VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

CRÔNICA DE UMA MORTE ANÚNCIADA

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ZERO HORA 23 de dezembro de 2016 | N° 18722. EM DIA


VINICIUS OCHOA PIAZZETA




Ainda que o título desta minha última coluna em 2016 remeta à célebre obra de Gabriel Garcia Márquez, não pretendo traçar maiores paralelos entre a morte de Santiago Nasar e a morte do “velho” Brasil, mesmo que a ideia seja bastante sedutora.

O ano vai chegando ao fim e gostaria de poder conversar com os leitores um pouco também sobre o Natal, seu significado e algumas reflexões sobre o crescente nacionalismo e egoísmo no mundo, ou ainda sobre o aspecto da data simbolizar também um momento de nascimento.

A vida é feita de escolhas, afinal, e o ano vai chegando ao fim legando-nos a inescapável conclusão de que muitas das opções feitas se mostraram equivocadas.

Um dos anos mais conturbados da história política e econômica do país. A destituição de mais um presidente da República, a recessão mais forte desde a quebra da bolsa em 1929, a prisão de congressistas, a escalada da inflação, o drible do presidente do Senado em um oficial de justiça, nosso Supremo Tribunal, sem falar nas quase 40 fases da Operação Lava-Jato, acrescidas das recentes movimentações do governo federal em revisitar a CLT, publicar programa de parcelamento de débitos tributários, e algumas outras, acabam impondo-se como assunto em todas as rodas de conversa que tenho participado, o que julgo auspicioso para o futuro.

No âmbito estadual, igualmente as coisas andam movimentadas. Sou um defensor do Jardim Botânico e tantas outras causas e iniciativas nobres; contudo, o fato é que o velho Brasil estava com sua morte anunciada e fizemos nada, ou muito pouco para reverter o quadro que nos trouxe até aqui, a essas difíceis decisões. Será preciso reconstruir o país, o Estado e o município em 2017.

E o único caminho para tanto é um engajamento cívico da população. Ativo e prévio à publicação das leis! Um interesse e uma participação maior nos assuntos econômicos, legais e tributários. Afinal, tudo é construído com o nosso dinheiro (contribuintes). Os ingleses pagam algo em torno de 710 reais por ano para manter a BBC, e há protestos regulares quanto a essa obrigatoriedade, por exemplo. Discussões assim são a verdadeira essência da cidadania, prática há muito esquecida ou negligenciada em terras brasileiras. Pelo que desejamos pagar?

Se o velho Brasil morreu de fato em 2016 e um novo Brasil precisa ser construído, somos nós, cidadãos, que deveremos tomar a trolha, o maço e o cinzel em nossas mãos. Feliz Natal a todos os leitores e a suas famílias e que todos façamos as melhores escolhas no ano que vai nascer.

 PRESIDENTE DA PACTUM CONSULTORIA EMPRESARIAL

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