VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

VOTO ZERO - Deputados e Senadores enriquecem durante o mandato que o povo lhes confia.


Um salto de R$ 18 milhões

Deputados e senadores que concorrem às prefeituras dizem à Justiça Eleitoral que o valor de seus bens cresceu 20% entre 2006 e 2008. Paulo Maluf ainda é o mais rico: R$ 39 milhões de patrimônio. Djalma Berger adquiriu R$ 4 milhões em bens em apenas dois anos - Sofia Fernandes
Os 85 parlamentares candidatos às prefeituras nas eleições de outubro enriqueceram mais de R$ 18 milhões em apenas dois anos. A comparação dos bens declarados à Justiça Eleitoral em 2006 e em 2008 mostra que esses parlamentares receberam incremento médio de 20% em seu patrimônio.

Mesmo descontada a inflação de 9,74% entre junho de 2006 e junho de 2008, medida pelo IPCA, os parlamentares garantiram um acréscimo de mais de R$ 9 milhões. Propriedades rurais, imóveis e ações em empresas encabeçam a lista dos bens que mais engordaram o saldo dos aspirantes à prefeitura.

Os dados levantados, com exclusividade pelo Congresso em Foco, são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de alguns cartórios eleitorais. Estão na lista 83 deputados e dois senadores (Patrícia Saboya, candidata à prefeitura de Fortaleza, e Marcelo Crivella, do Rio de Janeiro), de todos os estados, exceto Roraima, Mato Grosso do Sul e Sergipe.



Grandes evoluções

Entre os 85 parlamentares candidatos, 56 enriqueceram nesses dois anos de Congresso (ver a lista completa). O caso mais expressivo é do deputado Djalma Berger (PSB/SC), candidato à prefeitura de São José, que acrescentou R$ 4 milhões ao valor declarado à Justiça Eleitoral.

Quando se candidatou a uma cadeira da Câmara dos Deputados, em 2006, o então secretário de obras de Florianópolis declarou possuir pouco menos de R$ 1,5 milhão. Agora, Berger diz possuir um patrimônio de mais de R$ 5,5 milhões. Em dois anos, aumentou 286% o valor dos seus bens declarados, o que o torna o terceiro parlamentar candidato mais rico, atrás de Paulo Maluf (PP-SP) e Reinaldo Nogueira (PDT-SP).

Berger afirma que a evolução se deve à natural valorização do seu patrimônio. “Não houve compra nesse período. Os bens são os mesmos, atualizados no valor de mercado”, justifica. Créditos a receber de empresas somam mais de R$ 3 milhões do valor declarado.

A deputada Bel Mesquita (PMDB-PA) é a segunda que mais enriqueceu. Seu patrimônio foi turbinado em mais de R$ 3,5 milhões. Segundo a assessoria parlamentar da candidata à prefeitura de Parauapebas, a declaração de 2006, que somava R$1 milhão de bens, não incluiu as milhares de cabeças de gado que hoje, devidamente declaradas, valem R$ 2,5 milhões. De acordo com a assessoria, a deputada havia retificado a declaração de 2006, incluindo o gado, mas a Justiça Eleitoral não atualizou os dados. A deputada é hoje a sexta candidata mais rica entre os parlamentares.

Novos milionários

O deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), candidato à prefeitura de Marabá, teve a evolução mais espetacular de todos os candidatos: saltou dos cinco para os sete dígitos. Seu patrimônio cresceu 1.829%. Se em 2006 ele listava R$ 80 mil em bens, hoje ostenta R$ 1,55 milhão.

O deputado afirma que o aumento espantoso se deve à inclusão de residência, em Marabá, que acabou ficando de fora da declaração de 2006. “A casa é da mulher, mas incluí na declaração deste ano para evitar confusão”, diz Bentes. Sozinho, o imóvel vale R$ 1,50 milhão. Bentes atribui o elevado valor da propriedade à especulação imobiliária da região. “Em Marabá, os terrenos e imóveis valorizam demais.”

Além de Asdrúbal Bentes, mais três parlamentares candidatos tornaram-se milionários. Leonardo Quintão (PMDB-MG), candidato à prefeitura de Belo Horizonte, saiu da casa dos R$ 900 mil para a dos R$ 1,8 milhão. O deputado ACM Neto (DEM-BA), candidato à prefeitura de Salvador, evoluiu de R$ 820 mil para R$ 1,6 milhão. Fechando o clube dos novos milionários, Neucimar Fraga (PR-ES), candidato à prefeitura de Vila Velha, contava com R$ 446 mil e hoje tem declarado R$ 1,1 milhão.

Leonardo Quintão afirma que grande parte dos bens declarados vem da valorização do capital social da empresa Sinai Agropecuária, da qual tem ações. A assessoria parlamentar de ACM Neto afirma que a evolução do patrimônio do deputado está compatível com seus rendimentos como deputado.

Um membro do Congresso ganha, todos os meses, R$ 16.512,09, além do 13º, 14º e 15º salário. Tem direito ainda a R$ 15 mil de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio-moradia, pouco mais de R$ 4 mil de cota postal e telefônica, passagens aéreas no valor entre R$ 4 mil e R$ 16 mil (a depender do estado de origem) e de R$ 60 mil para contratar funcionários no gabinete.

Os auxiliares de ACM Neto acrescentaram que a venda de um imóvel e o carro que ganhou de presente do pai teriam ajudado no aumento do valor.

Já Neucimar Fraga explicou todos os seus bens declarados estão financiados. “Nada que tenho está quitado”, afirmou.

Ganhos e perdas

O mais rico continua o mais rico. O deputado Paulo Mafuf, candidato à prefeitura de São Paulo, declarou neste ano R$ 39,2 milhões. Em 2006, seu patrimônio era de R$ 38,9 milhões, o que significa um crescimento de 1%.

Na esteira dos ricos veteranos cada vez mais ricos, está também o deputado Ilderlei Cordeiro (PPS-AC), candidato à prefeitura de Cruzeiro do Sul. Em 2006, declarou R$ 1,5 milhão e, neste ano, elevou a lista de bens até o valor de R$ 5,3 milhões, uma valorização de 207%.

O deputado Reinaldo Nogueira (PDT-SP), candidato à prefeitura de Indaiatuba, teve crescimento de 56% do patrimônio. Com R$ 5,5 milhões há dois anos, hoje ostenta propriedades rurais no valor R$ 8,5 milhões. Ilderlei e Nogueira deputados foram procurados pela reportagem, mas não foram localizados.

Na contramão dos que faturaram nos dois anos de legislatura, está o deputado Carlos de Souza (PP-AM), candidato a vice-prefeito de Manaus. Segundo sua declaração, ele perdeu R$ 900 mil de seus bens, que antes somavam R$ 1,5 milhão. O deputado, que está em campanha, não foi encontrado. Seu telefone estava desligado.


Fonte: Congresso em Foco - 01/08/2008

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