VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

LOTEAMENTO DO ESTADO


Loteamento do Estado - Zero Hora Editorial, 30/11/2010

É compreensível que no primeiro escalão dos governos sejam feitas composições entre o político e o técnico, montando uma administração baseada nas alianças partidárias. A situação é ainda mais previsível em governos de coalizão, como o almejado pelo governador eleito Tarso Genro a partir de janeiro. Ainda assim, o loteamento de cargos do segundo escalão para acomodar apadrinhados de políticos, como o que está sendo negociado agora, constitui-se num empreguismo inaceitável.

Numa democracia, os eleitores têm motivos para confiar que candidatos a cargos eletivos busquem votos com base principalmente nos programas de suas legendas. Da mesma forma, a expectativa é de que, depois de eleitos, passem a pautar sua atuação com base nos princípios de suas agremiações, pelas quais concorreram. Infelizmente, a disputa acirrada por mais de quatro dezenas de postos de comando, alguns dos quais envolvendo as principais estatais gaúchas, mostra realidade diversa. O que acontece nesses casos é que os interesses políticos acabam prevalecendo sobre os do bem comum.

Um indício claro das deformações a que esse tipo de prática costuma dar origem é a disputa de poder travada neste período de transição de um governo para outro pelo comando da Fundação CEEE de Seguridade Social. Uma das faces perversas desse tipo de disputa é o fato de, no caso, estarem associadas tanto razões de ordem política quanto de dirigentes sindicais, ligados justamente a profissionais que movem a maior parte das ações contra a estatal de energia elétrica.

Por mais que estas sejam práticas históricas, é mais do que hora de rompê-las, para o bem dos usuários de serviços prestados pelo poder público. É inadmissível que o comando de estatais importantes continue sendo definido mais com base em interesses político-partidários do que em critérios técnicos. O poder público não está aí para atender aos interesses de uns poucos, mas aos da maioria.

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