder do líder.<br /><br />É este caráter negativo que predomina na cultura política contemporânea, em que demagogia e demagogo são adjetivos de ataque, sobretudo aos líderes populistas, de enorme expressão na América Latina do século XX. Ocorre que há, paradoxalmente, um aspecto positivo na demagogia clássica: a interpretação da vontade popular e a produção de políticas que a atendam. A demagogia pode ser uma forma de comunicação entre o povo e o poder, e permite que se amplie a legitimidade política e a realização de programas cujo beneficiário é o povo. Foi assim com a ação dos líderes populistas no Brasil, responsáveis por modernizações importantes, no rumo de uma sociedade burguesa com classe média proficiente, projeto ainda inconcluso.<br /><br />Entre as figuras negativas da demagogia, estão o uso perdulário dos recursos públicos para adular o povo, a apresentação do líder vestido em imaginário heroico e a substituição da ação pela propaganda. O líder quer ser visto como providente, e comemora inaugurações e entregas de ambulâncias, mesmo que estas sejam a realização de sua obrigação. O demagogo não tem pudor de dizer que é o cara e que uma nova era se inicia, nem deixa de se apropriar de frases de efeito, mesmo que não as compreenda ou pratique. A desconexão entre ação e propaganda permite que um político hostil ao ambiente se apresente como campeão da sustentabilidade, que um promotor do atraso se diga homem do progresso, ou que pose de sambista faceiro quem trata da morte do samba.<br /><br />Foi o poder da imprensa e da propaganda que produziu a mutação decisiva da demagogia na sociedade de massas, desde o início do século XX. Sem contato com o povo, o político (com o vilão marqueteiro) formula imagens e as justifica como populares. A dinâmica histórica fica opaca, sem fluxo e refluxo entre povo e lideranças, pois a vontade popular passa a ser tutelada, induzida por mensagens que levam o povo a apoiar candidatos, governantes e medidas que o prejudicam. Assim o povo torna-se refém de uma vontade exótica, e é conduzido a um destino alienado. Para piorar, cada vez mais as pesquisas de opinião balizam a política, intensificando o efeito da máquina de propaganda que hoje move opinião pública e poder. Bons tempos os da demagogia clássica, pois a demagogia atual, midiática, é mais uma fonte da crise política. E sobrevive a pergunta: o que é e como interpretar a vontade popular? Ainda existe povo no mundo atual?<br /><br /><a href="mailto:ARQUE%C3%93LOGO%20E%20PROFESSOR%20DA%20UFRGS.%20ESCREVE%20MENSALMENTE">ARQUEÓLOGO E PROFESSOR DA UFRGS </a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-37819432295272317432016-12-23T03:26:00.000-08:002016-12-23T03:26:20.486-08:00CRÔNICA DE UMA MORTE ANÚNCIADA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para CIVISMO" class="irc_mi iGw2YoZIAn74-pQOPx8XEepE" height="393" src="http://img08.deviantart.net/66f4/i/2010/208/5/6/etica_y_civismo_sep_pag_32_33_by_renodemente.jpg" style="margin-top: 0px;" width="596" /><br /><b>ZERO HORA 23 de dezembro de 2016 | N° 18722. EM DIA<br /><br /><br />VINICIUS OCHOA PIAZZETA</b><br />
<b><br /></b><br /><br />Ainda que o título desta minha última coluna em 2016 remeta à célebre obra de Gabriel Garcia Márquez, não pretendo traçar maiores paralelos entre a morte de Santiago Nasar e a morte do “velho” Brasil, mesmo que a ideia seja bastante sedutora.<br /><br />O ano vai chegando ao fim e gostaria de poder conversar com os leitores um pouco também sobre o Natal, seu significado e algumas reflexões sobre o crescente nacionalismo e egoísmo no mundo, ou ainda sobre o aspecto da data simbolizar também um momento de nascimento.<br /><br />A vida é feita de escolhas, afinal, e o ano vai chegando ao fim legando-nos a inescapável conclusão de que muitas das opções feitas se mostraram equivocadas.<br /><br />Um dos anos mais conturbados da história política e econômica do país. A destituição de mais um presidente da República, a recessão mais forte desde a quebra da bolsa em 1929, a prisão de congressistas, a escalada da inflação, o drible do presidente do Senado em um oficial de justiça, nosso Supremo Tribunal, sem falar nas quase 40 fases da Operação Lava-Jato, acrescidas das recentes movimentações do governo federal em revisitar a CLT, publicar programa de parcelamento de débitos tributários, e algumas outras, acabam impondo-se como assunto em todas as rodas de conversa que tenho participado, o que julgo auspicioso para o futuro.<br /><br />No âmbito estadual, igualmente as coisas andam movimentadas. Sou um defensor do Jardim Botânico e tantas outras causas e iniciativas nobres; contudo, o fato é que o velho Brasil estava com sua morte anunciada e fizemos nada, ou muito pouco para reverter o quadro que nos trouxe até aqui, a essas difíceis decisões. Será preciso reconstruir o país, o Estado e o município em 2017.<br /><br />E o único caminho para tanto é um engajamento cívico da população. Ativo e prévio à publicação das leis! Um interesse e uma participação maior nos assuntos econômicos, legais e tributários. Afinal, tudo é construído com o nosso dinheiro (contribuintes). Os ingleses pagam algo em torno de 710 reais por ano para manter a BBC, e há protestos regulares quanto a essa obrigatoriedade, por exemplo. Discussões assim são a verdadeira essência da cidadania, prática há muito esquecida ou negligenciada em terras brasileiras. Pelo que desejamos pagar?<br /><br />Se o velho Brasil morreu de fato em 2016 e um novo Brasil precisa ser construído, somos nós, cidadãos, que deveremos tomar a trolha, o maço e o cinzel em nossas mãos. Feliz Natal a todos os leitores e a suas famílias e que todos façamos as melhores escolhas no ano que vai nascer.<br /><br /> PRESIDENTE DA PACTUM CONSULTORIA EMPRESARIAL</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-10384555854018960962016-12-06T04:40:00.000-08:002016-12-06T04:40:06.284-08:00PAUTA MORAL <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLRzKprbiaIbj5yZcd2eHzzxEXXAIFzmiFCzV_UIxBFvwwy8HFN6b9B7jihkLQV9n4qS-1tEtFxXQS6w4Q7z-Vl8HjVQllVpOnypbq3PjKH7f_J1lbVYAOEBlSlR89jMfPd8eJ0mAYWTM/s1600/protesto+lava+jato1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="364" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLRzKprbiaIbj5yZcd2eHzzxEXXAIFzmiFCzV_UIxBFvwwy8HFN6b9B7jihkLQV9n4qS-1tEtFxXQS6w4Q7z-Vl8HjVQllVpOnypbq3PjKH7f_J1lbVYAOEBlSlR89jMfPd8eJ0mAYWTM/s640/protesto+lava+jato1.jpg" width="640" /></a></b></div>
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<b>ZERO HORA 06 de dezembro de 2016 | N° 18707<br /><br /><br /><br />ARTIGO | DENIS LERRER ROSENFIELD</b><br /><br /><br /><br />Mais de meio milhão de brasileiros foram às ruas clamando pela ética na política, pela moralidade na administração da coisa pública. Os cidadãos não mais aguentam a corrupção e a apropriação privada e partidária dos recursos públicos, que pertencem à sociedade sob a forma de impostos, transferidos compulsoriamente para o Estado. <br /><br />Cabe a este administrar os bens da sociedade, sem o que o próprio fato de cidadãos pagarem impostos, contribuições e taxas não teria nenhuma significação. As ruas hoje fiscalizam a utilização desses recursos. Trata-se de um dado incontornável, ao qual os políticos em geral não têm prestado a devida atenção.<br /><br />O Brasil mudou. A classe política não acompanhou essa mudança. Permanece esta arraigada a práticas patrimonialistas que não são mais toleradas pela sociedade. Há uma espécie de estranhamento da cidadania que não se reconhece em seus representantes.<br /><br />Prova disto consiste nas manobras operadas na Câmara dos Deputados e na Presidência do Senado para desvirtuar as 10 medidas contra a corrupção, que contaram com amplo respaldo popular. A operação consistiu em iniciativas de parlamentares, muito deles investigados e sob a mira da Lava- Jato, que procuraram, desta maneira, salvar a própria pele.<br /><br />A inoportunidade das iniciativas foi completa. No momento em que estamos prestes a conhecer os detalhes das delações da Odebrecht, há uma evidente tentativa de impedir que políticos envolvidos sejam responsabilizados por seus crimes.<br /><br />Evidentemente, o pacote de medidas contra a corrupção exigiria uma análise mais cuidadosa, porém exige o bom senso que não sejam os investigados os responsáveis por tal tarefa. Não possuem a qualificação moral necessária. E a moralidade tornou-se uma condição da política no Brasil.<br /><br />As bandeiras das ruas foram “Contra a corrupção”, “Fora Renan” e “Fora Maia”, personificações, no caso, daquilo que não deveria ter sido feito. Aliás, esses presidentes exibiram uma ausência completa de sintonia com o que sente e pensa a sociedade brasileira.<br /><br />O descompasso é total. Se persistirem nesta via, o meio milhão de participantes facilmente atingirá alguns milhões em pouco tempo. Se isto ocorrer, marcharemos inexoravelmente para uma crise institucional.<br /><br />Enquanto isto, Lula e Dilma, dois ex-presidentes, dão adeus a um dos mais sanguinários e repressores ditadores, Fidel Castro. Sentirão, certamente, saudade. A reação moral da sociedade brasileira não lhes diz respeito. Não escutam as ruas. Faz sentido!</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-42551361530915219732016-12-05T05:26:00.000-08:002016-12-05T05:26:50.640-08:00O CONGRESSO NA MIRA DOS BRASILEIROS <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para MANIFESTAÇÃO DE 04/12 ZERO HORA" class="irc_mi itj7MeA9fOv4-pQOPx8XEepE" height="393" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/22027476.jpg?w=640" style="margin-top: 0px;" width="590" /><br /> <br /><b>ZERO HORA 05 de dezembro de 2016 | N° 18706<br /><br /><br />POLÍTICA + | Juliano Rodrigues</b><br /><br /><br />A exemplo dos protestos que antecederam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, milhares de brasileiros foram às ruas ontem em uma mobilização contra os políticos. Dessa vez, o principal alvo é o Congresso, personificado pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Depois do Fora Cunha, que ajudou a empurrar Eduardo Cunha para uma cela em Curitiba, surgiram novos slogans: o Fora Renan e o Fora Maia.<br /><br />O motivo das mobilizações é o movimento dos políticos, capitaneados por Renan e Maia, de mutilar o pacote anticorrupção. O discurso dos procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato de que projetos como o do abuso de autoridade por parte de magistrados e membros do Ministério Público podem custar o andamento das investigações conquistou a adesão de parte da população. Diversos cartazes em defesa da Lava-Jato e dos responsáveis por investigar e julgar os crimes praticados no seu âmbito foram vistos nas ruas.<br /><br />Além disso, foram estendidas faixas contra os deputados e senadores. A maior e mais expressiva estava na Avenida Paulista, em São Paulo, com os dizeres: “Congresso Corrupto”. Assim como nos protestos contra o governo Dilma Rousseff, as manifestações foram convocadas pelo Vem Pra Rua e pelo MBL. Embora os dois grupos tenham deixado claro que a mobilização não era contra o governo Temer, houve menções, em menor escala, contra o peemedebista. Um dos líderes do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, foi para as redes sociais explicar:<br /><br />– O Vem Pra Rua não é a favor de Fora Temer. Não temos nenhum interesse de tirar o Temer do poder.<br /><br />A série de protestos aumenta a pressão sobre o Congresso em uma semana que promete votações polêmicas pelo Legislativo. Resta saber se os protestos terão efeito prático sobre os parlamentares, que já se mostraram insensíveis na terça-feira passada, quando mantiveram a sessão mesmo após a tragédia envolvendo o avião da Chapecoense. O mesmo Congresso que cancela sessões para que parlamentares nordestinos possam participar de festas juninas em suas bases.<br /><br />_____<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-60716479769488328002016-11-27T04:02:00.000-08:002016-11-27T04:02:52.622-08:00REPÚBLICA DO RABO PRESO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para REPUBLICA DO RABO PRESO" class="irc_mi iciIc4AMuSqs-pQOPx8XEepE" height="349" src="https://poesiacronicablog.files.wordpress.com/2016/02/rabo-preso.jpg?w=636" style="margin-top: 22px;" width="400" /><br /><br /><b>ZERO HORA 6 de novembro de 2016 | N° 18699<br /><br /><br />OUTRA VISÃO<br /><br /><br />ASTOR WARTCHOW*</b><br /><br /><br />Hoje é a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Ontem foi o Fiat Elba, o dinheiro nas cuecas, a Petrobras, os fundos de pensão e muitos etceteras. A sucessão de escândalos permite três óbvias constatações que agravam nosso pessimismo. São apenas a ponta de um imenso iceberg denominado Estado brasileiro, um gigante fora de controle público. Afinal, predomina o império do “jeitinho” e da omissão, não havendo consequências administrativas e penais.<br /><br />O espírito e ânimo do saque ao dinheiro público é uma epidemia nacional. Emprego de parentes, compadrio, favorecimentos e manipulação licitatória são comuns em todas as esferas da administração pública. Aliás, essas constatações me fazem lembrar de um comentário (dos eleitores) que muito ouvi ao longo das inúmeras campanhas eleitorais de que participei.<br /><br />Em tempos de ditadura e abertura democrática, empenhados e otimistas na renovação político-partidária, éramos surpreendidos. Muitos cidadãos diziam: “É tudo igual mesmo. Melhor deixar o cachorro gordo no poder do que colocar um magro. Vai custar caro engordar outro!”<br /><br />Ouvia triste e a contragosto porque não concordava. Como não concordo até hoje. Mas, no olhar e sentir de muitas pessoas do povo, a sucessão e a renovação político-partidária é uma simples troca de cachorros. Cachorros atrás do osso!<br /><br />Voltando no tempo e na história, à época da colonização, e depois do fracasso das capitanias hereditárias, o governo português inventou os governadores-gerais. E com eles, a burocracia. Há registros históricos sobre o desembarque de nobres, funcionários públicos, soldados e criminosos (réus e degredados). Aliás, quase todos solteiros e interessados em grana fácil. Resultou uma estrutura estatal forte, organizada, centralizadora e burocrática. Que não encontrou resistência civil. Consequentemente, nossa sociedade de então se adaptou a essa estrutura estatal.<br /><br />Trata-se do domínio de uma casta de altos funcionários aliada ao patronato político cujos interesses comuns formam uma associação parasitária. Juntos compõem uma rede que, espalhada pelo país, extrai dele tudo o que pode. Leia mais em Os donos do poder (1958), do gaúcho Raimundo Faoro (1925-2003).<br /><br />O fruto principal dessa deformação histórica e dessa adaptação da sociedade é o “jeitinho brasileiro” e o famoso “querer levar vantagem em tudo”. Repito: nepotismo, compadrio, fraudes, falsificações, desrespeito a contratos, entre outros exemplos, são ações e atitudes que não sofrem reprovação moral. Ou então, quando descobertos, “não dá nada!”<br /><br />De modo que o espírito do saque e o ânimo dominante confirmam a máxima de Aparício Torelly, o popular Barão de Itararé: “Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados!”<br /><br />Em verdade, estamos a merecer, como povo e sociedade, um apurado estudo de caráter sociológico sobre nosso caráter e nossa natureza (a)ética. Ou tudo será, simplesmente, falta de educação, repressão, punição e cadeia?<br /><br />*<a href="mailto:Advogado">Advogado</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-24162013025600430822016-11-19T05:11:00.001-08:002016-11-19T05:11:16.556-08:00A SÍNTESE DO DESESPERO DOS POLÍTICOS ENLAMEADOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><b><img alt="Resultado de imagem para GAROTINHO é PRESO CHARGE" class="irc_mi i48paTp_o7cI-pQOPx8XEepE" height="365" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbQ0AxJFGQ9qbBJbra363BJH6Z-qYr7WnNZUlBSiEdpOGQet1q0jnNlZwqRxGJsZtb91PFkNlEkuGEk8Y-ZFQFTs0kRbqoQgMJ0cfXXlha7s8SgVLMlnDELPwT0kbVFh3T_SQP9THCEQKg/s600/171116clayton01.jpg" style="margin-top: 14px;" width="425" /><br />ZERO HORA 19 de novembro de 2016 | N° 18692</b><br />
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<b>HUMBERTO TREZZI</b><br /><br /><br />A noite de quinta-feira terminou com imagens fortes. Desesperado ao saber que teria mesmo de passar uma temporada atrás das grades do temido complexo penitenciário de Bangu, o ex-governador fluminense Anthony Garotinho (PR) grita, esperneia, ameaça fugir. Tenta escapar da ambulância, mesmo de camisolão reservado aos pacientes (quando foi preso, na quarta-feira, alegou doença cardíaca e pediu para ser submetido a tratamento coronariano). O juiz não se comoveu e Garotinho foi mesmo para o presídio, ante gritos de protesto de sua filha.<br /><br />Cobri para Zero Hora a eleição de Garotinho como governador do Rio em 1998. Ex-comunista na juventude, ele estava brizolista na época em que chegou ao governo fluminense. Passaria depois pelo PMDB e finalmente desembocaria no PR, onde está até hoje, numa encarnação da volubilidade ideológica dos políticos brasileiros. Impressionava sua postura, entre triunfante e debochada, ante qualquer pergunta.<br /><br />Tinha resposta para todos os problemas do Rio – e conseguiu convencer a população, tanto que emplacou a mulher, Rosinha, como sucessora no governo (eleita em primeiro turno).<br /><br />Que contraste entre o Garotinho daqueles anos e o homem grisalho que luta para fugir da prisão, filmado na quinta-feira... O segredo por trás dessa mudança atende pelo nome de foro especial (ou privilegiado). Garotinho perdeu essa condição ao não se eleger para cargo político. Foi para a prisão. O mesmo aconteceu, um dia depois, com seu adversário político e também ex-governador (e ex-aliado) Sérgio Cabral (PMDB).<br /><br />Até pouco tempo atrás, políticos importantes no Brasil tinham direito aos salamaleques reservados para autoridades, na base do ditado “quem é rei não perde a majestade”. Não mais, a se julgar pelos presos da Lava-Jato e outras operações anticorrupção lideradas por policiais federais e procuradores. Garotinho perdeu não só a majestade, mas a altivez e o ar jovial que combinavam com o apelido. É apenas mais um entre os ex-políticos encarcerados – basta lembrar José Dirceu (PT), Eduardo Cunha (PMDB), Antonio Palocci (PT), João Cláudio Genu (ex-tesoureiro do PP), entre outros.<br /><br />É por isso que muito parlamentar enlameado teme um castigo nas urnas em 2018. Podem se tornar os próximos ocupantes do cárcere.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-53022266553112849162016-11-19T04:38:00.000-08:002016-11-19T04:38:59.499-08:00ESTAMOS EM GUERRA! <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img border="0" src="http://www.jornalopcao.com.br/arquivos/files/corrupcaoG.jpg" /><br /><br /><b>ZERO HORA 19 de novembro de 2016 | N° 18692<br /><br /><br />OUTRA VISÃO | FERNANDO PITREZ</b><br /><br /><br /><br />A afirmação que intitula este texto, embora aparentemente surrealista, é real e reconhecida pela maioria da sociedade, cônscia de suas prerrogativas e deveres. Nos dias atuais, estamos em uma verdadeira batalha sem tréguas contra políticos que, por dever constitucional e de própria consciência, teriam por obrigação preservar os interesses populares e preservar a honradez de seu encargo. As reclamações das redes sociais refletem a insatisfação e o repúdio do povo contra ações delituosas.<br /><br />Nossa pátria amada está sendo saqueada por políticos inescrupulosos, preocupados muito mais em preservar seus próprios interesses e livrar-se dos ditames da lei. O triste espetáculo da famigerada Lava-Jato, cujas consequências são imprevisíveis, corrobora essa assertiva. As inescrupulosas artimanhas em curso, maquiavelicamente engendradas para anistiar o inaceitável delito do dito caixa 2, são um outro lustroso exemplo desta distorção. O escândalo da rapina da Petrobras por agentes inescrupulosos, a PEC 241, resultado de conchavos partidários condenáveis, são exemplos deploráveis da falta de mínimo respeito ao decoro parlamentar.<br /><br />Este espaço restrito não me permite abordar outros tantos malfeitos, como diria a nossa ex-presidente. A hipocrisia, considerada um pecado moral, é virtude na prática parlamentar. Shakespeare, inclusive, já havia proclamado que “a política está acima da consciência”, o que é uma verdade inquestionável.<br /><br />Os cidadãos passam com justa razão a repudiar a corrupção generalizada, exaustos de apreciar diuturnamente as acusações expostas pela mídia atuante. Passam então a exigir o cumprimento formal dos eleitos de sua preferência, as responsabilidades por eles assumidas antes do pleito. Não bastam mais meras promessas falaciosas, faz-se mister cumpri-las.<br /><br />Inclusive, diante desses fatos, têm-se a impressão de que perderam completamente o senso de decência e de sua responsabilidade, passando a considerar a percepção coletiva como um rebanho de dóceis ovelhinhas.<br /><br />É por esses e outro motivos que considero que “estamos em guerra” contra os políticos.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-38684842083904632912016-11-05T04:32:00.003-07:002016-11-05T04:32:23.452-07:00BRANCOS E NULOS, AS CONSEQUENCIAS PARA A DEMOCRACIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><br /><b>Aumento dos votos nulos, brancos e abstenções é um recado que os políticos precisarão levar a sério: os eleitores clamam por mudanças mais profundas do que trocas de nomes em gabinetes<br /><br />Por: Letícia Duarte<br />ZERO HORA 04/11/2016 - 14h02min </b><br /><img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/21567198.jpg?w=640" /><br />Foto: Edu Oliveira / Agência RBS<br /><br /><br />O segundo turno da eleição deste ano definiu os novos governantes de 57 municípios do país, mas o grande vencedor ficou de fora desta lista. Correndo por fora dos palanques, o "não voto" bateu recorde e acabou eleito como melhor opção por 10,7 milhões de brasileiros – o que representa 32,5% do eleitorado que votou no último domingo. É o maior percentual de abstenções, brancos e nulos já contabilizado em um segundo turno desde que o Tribunal Superior Eleitoral passou a divulgar estatísticas digitalizadas, em 2004. Tanto que, em Porto Alegre, essa opção angariou 30 mil votos a mais do que os recebidos pelo futuro prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB). E o fenômeno se repetiu país afora. No Rio, 41% do eleitorado não participou da escolha que resultou na vitória de Marcelo Crivella (PRB), maior patamar entre as Capitais.<br /><br /><br />Associado a um desencanto com a política, o fenômeno segue uma curva ascendente. No segundo turno de 2012, por exemplo, o total de abstenções, brancos e nulos foi de 26,5%, quase seis pontos percentuais menor do que o atual. Ainda que haja discussão sobre o número real de abstenções, já que em cidades onde houve recadastramento biométrico o índice diminuiu, o crescimento é considerado expressivo por especialistas. Se levados em conta apenas os votos brancos e nulos, o salto foi de 9,2%, no segundo turno de 2012, para 14,3% dos eleitores no domingo passado. Mas que consequências essa opção (ou a falta dela) traz? Se um dos pilares do sistema democrático é o voto, a progressiva recusa dos eleitores em participar dessa escolha poderia colocar em risco a própria democracia? Estamos vivendo um momento singular ou uma escalada consistente?<br /><br />Analistas ouvidos pelo caderno DOC avaliam que, ao menos por enquanto, a democracia vai bem, obrigada. Não estaria ameaçada enquanto sistema. Mas alertam: a mensagem das urnas precisa ser ouvida pelos partidos. Porque é eloquente. E clama por mudanças reais, não apenas troca de jingles, siglas e rostos nos gabinetes. É uma ausência que grita.<br /><br />– É um sinal amarelo muito forte, quase vermelho, porque a descrença está muito grande – avalia o advogado e pesquisador na área de política e judiciário Lincoln Noronha, doutorando em ciência política pela USP.<div>
<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/21566890.jpg?w=640" /><br />João Dória (acima) em São Paulo e Alexandre Kalil (abaixo) em Belo Horizonte: eleitos que vendem a imagem de homens ¿fora da política¿Foto: MARCELO GONCALVES / SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO</div>
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<br /><img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/21566897.jpg?w=640" /><br />Foto: UARLEN VALéRIO / O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO<br /><br />Na sua avaliação, a deserção dos eleitores estaria relacionada a dois fatores principais: de um lado, a desconfiança da classe política, arrebatada pelos escândalos recentes escancarados pela Operação Lava-Jato. De outro, disputas locais marcadas por conjunturas menos acirradas – seja por previsibilidade do resultado, seja pelo fato de os eleitores não se sentirem representados por nenhuma das candidaturas.<br /><br />– Quando a disputa está mais acirrada, as pessoas sentem que o voto delas pode fazer a diferença, o que em muitos lugares não aconteceu, e isso reduz a participação – observa Noronha.<br /><br />Em um estudo que examinou os resultados desde 1985 até 2016 das eleições a prefeito em Curitiba, o professor Emerson Cervi, do programa de pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), obteve uma amostra mais precisa do fenômeno. Ao calcular quantos votos válidos havia em cada eleição com relação a cada não voto, para medir um indicador chamado razão de voto válido, constatou que a legitimidade desta eleição é a menor da série histórica.<br /><br />– A ideia desse índice não é olhar partido ou quem ganha, mas quanto há de participação para legitimar o eleito. Se tiver uma razão de 10 votos válidos para cada não voto, por exemplo, significaria que o eleito teve uma grande legitimidade. Se tiver uma razão de um voto válido para cada não voto, ainda que o candidato tenha feito 90% dos votos, ele não estaria legitimado, porque muita gente não participou – explica.<br /><br />O resultado mostra que, nesta eleição em Curitiba, que elegeu Rafael Greca (PMN), houve a menor razão de votos válidos desde a redemocratização, tanto no primeiro quanto no segundo turno. No primeiro, a razão foi de 2,6. No domingo, caiu para 2,1.<br /><br />– Até então, a nota mais baixa tinha sido a de 1992 (2,8), após o impeachment do Collor. E o interessante é que naquela eleição e nesta foi o mesmo prefeito eleito, o Greca. Ele é o cara que vem depois do tsunami – compara.<br /><br />Para o professor, essa tendência de deslegitimação eleitoral está relacionada a um processo de "criminalização da política", que teria se acentuado nos últimos anos, na esteira de operações como a Lava-Jato e da cobertura midiática dos escândalos.<br /><br />– Mesmo que se tente criminalizar um partido, para o eleitor a crise é geral, e isso o afasta. Quem perde são todos os integrantes da elite política, todos os partidos e os prefeitos eleitos. Não diria que é uma ameaça ao sistema democrático, mas é um problema para os líderes partidários e novos representantes, que vão ter mandatos mais frágeis. Não me parece que a democracia esteja em jogo, mas há quase uma posição deliberada de enfraquecimento da representação política e de fortalecimento de outras formas de representação, em especial por agentes burocráticos do Estado – interpreta o cientista político.<br /><br />Ainda assim, Cervi não acredita que o não voto seja uma tendência irrefreável.<br /><br />– São ciclos políticos que a gente tem que passar. Estamos no final de um ciclo, que coincidiu com a Lava-Jato, aumentou a rejeição do brasileiro em relação à política e o medo dos políticos de irem para cadeia. Isso fez com que todo o sistema político se desestabilizasse – salienta.<br /><br />Na visão da professora Vera Chaia, do departamento de Política da PUCSP, a recusa dos eleitores em participar das urnas tem um viés positivo. Diante de um sistema adoecido por escândalos e negociatas, a massa insatisfeita mostra que não será conivente em respaldá-lo.<br /><br />– Do ponto de vista da democracia é altamente salutar, porque mostra que muita coisa tem que mudar, senão vai ficar na mesma. O eleitor quer mudança, quer votar em quem ele confia, em quem tem proposta, não porque é obrigado a votar. Isso mostra aos políticos, à democracia, que são necessárias mudanças no sistema eleitoral, partidário, e com isso fica aberta a possibilidade de alteração no sistema para ampliar a confiança no eleitor – avalia.<br /><br />Os críticos desse comportamento eleitoral costumam argumentar que quem se omite acaba governado pelos que se posicionam. Mas, segundo Vera, esse discurso tem pouco efeito sobre os que optam pelo não voto porque, na visão deles, não há verdadeira escolha.<br /><br />– Nada vai mudar do ponto de vista deste eleitor, ele está se negando a participar desse processo, e isso tem de ser respeitado – opina.<br /><br />Entre as mudanças que precisam ser discutidas para o aperfeiçoamento do sistema, a cientista política considera que seria saudável incluir a opção pelo voto facultativo, sistema em vigor em democracias maduras como os Estados Unidos e países europeus. No Reino Unido, por exemplo, 34% dos eleitores se abstiveram de votar nas eleições de 2015, que reconduziram David Cameron a um mandato de cinco anos após seu partido conquistar maioria no Parlamento. Uma das vantagens do voto facultativo, avalia a professora da PUCSP, seria que os partidos teriam de convencer o eleitor a votar – e apresentar propostas políticas consistentes.<br /><br />– Hoje o eleitor vota sem vontade, é obrigado, e muitos se negaram a votar, porque não veem sentido, nada muda. É um recado muito claro do eleitor em relação ao nosso sistema político. Tivemos o impeachment, mas isso não significou mudança no sistema. O presidente atual continua a mesma prática política, com os mesmos vícios de distribuição de cargos, e o eleitor sabe o que está acontecendo, vê que não ocorreram mudanças fundamentais. A resposta do eleitor é negar a política e o processo eleitoral – diagnostica.<br /><br />Para o sociólogo José Maurício Domingues, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj e pesquisador associado do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, é preciso compreender a lição dessa ausência.<br /><br />– Mesmo que falem que as abstenções tenham a ver com o recadastramento eleitoral, não creio que seja por isso. A gente vem vendo um crescimento desses votos, e nesta eleição isso ficou particularmente acentuado. Não é por acaso que as pessoas pararam de votar, ou estão votando branco e nulo. As pessoas não estão vendo que a democracia está realmente próxima a elas, servindo para os projetos em que as pessoas se colocam por direito, por participação. Não é só que não tem um candidato para votar, é uma desilusão mais profunda. Houve um desencanto com o que a política significa – reflete.<br /><br />Neste divã eleitoral, os ecos do desencanto ainda são imprecisos. Autor do livro O Brasil entre o presente e o futuro (Mauad, 2015), Domingues considera cedo para prever o que vai acontecer nas eleições de 2018.<br /><br />– O sistema político deve estar ainda mais desestruturado, mas é uma eleição que conta muito. Não dá para fazer uma projeção simplista, porque a disputa presidencial é sempre uma coisa que mobiliza muito o eleitor, bota em questão o conjunto de sua vida – pondera.<br /><br />Se, por um lado, há uma tendência de consolidação de forças mais conservadoras em curso, por outro, o cenário ainda deve ser bastante impactado pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato. Quem serão os próximos atingidos? A resposta será crucial para determinar a nova correlação de forças.<br /><br />– Para o PSDB foi bom num primeiro momento, mas tem que ver o que vai acontecer: se Serra, Aécio e Alckmin forem realmente atingidos por denúncias mais graves, também o PSDB pode acabar numa situação delicada. A esquerda está muito destruída, vai ter que se reinventar, e temos um centro mais moderno e democrático, que a Marina e a Rede poderiam representar, mas que está com muita dificuldade de emergir. Para o eleitor, está tudo meio esquisito. A esquerda ficou com uma cara ruim, mas não é uma coisa definitiva. Isso pode ser revertido – diz.</div>
<br /><br /><br /><b>Porto Alegre teve mais brancos, nulos e abstenções do que votos em Marchezan<br /><br /><br />De cada quatro eleitores, um não compareceu às urnas, sete pontos percentuais a mais do que o registrado em 2012</b><br /><br />Por: Itamar Melo<br />ZERO HORA 30/10/2016 - 21h59min<br /><br /><div>
<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/21521183.jpg?w=640" /><br />Nelson Marchezan Júnior teve 402 mil eleitores, menos do que a soma dos que não votaram em ninguém na CapitalFoto: Mateus Bruxel / Agencia RBS<br /><br /><br />Em Porto Alegre, 402 mil eleitores escolheram <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/ao-vivo-acompanhe-o-primeiro-dia-de-marchezan-como-prefeito-eleito-8096179.html">Nelson Marchezan</a> Júnior e 262 mil optaram por Sebastião Melo, mas o maior contingente preferiu mesmo não ficar com nenhum dos dois. A soma de abstenções, brancos e nulos passou de 433 mil — 30 mil pessoas a mais do que as que <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/eleicoes-2016-marchezan-e-eleito-o-novo-prefeito-de-porto-alegre-8087269.html">elegeram prefeito</a> o candidato do PSDB.<br /><br />Em comparação com eleições anteriores, foi uma disparada histórica na proporção dos que não votaram em nenhuma das duas opções disponíveis. Uma em cada quatro pessoas habilitadas (25,2%) sequer compareceu à seção eleitoral, sete pontos percentuais acima do registrado no primeiro turno de 2012 e praticamente o dobro dos ausentes em 2000. Foram 277 mil abstenções — mais do que o número de votos do <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/desgaste-por-12-anos-no-poder-e-desejo-de-mudanca-selaram-a-derrota-de-sebastiao-melo-8087671.html">atual vice-prefeito</a>, Sebastião Melo.<br /><br />Para cientistas políticos, os dados sugerem que uma <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/as-razoes-para-a-vitoria-de-marchezan-em-porto-alegre-8087513.html">grande fatia dos porto-alegrenses não se sentiu representada nesse segundo turno</a>.<br /><br />— Pode-se dizer que eram dois projetos muito iguais. Isso cria a ideia do "tanto faz". A abstenção e os votos branco e nulo têm a ver com a indiferenciação dos candidatos, em termos de projetos. Isso retira muito da legitimidade da eleição — afirma a cientista política Mercedes Cánepa, professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).<br /><br /><br /><br />O professor da UFRGS Gustavo Grohmann relaciona os resultados ao fato de parcela expressiva da população não se sentir contemplada pelas <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/mbl-parabeniza-marchezan-e-declara-apoio-ao-novo-prefeito-de-porto-alegre-8090909.html">opções existentes</a>, mas relativiza a importância do índice elevado de abstenções. Segundo ele, as ausências podem ser explicadas em parte por problemas no cadastro eleitoral. Ele considera mais relevante analisar os brancos e nulos. E, nesse particular, a eleição de domingo trouxe números alarmantes.<br /><br /><br />O índice dos que se deram ao trabalho de comparecer diante da urna e não selecionar nenhum dos dois candidatos foi o maior desde 2000. Os nulos representaram 13,36% (109 mil pessoas), contra 4,83% na eleição anterior. Os brancos pularam de 4,57% para 5,67% (46 mil).<br /><br />— O resultado não chega a ponto de retirar a legitimidade do pleito, mas cabe investigar qual a natureza da insatisfação do eleitorado — avalia Grohmann.<br /><br />Uma das <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/formacao-do-secretariado-de-marchezan-inclui-reforma-administrativa-8089961.html">expectativas da votação</a> tinha relação com a proporção dos votos nulos. Com a exclusão de candidatos da esquerda da disputa, os eleitores desse campo passaram as últimas semanas em um debate ferrenho sobre como se comportar diante da urna. Uma parte defendia com fervor a anulação do voto, por considerar <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2016/10/quem-ganhou-e-quem-perdeu-nas-eleicoes-no-rs-e-o-impacto-em-2018-8095594.html">Melo e Marchezan</a> igualmente intragáveis. Um outro grupo estridente propunha votar no atual vice-prefeito, por considerar o candidato tucano mais ameaçador. No fim das contas, tudo indica que os votos dos partidários de Luciana Genro (PSOL) e Raul Pont (PT) se pulverizaram.<br /><br />O voto nulo avançou, mas não de forma tão acentuada: cresceu de 8,88% para 13,36% do primeiro para o segundo turno. Melo também cresceu, mas não arregimentou uma quantidade avassaladora dos votos da esquerda — ganhou cerca de 80 mil votantes extras no segundo turno, enquanto os dois candidatos de esquerda tiveram 215 mil eleitores em 2 de outubro. Para comparar, Marchezan avançou em 190 mil votos.<br /><br />— Os números apontam que a esquerda se dividiu, uma divisão que já aparecia com muita clareza nas discussões — diz Mercedes Cánepa.<br /><br /><br /><br /><b>Indiferença — ou protesto — também se repetiu no resto do país</b><br /><br />Porto Alegre teve uma quantidade histórica de nulos, brancos e abstenções, mas não foi um caso isolado no país. O segundo turno foi marcado pela indiferença ou o protesto dos eleitores em outras metrópoles importantes.<br /><br />No Rio de Janeiro, os índices foram superiores aos da capital gaúcha. Os votos em branco ficaram ligeiramente abaixo (4,85% contra 5,67%), mas os cariocas optaram com muito mais avidez pela anulação ou a abstenção. Deixaram de comparecer à urna, na Cidade Maravilhosa, 26,85% dos eleitores. Os nulos foram 15,90%. No total, mais de 2 milhões de habilitados a votar não escolheram nenhum dos candidatos — 300 mil a mais do que a <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2016/noticia/2016/10/crivella-derrota-freixo-no-segundo-turno-8087580.html">votação do vencedor, Marcelo Crivella</a> (PRB).<br /><br />Se em Porto Alegre os números são explicados pela parecença entre as opções, no Rio a situação era oposta. Os candidatos não podiam ser mais diferentes. Crivella é um bispo licenciado da Igreja Universal, de perfil ultraconservador. Seu oponente, Marcelo Freixo (PSOL), vem da esquerda radical. Entre um e outro, muitos eleitores de centro preferiram nenhum dos dois. Não se sentiram representados.<br /><br />Em maior ou menor grau, o fenômeno repetiu-se em outras capitais, como Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR), que tiveram campanhas marcadas pela virulência. Na cidade paranaense, houve 20,12% de abstenções e 11,45% de nulos. Na metrópole mineira, os índices foram de 22,77% e 15,55%. Somando-se os votos brancos, também em Belo Horizonte o eleito, Alexandre Kalil (PHS), foi superado por larga margem pelos que não votaram em ninguém.<br /><br />Segundo a cientista política Mercedes Cánepa, esse quadro tem a ver com o momento político e econômico do país.<br /><br />— Essa é uma eleição muito difícil de avaliar, porque o processo está desfigurado por ocorrer durante uma recessão e em um momento de exceção, de um impeachment tido por muitos como golpe de Estado.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-45571703051238514072016-11-01T04:41:00.000-07:002016-11-01T04:49:27.133-07:00O VOTO EM NINGUÉM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Resultado de imagem para abstenção iotti" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/21226016.jpg?w=1200&h=630&a=c" height="640" width="618" /></div>
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ZERO HORA 01 de novembro de 2016 | N° 18675<br /><br /><br /><br />EDITORIAL</b><br />
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Somados, os eleitores que não votaram, os que votaram em branco e os que anularam o voto tinham força política para eleger qualquer candidato no pleito municipal concluído no último domingo. Na maioria das capitais e cidades que tiveram um segundo turno eleitoral, os votos em ninguém foram mais numerosos do que os apurados para os candidatos eleitos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 10,7 milhões de pessoas optaram por não chancelar a escolha dos candidatos que governarão seus municípios pelos próximos quatro anos. As razões são variadas, mas convergem para uma evidência inequívoca: o desencanto dos cidadãos com a classe política.<br />
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Evidentemente, muitos desencantados também votaram, talvez mais por acreditar na democracia representativa do que propriamente nos partidos políticos e nos postulantes a cargos públicos. Mas o contingente de não votantes, somado aos eleitores que foram às urnas e renunciaram à escolha, assumiu proporções estarrecedoras. E deixou uma silenciosa, mas eloquente, mensagem de rejeição aos políticos.<br />
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Motivos para isso não faltam: os escândalos de corrupção, a Lava-Jato, os conluios pelo poder, a frágil identi- dade programática dos partidos, as negociatas e a pouca eficiência das administrações públicas, que arrecadam muito, gastam demais e dão retorno insuficiente aos cidadãos. Até mesmo na escolha dos novos prefeitos essa insatisfação ficou clara, pois prevaleceram o discurso apolítico e a opção pelo novo.<br />
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Vitoriosos e derrotados, portanto, têm um mesmo desafio: recuperar a confiança da população. Cabe debater prioritariamente, neste momento, como os eleitos superarão a descrença e governarão com legitimidade, sem ter apoio da maioria de suas populações. O voto em ninguém não pode ser interpretado apenas como manifestação de ressentimento das correntes que não tinham candidatos. É mais do que isso: é um clamor do país por mudança no modo de se fazer política.<br />
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O que não se pode ignorar é que esse voto de desapontamento não deixa de ser um voto pelo Brasil. Ao manifestar com clareza sua frustração, os eleitores estão exigindo novas posturas, ideias mais arejadas, comprometimento com a ética e com o interesse público. Com mais legitimidade ainda, é o que também devem exigir os brasileiros que votaram e elegeram seus candidatos, pois o exercício da cidadania não se esgota no processo eleitoral. Se o voto em ninguém é um alerta, o voto consciente e endereçado é uma credencial irrenunciável de participação.<br />
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA -</b> NESTAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, OS VENCEDORES NÃO REPRESENTAM O POVO. SINAL DE DESENCANTO E DESCONFIANÇA NOS POLÍTICOS, NOS PARTIDOS, NOS GOVERNANTES E NOS REPRESENTANTES LEGISLATIVOS. O povo brasileiro está exigindo punição e banimento dos políticos e partidos corruptos e uma ampla e contundente reforma capaz de resgatar a confiança nos governantes, nos legisladores e nos fiscais.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-44347310108817811132016-10-26T05:21:00.000-07:002016-10-26T05:21:08.406-07:00PARA ONDE VAI O DINHEIRO QUE FALTA PARA OS SALÁRIOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwFx8VaL63bV1Dx4SI6lkCm22B2iPJGou2loqehWsp84O_pkQR_53blAgxJPYyZ0irj6hyphenhyphenNM1-5jxqU5o-Mmlgwa-sOzig2rPGfk9R_De5qpHwbfh0jvaq5YPznCfGOTFsSzeLoxe2TG8/s1600/20043232.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwFx8VaL63bV1Dx4SI6lkCm22B2iPJGou2loqehWsp84O_pkQR_53blAgxJPYyZ0irj6hyphenhyphenNM1-5jxqU5o-Mmlgwa-sOzig2rPGfk9R_De5qpHwbfh0jvaq5YPznCfGOTFsSzeLoxe2TG8/s320/20043232.jpg" width="306" /></a></div>
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ZERO HORA 26 de outubro de 2016 | N° 18670<br /><br /><br />POLÍTICA + | Rosane de Oliveira</b><br /><br /><br /><br /><br />Ao olhar para a receita de impostos, os servidores do Executivo têm dificuldade para entender por que deverão receber no final de outubro menos do que entrou no último dia útil de setembro. A tabela abaixo joga luzes sobre as contas do Estado: de 24 a 31 deste mês, a Secretaria da Fazenda vai pagar contas que somam R$ 740 milhões com o ICMS dos combustíveis, da energia elétrica e das telecomunicações.<br /><br />A maior fatia – R$ 300 milhões – é o duodécimo dos poderes. Vai para a folha de pagamento do Judiciário, do Ministério Público, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e da Defensoria Pública, que recebem em dia. O segundo maior volume de recursos desse bolo será para o custeio da saúde – R$ 184,1 milhões. Há pelo menos R$ 63 milhões de gastos indiretos com servidores (Pasep, contribuição patronal ao IPE Saúde e ao Fundoprev) e R$ 93 milhões em precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPVs), a maioria referentes a sentenças em ações transitadas em julgado, movidas por funcionários ativos e inativos.<br /><br />Para pagar a primeira parcela dos salários, no dia 31, o governo vai contar com repasses federais e avançar sobre o caixa único, usando recursos de estatais e dos outros poderes. Se houver algum resíduo em depósitos judiciais, serão usados até o limite de 95% do saldo, apesar do alto custo desse empréstimo. São R$ 30 milhões neste final de mês em juros pela utilização dos depósitos de terceiros.<br /><br />Alguma dessas contas poderia deixar de ser paga? A Secretaria da Fazenda diz que não. Mesmo que a fonte por onde entra o dinheiro seja a mesma, os poderes têm autonomia orçamentária. Se o governo não repassar, o Judiciário pode bloquear as contas, como faz com parte das RPVs e dos repasses para hospitais.<br /><br />A dívida externa e a extralimite (R$ 50 milhões), que têm a União como avalista, precisam ser pagas, sob pena de bloqueio dos repasses federais. Limpeza de prédios, merenda escolar, comida para presos, combustível para a polícia? Impossível não pagar.<br /><br />O resultado desse cobertor curto é que, mais uma vez, o parcelamento deve atingir quase 100% dos servidores do Executivo. A folha de pagamento rodou com nove faixas (o máximo que o sistema permite), mas a Fazenda não adianta quantas serão pagas no primeiro dia. De acordo com previsões extraoficiais, o valor não deverá ser superior a R$ 500 por matrícula.<br /><br /><b>PRINCIPAIS PAGAMENTOS DE 24 A 31/10</b><br /><br />Serviços de saúde R$ 184,1 milhões<br /><br />Duodécimos dos Poderes R$ 300,5 milhões<br /><br />Precatórios R$ 39 milhões<br /><br />RPVs – Pagamentos R$ 29,7 milhões<br /><br />RPVs – Bloqueio judicial R$ 24 milhões<br /><br />Custo dos depósitos judiciais R$ 30 milhões<br /><br />Dívida externa e extralimite R$ 50,2 milhões<br /><br />Manutenção de estradas (Daer) R$ 16,44 milhões<br /><br />Serviços de limpeza, vigilância, combustíveis e alimentação R$ 26,3 milhões<br /><br />Pasep R$ 12,28 milhões<br /><br />Transporte escolar R$ 11 milhões<br /><br />Autonomia das Escolas R$ 6,32 milhões<br /><br />Merenda escolar R$ 1,08 milhão<br /><br />Fundo de segurança pública R$ 2,4 milhões<br /><br />IRGA R$ 5 milhões<br /><br />IPE Saúde patronal R$ 44,25 milhões<br /><br />Fundoprev patronal R$ 7,61 milhões<br /><br />Bolsas de pesquisas R$ 2,25 milhões</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-30389694687549074782016-10-04T04:48:00.000-07:002016-10-04T04:48:15.271-07:00 O ELEITORADO DESCRENTE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS877M8j_svZMN-KwFd-BUYKOUJd_X6npbV8mlyCyMrKxnR0myZ5wDWpqGpVt8LRwh-WTk8RGr8Wsairu2vY0r10vutS41HntZ7MNdhfGqwbDsnwFid-n-1RPKZzzWk_0rj7yvAjvD0kQ/s1600/cordeiro+povo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS877M8j_svZMN-KwFd-BUYKOUJd_X6npbV8mlyCyMrKxnR0myZ5wDWpqGpVt8LRwh-WTk8RGr8Wsairu2vY0r10vutS41HntZ7MNdhfGqwbDsnwFid-n-1RPKZzzWk_0rj7yvAjvD0kQ/s400/cordeiro+povo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b><br /><br />COMENTÁRIO DO BENGOCHEA </b>- A descrença nos políticos é produto de um povo nada solidário e individualista que trata o voto como instrumento obrigatório ou de vantagem pessoal, ao invés de enxergar no voto um direito social, um instrumento de cidadania e uma "arma" cívica capaz de fortalecer as leis e a justiça na defesa de todos, prover direitos individuais e coletivos, reduzir a tributação exorbitante e gerar melhoria na qualidade de vida das pessoas, das famílias e das comunidades. É culpa também de uma justiça leniente, condescendente e tardia que não consegue punir e nem barrar os políticos corruptos, permitindo que eles continuem na condição de "suspeitos" livre, soltos e impunes na vida pública e concorrendo a cargos públicos sem se intimidar com a lei, com a justiça e com a polícia, favorecidos por imunidades e amplos recursos.<br /><br /><b>ZERO HORA 04 de outubro de 2016 | N° 18651<br /><br /><br /><br />EDITORIAIS</b><br /><br /><br /><br /><br />Em nove capitais brasileiras, o número de votos brancos, nulos e de eleitores que não compareceram às urnas foi maior do que o do candidato que ficou em primeiro lugar nesses municípios. Isso ocorreu, inclusive, nos dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, além de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Cuiabá, Campo Grande e Aracaju. O re-cado dos não eleitores é claro: esse grupo de brasileiros está desencantado com os políticos e com a política da maneira como vem sendo praticada no país.<br /><br />A Operação Lava-Jato, que desnudou o mais amplo esquema de corrupção da administração pública na história da nação, e a participação dos grandes partidos nesse esquema delituoso, especialmente daqueles que vêm ocupando o poder nas últimas décadas, contribuíram fortemente para o sentimento de decepção coletiva. Mas o principal elemento motivador da indiferença política é a dificuldade dos eleitores para identificar bons candidatos entre os pretendentes a cargos públicos, potencializada por discursos e promessas dissociados da realidade.<br /><br />Resgatar a confiança desse eleitorado descrente, portanto, passa a ser o grande desafio dos eleitos. Para isso, os prefeitos e vereadores que logo assumirão seus mandatos precisam focar suas ações e administrações na transparência, na seriedade e no gerenciamento eficaz dos gastos públicos. Devem considerar que o desencanto não se restringe aos eleitores que não votaram ou invalidaram seus votos. Também os cidadãos que apostaram em determinados candidatos exigem honestidade e permanente prestação de contas, para continuar acreditando na representação política como sustentáculo da democracia.<br /><br />Depois do voto, é imprescindível continuar acompanhando e fiscalizando os eleitos, pois os eleitores que se omitiram, querendo ou não, também estão sendo representados por aqueles que votaram por todos.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-44862082696663040352016-10-04T03:56:00.000-07:002016-10-04T03:57:46.361-07:00DESENCANTO EXPRESSO EM NÚMEROS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NC_MUu_VroeETIa5UfPodibShtHdQRI4V2ENEjb7-7Yko7-ys4Fd2zi6HA9zS_7tTdB1vHQduwZn7NdANX1O-IaS5ETf2O8f6tmRqjrgIFyzOI3iVy8hpI88l0Prqa-cu2mTo5Nsee8/s1600/artevotobrancoenulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NC_MUu_VroeETIa5UfPodibShtHdQRI4V2ENEjb7-7Yko7-ys4Fd2zi6HA9zS_7tTdB1vHQduwZn7NdANX1O-IaS5ETf2O8f6tmRqjrgIFyzOI3iVy8hpI88l0Prqa-cu2mTo5Nsee8/s400/artevotobrancoenulo.jpg" width="400" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 04 de outubro de 2016 | N° 18651<br /><br /><br />POLÍTICA + | Rosane de Oliveira</b><br />
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O recado das urnas não poderia ser mais claro: o eleitor brasileiro está descontente com os rumos da política e expressa sua insatisfação deixando de participar do processo eleitoral ou votando nulo ou em branco, mesmo que esse protesto não tenha qualquer efeito prático. O elevado índice de abstenção na maioria dos municípios brasileiros sugere que o fenômeno é generalizado e que tende a se agravar no segundo turno, se os finalistas da eleição não se reciclarem.<br />
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Se em Porto Alegre, com nove candidatos disputando a prefeitura e 600 concorrendo a uma das 36 vagas na Câmara, 382 mil não se sentiram representados, o que esperar do segundo turno, quando será preciso escolher entre dois? Conquistar esses corações e mentes desencantados é o desafio número 1 de quem foi para o segundo turno, não só em Porto Alegre, mas também em Canoas, Caxias do Sul e Santa Maria.<br />
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Ainda que parte dessa abstenção deva ser debitada à desatualização do cadastro e outra às pessoas que estavam foram do seu domicílio, os números são chocantes se comparados aos votos dados aos candidatos. Nelson Marchezan, o primeiro colocado, que teve 213.646 mil votos. O total de abstenções acima da votação do melhor colocado se repetiu em outras 10 capitais, incluindo São Paulo, onde João Doria venceu no primeiro turno. Os brancos e nulos somaram 135 mil em Porto Alegre, número superior à votação do terceiro colocado, Raul Pont.<br />
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Em comparação com 2012, o crescimento das abstenções e dos votos brancos e nulos foi significativo em Porto Alegre. Há quatro anos, foram 199 mil ausentes e 82 mil brancos e nulos.<br />
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O desencanto dos eleitores coincide com um momento de descrédito dos partidos e das instituições relacionadas à política. Pesquisa recente do Ibope mostrou que em uma lista de 18 instituições, os partidos estão em último lugar na escala de confiança dos eleitores. Nessa lista, encabeçada por bombeiros, Igreja e Forças Armadas, os governos, o Judiciário e o Congresso estão na parte de baixo.<br />
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Líderes de diferentes partidos reconhecem que o recado das urnas é inequívoco e que o eleitor exige uma resposta. A maioria, incluindo o presidente Michel Temer, acha que essa resposta é a reforma política.<br />
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Ainda que seja compreensível o desencanto dos eleitores com a política em tempos de Lava-Jato, de impeachment e de promessas vazias, o voto branco ou nulo é um protesto inútil. Além de terceirizar a decisão, quem se omite pode estar contribuindo para a eleição de um candidato menos qualificado.<br />
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4953592327839422970.post-43384235204178730862016-09-23T10:31:00.001-07:002016-09-23T10:31:33.482-07:00POR QUE DEPOR UM GOVERNO TÃO BOM?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para GOVERNO PARA O POVO" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiacZ1n4YZ3clFjuGLrWaaww0nXfOUk03pNUuh7FrVphLujs55ma_hgG-FfWWdZqLAVwPsnUnG98szTqOSE5jURVV2Ieny2NdvHmQHnoxJrozV58d6lugO22YOlG5o8D4HHerYESL-p4lY5/s1600/ESTADO+DE+THOMA+HOBBES.jpg" /><br /><br /><b>ZERO HORA 23 de setembro de 2016 | N° 18642<br /><br /><br />DAVID COIMBRA</b><br /><br /><br /><br />Um governo que faz dobrar o número de empregos na indústria merece ser deposto?<br /><br />Um governo que faz a taxa de mortalidade infantil cair em mais de 50% merece ser deposto?<br /><br />Um governo que faz triplicar o número de venda de livros merece ser deposto?<br /><br />Um governo que propicia aumento de renda per capita em mais de 50% merece ser deposto?<br /><br />Um governo que reduz o índice de analfabetismo em 30% merece ser deposto?<br /><br />Um governo que faz com que o volume de exportações aumente mais de 20 vezes merece ser deposto?<br /><br />Um governo que aumenta a rede de estradas asfaltadas no país em mais de 15 vezes merece ser deposto?<br /><br />Um governo que faz o país crescer mais do que qualquer outro país do mundo merece ser deposto?<br /><br />Merece.<br /><br />Esse governo, o governo dos índices que apresentei acima, foi o governo militar.<br /><br />Para você ver como os números são escorregadios. Você toma uma estatística e joga com ela como bem entender, sobretudo em um país do tamanho do Brasil.<br /><br />Você pode também usar exemplos particulares, para tornar a coisa mais humana. Depoimentos pessoais geram convenientes reações emotivas. Eu, por exemplo: neto de um sapateiro que teve de aprender a fazer contas sozinho, filho de uma professora primária que tinha de sustentar três filhos, sem contar com pensão, eu, oh, que vida dura, só estudei em escola pública e fiz faculdade graças a um programa do governo federal. E a minha mãe, a tal professora primária, só conseguiu comprar nosso apartamento no IAPI graças a um programa do mesmo governo federal.<br /><br />Que governo benfazejo foi esse?<br /><br />O governo militar.<br /><br />Então, o governo militar não foi maravilhoso?<br /><br />Não.<br /><br />Foi péssimo.<br /><br />Porque o governo militar, ao funcionar como uma ditadura, corroeu o país por dentro. A ditadura por princípio é ruim, e não apenas por ser totalitária, mas por tirar do cidadão a responsabilidade pela formação do Estado. Quem manda é o ditador; logo, a responsabilidade é dele. O cidadão olha para cima, para onde ele acha que se assenta o Estado, e lava as mãos. O cidadão apenas se queixa.<br /><br />Um governo não pode pretender ser a salvação de um país. Basta o governo acreditar que tem essa missão para corromper a sociedade. É a sociedade que se salva, com todas as suas instâncias, com seus instrumentos, com o “sistema”, jamais com o governo. O governo é apenas parte do Estado, é o executivo, que vai gerir o serviço público de acordo com parâmetros já definidos pela sociedade.<br /><br />Um governo populista, como foi o do PT, faz o mesmo tipo de trabalho corrosivo que fez a ditadura, ainda que legitimado pelo voto. O pai Lula. A mãe Dilma. O partido de homens iluminados que defendem o pobre negro da elite branca malvada. Não existe diferença entre essas crenças e a crença no que se chamava de “governo forte”. É esse primitivismo que amassa o Brasil.<br /><br />O Brasil não tem que esperar por um bom governo. O Brasil não necessita de um bom governo. O Brasil precisa desconfiar de todos os governos.</div>
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