ZERO HORA 28 de maio de 2016 | N° 18537
EDITORIAL
O Supremo Tribunal Federal é o último refúgio da cidadania. Não pode se dobrar a pressões nem transigir com qualquer tipo de ilegalidade.
Seria
ingenuidade imaginar que a Operação Lava-Jato vá acabar com a corrupção
no país, mas a cada nova etapa da investigação comandada pelo juiz
Sergio Moro, com participação ativa do Ministério Público e da Polícia
Federal, corruptos e corruptores sentem-se mais acuados. Esta angústia
da indecência pode ser percebida nos altos escalões da administração
pública, especialmente entre os políticos que estão sendo investigados
ou que têm algum tipo de envolvimento com práticas ilícitas.
As últimas gravações de conversas entre autoridades suspeitas revelam não apenas o pânico das delações como também a busca do foro privilegiado como uma tábua de salvação. Nesse sentido, chama a atenção o empenho de alguns políticos em alardear intimidade com ministros do Supremo Tribunal Federal, bravata que os magistrados rejeitam com veemência, como fez o ministro Luís Roberto Barroso, em recente fórum de debates promovido pela revista Veja. “É impensável supor que alguém tenha a capacidade de paralisar as investigações. Ou que qualquer pessoa pode ter acesso ao Supremo para parar as investigações. O ministro que chega ao Supremo só responde à sua biografia e a mais ninguém” – garantiu em nome de seus colegas de toga.
É essencial que seja assim. Como guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal é o último refúgio da cidadania. Não pode se dobrar a pressões nem transigir com qualquer tipo de ilegalidade. Se os políticos estão inconformados com institutos legais, como a delação premiada nos moldes em que vem sendo executada pelos operadores da Lava- Jato, ou com a prisão de condenados em segunda instância, é à Corte Suprema que devem recorrer. Como ambas as demandas já foram apreciadas e chanceladas pelo tribunal superior, resta-lhes andar na linha para que não sejam flagrados em malfeitorias.
Vale para homens públicos e para todos os demais cidadãos, pois o que precisa mudar no país não é legislação, mas sim a mentalidade daqueles que ainda pensam que a corrupção continuará sustentada na impunidade. O apoio inequívoco da sociedade à Operação Lava-Jato mostra que os brasileiros, com as exceções referidas, escolheram o caminho da honestidade e da decência para reconstruir o país.
As últimas gravações de conversas entre autoridades suspeitas revelam não apenas o pânico das delações como também a busca do foro privilegiado como uma tábua de salvação. Nesse sentido, chama a atenção o empenho de alguns políticos em alardear intimidade com ministros do Supremo Tribunal Federal, bravata que os magistrados rejeitam com veemência, como fez o ministro Luís Roberto Barroso, em recente fórum de debates promovido pela revista Veja. “É impensável supor que alguém tenha a capacidade de paralisar as investigações. Ou que qualquer pessoa pode ter acesso ao Supremo para parar as investigações. O ministro que chega ao Supremo só responde à sua biografia e a mais ninguém” – garantiu em nome de seus colegas de toga.
É essencial que seja assim. Como guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal é o último refúgio da cidadania. Não pode se dobrar a pressões nem transigir com qualquer tipo de ilegalidade. Se os políticos estão inconformados com institutos legais, como a delação premiada nos moldes em que vem sendo executada pelos operadores da Lava- Jato, ou com a prisão de condenados em segunda instância, é à Corte Suprema que devem recorrer. Como ambas as demandas já foram apreciadas e chanceladas pelo tribunal superior, resta-lhes andar na linha para que não sejam flagrados em malfeitorias.
Vale para homens públicos e para todos os demais cidadãos, pois o que precisa mudar no país não é legislação, mas sim a mentalidade daqueles que ainda pensam que a corrupção continuará sustentada na impunidade. O apoio inequívoco da sociedade à Operação Lava-Jato mostra que os brasileiros, com as exceções referidas, escolheram o caminho da honestidade e da decência para reconstruir o país.
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