VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 12 de abril de 2009

A ELITE IRRESPONSÁVEL E OMISSA



Não deixem de ler o artigo do escritor Percival Puggina, publicado em ZH deste domingo de páscoa, onde referencia a fala do Senador Senador Cristovam Buarque que, na tribuna do Senado, sugeriu um plebiscito para que a população decida sobre se o Congresso deve ou não ser fechado.

Disse o Senador: “As razões não são apenas as dos escândalos. São as razões da inoperância e são as razões do fato de que estamos hoje numa situação de total disfunção diante do poder. De um lado, tem as medidas provisórias do Executivo e, de outro, as medidas judiciais do Judiciário. Nós somos quase que irrelevantes”.


Como bem aborda o autor do artigo, o nosso parlamento desanda "em nossa combalida democracia, por culpa de uma elite que só o vê como palco do jogo de interesses e conveniências, de um modelo institucional que há um século não consegue produzir algo melhor do que isso mesmo, e de um plenário que se abaixa até mostrar os fundilhos."

Temos que concordar com ele que "o maior escândalo do parlamento brasileiro, contudo, não está nas más condutas, nos abusos e nos descontroles. Não está, tampouco, no instituto das medidas provisórias nem na invasão de competência por vezes promovida pelo Judiciário. Esses dois conjuntos de embaraços apontados pelo senador, bem como a compra da base de apoio com dinheiro (mensalão) ou com os rotineiros cargos, favores e emendas parlamentares são consequência do problema institucional brasileiro."

Está sim na necessidade de mudar "as regras do jogo", uma urgente "reforma política" que "depende exclusivamente deles, dos congressistas, acabar com a própria irrelevância, corrigir os vícios do sistema, conferir nobreza à sua função e atribuir responsabilidades ao poder que integram."

Diante da verdade de que "cada povo tem o governo que merece, não é menos verdade que cada povo tem o sistema de governo que suas elites preferem. A inteligência brasileira, infelizmente, não vai além dessa geringonça que temos aí."

Portanto, "não se espere do cidadão comum, do homem da rua, que aponte as origens das mazelas que observa nem que conceba modelos institucionais para corrigi-las. Isso cabe à elite política, acadêmica, cultural. E ela é, hoje, nosso maior problema."

Assim, é a inércia desta elite política, acadêmica e cultural (aquela parte da sociedade que faz as revoluções) que tolera e fomenta as divergências, a desarmonia, os descalabros e as omissões nos Poderes de Estado, a ganância tributária, a insegurança pública e jurídica, as anarquias institucionais, a constituição corporativista, as alterações na lei para atender privilégios, os altos salários pagos à corte de Brasília, a justiça morosa, a violência, a impunidade e as brechas que a lei oportuniza aos poderes paralelos, oportunistas e criminosos.

É justamente esta parte da sociedade o maior problema brasileiro.

Nenhum comentário: