ZERO HORA 16 de abril de 2016 | N° 18501
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
Réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de receber dinheiro da corrupção e de ter omitido contas na Suíça, Eduardo Cunha terá seu dia de glória neste domingo, quando comandará a sessão decisiva sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao longo de toda a sexta-feira, Cunha se manteve impávido no centro da Mesa, administrando a distribuição do tempo para os discursos favoráveis e contrários ao impeachment.
A sessão deste domingo pode ser a última decisiva sob a presidência de Cunha. Em troca de uma pena mais branda do que a cassação no Conselho de Ética, Cunha deverá renunciar ao cargo de presidente, se o impeachment for aprovado. Seria uma forma de evitar constrangimentos ao vice-presidente Michel Temer e neutralizar o discurso dos governistas de que, em caso de afastamento de Dilma, ele seria, na prática, o vice-presidente.
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) diz que não há hipótese de Cunha assumir o Planalto nos impedimentos de Temer, exatamente por ser réu.
A situação de Cunha, que já era crítica, ficou pior com a delação premiada do empresário Ricardo Pernambuco Jr., da Carioca Engenharia, que aponta propina de R$ 52 milhões em 36 parcelas para Cunha.
Em 14 páginas, Ricardo Pernambuco Júnior narra com detalhes um encontro com o presidente da Câmara para combinar como seriam feitos pagamentos no Exterior.
Um dos anexos da delação é uma planilha que detalha 22 depósitos somando US$ 4,68 milhões em propinas pagas a Cunha entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014.
O relator do processo contra Cunha no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), promete desfecho do caso até final de maio e diz que ainda não tem convencimento de nada.
ALIÁS
Nos discursos dos deputados de oposição, ficou claro que as pedaladas são apenas um detalhe: as principais acusações à presidente Dilma Rousseff não estão no processo e não foram objeto da defesa.
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