ZERO HORA 20 de abril de 2013 | N° 17408
EDITORIAIS
É compreensível que o governo do Estado se preocupe em utilizar pesquisas de opinião para auscultar angústias e prioridades da população e até para descobrir como os cidadãos percebem o seu desempenho. Neste sentido, a pesquisa contratada pelo Palácio Piratini ao Instituto Foco Opinião e Mercado, que só veio à tona pela iniciativa da Rádio Gaúcha graças à Lei da Transparência, pode ser um instrumento importante para a avaliação e até mesmo para a revisão de políticas públicas. O que causa estranhamento é a inclusão no levantamento de uma questão específica sobre a imparcialidade de Zero Hora, como se fosse o único jornal existente num Estado que possui mais de 300 veículos impressos ou como se a aferição tivesse outro propósito que não o de subsidiar o governo de informações úteis para seu relacionamento com a população.
A secretária de Comunicação Vera Spolidoro, argumenta que a pergunta tem sentido porque, preocupado em “democratizar a comunicação”, o governo tratou de investigar o que a população pensa do jornal mais lido do Rio Grande do Sul. Em primeiro lugar, não é tarefa de um governo intrometer-se numa atividade privada, que já é fiscalizada pelos cidadãos por meio da livre escolha. Só nos regimes autoritários é que os governantes se julgam no direito de tentar interferir no que o público deve ler ou ouvir. Em segundo, a inclusão da pergunta específica sobre ZH desrespeita e desconsidera centenas de outros jornais que circulam no RS.
Numa democracia, veículos privados de comunicação têm amplo direito de fazer suas escolhas editoriais sem qualquer intromissão de governos ou partidos, o que inclui também a opção pela imparcialidade. Este é o caso de Zero Hora, cuja imparcialidade foi referendada pela própria pesquisa. Mas um governo investir recursos públicos para avaliar uma suposta inclinação de um veículo privado – e só um – configura um gesto nada republicano, para usarmos uma palavra tão ao gosto do governador Tarso Genro.
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É compreensível que o governo do Estado se preocupe em utilizar pesquisas de opinião para auscultar angústias e prioridades da população e até para descobrir como os cidadãos percebem o seu desempenho. Neste sentido, a pesquisa contratada pelo Palácio Piratini ao Instituto Foco Opinião e Mercado, que só veio à tona pela iniciativa da Rádio Gaúcha graças à Lei da Transparência, pode ser um instrumento importante para a avaliação e até mesmo para a revisão de políticas públicas. O que causa estranhamento é a inclusão no levantamento de uma questão específica sobre a imparcialidade de Zero Hora, como se fosse o único jornal existente num Estado que possui mais de 300 veículos impressos ou como se a aferição tivesse outro propósito que não o de subsidiar o governo de informações úteis para seu relacionamento com a população.
A secretária de Comunicação Vera Spolidoro, argumenta que a pergunta tem sentido porque, preocupado em “democratizar a comunicação”, o governo tratou de investigar o que a população pensa do jornal mais lido do Rio Grande do Sul. Em primeiro lugar, não é tarefa de um governo intrometer-se numa atividade privada, que já é fiscalizada pelos cidadãos por meio da livre escolha. Só nos regimes autoritários é que os governantes se julgam no direito de tentar interferir no que o público deve ler ou ouvir. Em segundo, a inclusão da pergunta específica sobre ZH desrespeita e desconsidera centenas de outros jornais que circulam no RS.
Numa democracia, veículos privados de comunicação têm amplo direito de fazer suas escolhas editoriais sem qualquer intromissão de governos ou partidos, o que inclui também a opção pela imparcialidade. Este é o caso de Zero Hora, cuja imparcialidade foi referendada pela própria pesquisa. Mas um governo investir recursos públicos para avaliar uma suposta inclinação de um veículo privado – e só um – configura um gesto nada republicano, para usarmos uma palavra tão ao gosto do governador Tarso Genro.
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