FOLHA.COM 29/06/2014 15h49
Condenado por improbidade, Arruda oficializa candidatura a governo do DF
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA
O ex-governador José Roberto Arruda foi confirmado neste domingo (29) candidato ao governo do Distrito Federal na chapa encabeçada pelo PR. A definição coube à Executiva do partido que anunciou a decisão na convenção regional da sigla na manhã deste domingo.
Condenado por improbidade administrativa no ano passado, Arruda afirmou, em seu discurso neste domingo, que foi vítima de um "golpe orquestrado pelos adversários". Diante de milhares de pessoas que se espremiam dentro e fora de um ginásio de esportes em Taguatinga (DF), o ex-governador afirmou que irá provar sua inocência.
Líder das intenções de voto no DF, Arruda deverá ter cerca de 5 minutos de propaganda no rádio e na televisão. Sua coligação será composta por PRTB, PR, PTB, PMN e DEM.
Sergio Lima/Folhapress
José Roberto Arruda ao lado de Weslian Roriz e do senador Gim Argello
Em 2010, Arruda se tornou o primeiro governador a ser preso. Na ocasião, era filiado ao DEM. Ele ficou na cadeia por dois meses. O governador estava sendo investigado por envolvimento em esquema de caixa dois e distribuição de propina no DF, no que ficou conhecido como "mensalão do DEM". Sua prisão decorreu de denúncia de que ele tentou subornar uma testemunha do caso.
A pressão contra Arruda havia aumentado com a divulgação, em 2009, de um vídeo em que ele recebia dinheiro em espécie de um dirigente de uma estatal do DF. O episódio havia ocorrido em 2005, quando Arruda era deputado federal.
Arruda deixou o DEM para evitar a expulsão e o Tribunal Regional Eleitoral do DF cassou o seu mandato de governador por infidelidade partidária.
CANDIDATURA
A nova candidatura de Arruda só foi confirmada na última terça-feira (24) quando o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho determinou a suspensão de um julgamento que aconteceria no dia seguinte e poderia tornar Arruda inelegível.
O julgamento analisaria recurso de Arruda a decisão de primeira instância que condenou o ex-governador por improbidade administrativa devido ao seu envolvimento no mensalão do DEM.
Como o candidato só sofreu condenações na Justiça de primeira instância, ele ainda não está inelegível, de acordo com as regras da Ficha Limpa. Ele ficará impedido de concorrer se a condenação for mantida pelo STJ –ou seja, na segunda instância– antes do registro da candidatura, que pode ser feita até o dia 5 de julho.
Se Arruda for condenado em segunda instância após registrar sua participação nas eleições, o Ministério Público poderá solicitar a anulação da candidatura de Arruda, mas não é certo que ela seja impugnada. Não há jurisprudência na Justiça Eleitoral sobre a derrubada de candidatos que só foram condenados após se inscreverem formalmente no pleito.
"Há quatro anos fui tirado do governo, preso, humilhado e execrado pela opinião pública. E tudo isso aconteceu quando estávamos no melhor momento do governo", afirmou Arruda. "Posso provar hoje a minha inocência."
De acordo com pesquisa do instituto Veritá, divulgada no início de junho, o ex-governador aparece com 26,5%. das intenções de voto. Atrás dele, aparece o atual governador, Agnelo Queiroz (PT), com 13% das intenções de voto. Em terceiro, vem o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), com 8,7%.
A pesquisa entrevistou 2.227 pessoas no DF entre 3 a 6 de junho. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
Condenado por improbidade, Arruda oficializa candidatura a governo do DF
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA
O ex-governador José Roberto Arruda foi confirmado neste domingo (29) candidato ao governo do Distrito Federal na chapa encabeçada pelo PR. A definição coube à Executiva do partido que anunciou a decisão na convenção regional da sigla na manhã deste domingo.
Condenado por improbidade administrativa no ano passado, Arruda afirmou, em seu discurso neste domingo, que foi vítima de um "golpe orquestrado pelos adversários". Diante de milhares de pessoas que se espremiam dentro e fora de um ginásio de esportes em Taguatinga (DF), o ex-governador afirmou que irá provar sua inocência.
Líder das intenções de voto no DF, Arruda deverá ter cerca de 5 minutos de propaganda no rádio e na televisão. Sua coligação será composta por PRTB, PR, PTB, PMN e DEM.
Sergio Lima/Folhapress
José Roberto Arruda ao lado de Weslian Roriz e do senador Gim Argello
Em 2010, Arruda se tornou o primeiro governador a ser preso. Na ocasião, era filiado ao DEM. Ele ficou na cadeia por dois meses. O governador estava sendo investigado por envolvimento em esquema de caixa dois e distribuição de propina no DF, no que ficou conhecido como "mensalão do DEM". Sua prisão decorreu de denúncia de que ele tentou subornar uma testemunha do caso.
A pressão contra Arruda havia aumentado com a divulgação, em 2009, de um vídeo em que ele recebia dinheiro em espécie de um dirigente de uma estatal do DF. O episódio havia ocorrido em 2005, quando Arruda era deputado federal.
Arruda deixou o DEM para evitar a expulsão e o Tribunal Regional Eleitoral do DF cassou o seu mandato de governador por infidelidade partidária.
CANDIDATURA
A nova candidatura de Arruda só foi confirmada na última terça-feira (24) quando o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho determinou a suspensão de um julgamento que aconteceria no dia seguinte e poderia tornar Arruda inelegível.
O julgamento analisaria recurso de Arruda a decisão de primeira instância que condenou o ex-governador por improbidade administrativa devido ao seu envolvimento no mensalão do DEM.
Como o candidato só sofreu condenações na Justiça de primeira instância, ele ainda não está inelegível, de acordo com as regras da Ficha Limpa. Ele ficará impedido de concorrer se a condenação for mantida pelo STJ –ou seja, na segunda instância– antes do registro da candidatura, que pode ser feita até o dia 5 de julho.
Se Arruda for condenado em segunda instância após registrar sua participação nas eleições, o Ministério Público poderá solicitar a anulação da candidatura de Arruda, mas não é certo que ela seja impugnada. Não há jurisprudência na Justiça Eleitoral sobre a derrubada de candidatos que só foram condenados após se inscreverem formalmente no pleito.
"Há quatro anos fui tirado do governo, preso, humilhado e execrado pela opinião pública. E tudo isso aconteceu quando estávamos no melhor momento do governo", afirmou Arruda. "Posso provar hoje a minha inocência."
De acordo com pesquisa do instituto Veritá, divulgada no início de junho, o ex-governador aparece com 26,5%. das intenções de voto. Atrás dele, aparece o atual governador, Agnelo Queiroz (PT), com 13% das intenções de voto. Em terceiro, vem o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), com 8,7%.
A pesquisa entrevistou 2.227 pessoas no DF entre 3 a 6 de junho. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - "Uma nação sem justiça perece, mesmo que seja grande" é um ditado que cai bem diante de uma justiça caríssima para os cofres públicos, mas leniente, morosa e sem força para processar, julgar, punir e deter os acusados de corrupção. E anda tem gente que vota, apoia, compartilha, coliga e integra um partido com políticos condenados por corrupção.