VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

BARGANHA NACIONAL - DEPENDÊNCIA DE DOAÇÕES, DESENCANTO, FAVORES AFASTAM POLÍTICOS DA POLÍTICA


ADEUS ÀS URNAS. Varejo e barganha afastam políticos da disputa eleitoral. Dependência de doações, desencanto e favores miúdos causam insatisfação - MARCIELE BRUM - Zero Hora - 09/04/2010 (resumo da notícia)- Charge do Iotti.

A receita de sucesso nas urnas combina geralmente três ingredientes: capacidade de captar dinheiro, esforço físico para cruzar o Estado num final de semana e vontade de saciar eleitores. As exigências do sistema eleitoral brasileiro têm levado políticos a desistir de concorrer em eleições.

Na quarta-feira, foi o que ocorreu com Alberto Oliveira (PMDB), deputado estadual de primeiro mandato. Em 12 de março, o deputado paulista José Eduardo Cardozo (PT) decidiu abandonar a reeleição para a Câmara. Antes dele, parlamentares já tinham começado a anunciar o fim de carreiras. Em 2006, Flavio Koutzii (PT) mostrou-se desiludido com o escândalo do mensalão e resolveu deixar a Assembleia Legislativa. Apesar de cada um ter uma lista de motivos, a desilusão com o jeito de fazer política no Brasil é evidente.

– A eleição se torna um processo cada vez mais complexo e caro. Muitos não querem pagar o preço. Gasta-se tempo para construir coalizões. Tudo é complicado – diz o cientista político Murillo de Aragão.

– As regras eleitorais existentes hoje tornam cada vez mais difícil que pessoas decentes cheguem ao parlamento. A raiz do problema é o fato de o brasileiro votar em pessoas. Para se eleger, é preciso criar feudos no Interior, mantidos por meio da concessão de agrados, como verbas de emendas e empregos. – Marcos Rolim

Essa insatisfação transparece na carta de despedida de Cardozo. Em trecho do documento, afirma já não se sentir “confortável em disputas onde os recursos financeiros cada vez mais decidem o sucesso de uma campanha, onde apoios eleitorais não são obtidos pelo convencimento político de ideias, pelo programa ou pela própria atuação do candidato proporcional, mas quase sempre pelo quanto de ‘estrutura’ financeira ele pode distribuir”.

A falta de um exército de cabos eleitorais é uma das causas da derrota apontada pelo ex-deputado federal Luis Roberto Ponte (PMDB), que não conseguiu a reeleição em 1994. Após o episódio, não concorreu mais. Ex-secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, ele nunca teve uma rede formal de apoiadores. Participou da Constituinte como parlamentar para defender propostas. O recado foi dado pelas urnas.

“A vida de político não é fácil”

"A legislação eleitoral, porém, impõe um custo financeiro e político alto. Hoje, a sociedade tem avaliado o político pelo nível mais baixo. A vida pública não tem feito justiça com a grande maioria das pessoas. A vida de político não é fácil. A política brasileira tem de se fazer valorizar com o debate de temas relevantes. Ficar só em questão de cargos e de liberação de emenda desvaloriza a vida parlamentar. Diminui a importância da política em si. É uma política de barganha nacional."- Alberto Oliveira, Dep. Est RS.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se varejo e barganha vigentes na política brasileira deixam insatisfeitos os próprios políticos, que estímulo tem o povo para votar, avalizar e confiar neste sistema falido? O Brasil precisa mudar esta constituição esdrúxula, corporativista, recheada de benevolências e privilégios, tomada por dispositivos alheios a uma carta-magna, dominada pela centralização de poder, remendada por interesses escusos e contrários ao interesse coletivo, paz social e bem estar do povo. Urge uma nova constituição mais enxuta e sem privilégios; uma constituição que de poder e autonomia à unidade federativa do Estado; fortaleça os tribunais regionais de justiça; comprometa e harmonize os instrumentos de coação justiça e cidadania nas questões de ordem pública; e promova direitos e deveres equivalentes dando supremacia ao direito coletivo e evitando medidas alternativas ou baseadas na convicção pessoal da autoridade detentora da decisão.

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