VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PARA O PAÍS FUNCIONAR



ZERO HORA 3/12/2015 - 18h52min

EDITORIAL





Em entrevista divulgada recentemente pelo canal GloboNews, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa disse ao jornalista Roberto D'Ávila que nem todas as instituições republicanas estão funcionando como deveriam. Destacou que as chamadas instituições reativas, o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário, estão dando conta de suas atribuições. Mas as instituições propositivas, especialmente os poderes Executivo e Legislativo, não estão dando a resposta que a sociedade espera deles. Não há como discordar dessa avaliação. A crise política que se agravou nos últimos dias comprova exemplarmente o mau desempenho desses poderes e de seus atuais comandantes. A presidente da República, agora às voltas com um processo de impeachment, chegou ao nível mais baixo de popularidade em decorrência da crise econômica, do escândalo de corrupção na Petrobras e da administração errática do país. Os presidentes da Câmara e do Senado estão sendo investigados pela Operação Lava-Jato, assim como vários outros parlamentares que integram as duas casas legislativas. Na verdade, não são os poderes que estão contaminados pelo vírus da inoperância: são alguns políticos que os representam _ e que, infelizmente, também nos representam.

O Brasil optou inequivocamente pelo Estado democrático de direito. Tanto a Constituição quanto as leis dela decorrentes têm sido respeitadas desde que o país se democratizou. Mas a democracia não está imune a deformações, entre as quais o famigerado presidencialismo de coalizão que o sistema político nacional incorporou com todos os seus vícios. Também não está livre de pessoas que tentam se apropriar do Estado, que usam a representação e os mandatos em causa própria, que não hesitam em se acumpliciar com a corrupção. Não são os poderes e as funções públicas que estão contaminados pela imoralidade: são os homens e mulheres que os utilizam indevidamente. Para o país funcionar melhor, precisamos não apenas desenvolver mecanismos de controle sobre as instituições, mas também, e principalmente, uma cultura de integridade que efetivamente atinja todos os escalões da administração pública e também setores não governamentais. É sabido que não há corruptos sem haver corruptores. Mas ambos teriam menos espaço de manobra se a sociedade passasse a rejeitar inequivocamente a corrupção, qualquer corrupção, independentemente do tamanho. O princípio da esperteza, do jeitinho e do apadrinhamento é que não pode mais ser tolerado.


INTERATIVIDADE

zerohora.com adianta o editorial que os jornais da RBS publicarão no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 18h de sexta-feira serão selecionadas para publicação na edição impressa. Ao deixar seu comentário, informe nome e cidade.

Editorial diz que a imoralidade não está nas instituições, e sim nos políticos que as deformam. Você concorda?

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