VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vereadores gaúchos usam curso para viajar com dinheiro público




Diária de viagem para curso de administração chega a R$ 500.
Vereador grava proposta que inclui churrasco e 'mulheres'. Do G1, com informações do Jornal Hoje - Reportagem de Giovanni Grizotti.

Vereadores e assessores de pelo menos quatro cidades gaúchas participam esta semana de um curso em Criciúma, Santa Catarina. As diárias para viagens chegam a R$ 500.

Veja o site do Jornal Hoje o vídeo da notícia

Abordados pela reportagem do Jornal Hoje, os parlamentares evitaram falar. Até quem vai perder o cargo em breve, está na cidade. “Eu não fui reeleito, mas vou trabalhar com a administração que inicia em primeiro de janeiro”, justifica o vereador de Cidreira, Valtair Cândido (DEM).

“Tu é abusado! Tu viu nós fora do curso em horário do curso?”, irritou-se a vereadora Maria Vicentina da Silva (PMDB), também de Cidreira.

O turismo de vereadores já foi denunciado há dois anos. Na época, um grupo de parlamentares aproveitou as aulas para fazer compras no Paraguai e visitar Foz do Iguaçu.

Para a União dos Vereadores Gaúchos, os parlamentares não precisam viajar para se especializar. Só hoje em Porto Alegre acontecem quatro cursos.

"Não justifica sair do estado para fazer curso de formação pessoal, de formação de Câmaras porque o estado do Rio Grande do Sul semanalmente oferece cursos para essas áreas", diz o procurador jurídico da entidade, Silomar Garcia.

Um vereador do interior gaúcho, que fez a denúncia, recebeu proposta para viajar a Corbélia, no Paraná, a convite de um parlamentar de lá e gravou a conversa.

"- Ó, te faço uma proposta: se você pudesse vir com, com seis, aí, eu te dou uma inscrição.

- Tá. a inscrição é quanto, 300?

- 350."

Além de oferecer passeios turísticos, o curso também tinha outras vantagens:

"Pode colocar que vai ter um baile com churrasco, espeto corrido, depois o bailezinho, tá, cara? Depois, temos que aproveitar umas "menina", aí, porque a gente... vereador não tem como, tem que convidar a mulherada."

“Elas [as empresas] proporcionam os mesmos cursos dentro do estado sem custo e os vereadores saem para viajar pra outro estado gastar uma fortuna em diária e na verdade pra fazer dá pra se dizer: festa", diz o vereador que não quis ser identificado.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quem fim deram as outras denúncias do Grizotti sobre os mesmos fatos? Alguém foi preso? Alguém devolveu as diárias? Qual foi a postura do MP, orgão fiscalizador da cidadania e defensor do dinheiro público? Que ação faz o Tribunal de Contas? Quantos foram julgados pelo Judiciário e quantos condenados a uma sentença em cadeia pública? Quantos perderam o cargo e a condição política?

São perguntas que não querem calar diante da persistência dos vereadores em cometer os mesmos crimes sem que sejam punidos. A impunidade ultrapassa a moralidade, levando velhos e novos criminosos a assaltarem o erário diante da inércia dos Poderes, da benevolência das leis e da vergonha e indignação do povo. Enquanto isto as arrecadações recordes em impostos abastecem salários e privilégios nos Poderes de Estado, incluindo aí os vereadores no efeito cascata, deixando a saúde, a segurança e a educação sucateadas e desvalorizadas. A sociedade poderia numa ação popular exigir o fim do voto obrigatório e uma ampla redução do número de parlamentares, dos salários, dos privilégios e da cota orçamentária para o poder legislativo em todos os níveis federativos.

Pois, até quando a sociedade brasileira permitirá tais afrontas sem penalização?

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