VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - O RECADO DAS URNAS

ANÁLISE POLÍTICA. O recado é claro - BENEDITO TADEU CÉSAR, Cientista político e professor da UFRGS - Zero Hora, 06/10/2010

As urnas falam e seu recado é claro. Além de constituir governos, as eleições existem para que os governados expressem sua aprovação ou desaprovação com as ações dos governantes. De acordo com essa avaliação, os governos e seus titulares são mantidos ou renovados.

Por mais que se afirme que o “brasileiro não sabe votar” ou “tem memória curta”, os resultados são inexoráveis e costumam premiar os bons e punir os maus governantes, segundo o critério dos eleitores.

Cada povo, afirma o adágio, tem o governo que merece. Melhor seria afirmar que cada povo tem o governo que pode ter, de acordo com as condições de sua existência. Pesquisas têm demonstrado que quanto mais escolarizado e informado é um povo e quanto melhores são as suas condições de vida, independentemente da forma das instituições políticas e eleitorais adotadas, mais criteriosas são suas formas de avaliação do desempenho dos políticos e dos governos.

Quando as carências ou os anseios materiais de uma população são altos, mesmo que conquistas sociais importantes estejam em curso, menor é a tendência dos eleitores de exigir transparência no trato da coisa pública. Quando o anseio de desenvolvimento econômico é muito grande, menor tende a ser a preocupação dos eleitores com o controle ambiental.

Sempre que ocorre sintonia entre a vontade popular e as ações dos governos, a tendência é de que os responsáveis sejam eleitos. Quando se desacredita nos governos ou nos políticos com mandato ou, no limite, nas instituições, vota-se nas oposições ou, ainda, vota-se em candidatos absurdos, como forma de escárnio com estas instituições.

Só quando não se acredita no voto ou quando se está indiferente aos rumos de um governo, abre-se mão do direito de votar, abstendo-se, votando em branco ou anulando conscientemente o voto. Sempre se expressa, no entanto, um recado por meio das urnas.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este recado não é de agora. A cada dois anos, ele é repetido sem que alguém do Judiciário ou do Legislativo tome as devidas providências. Há uma omissão conveniente com esta situação estimulado por interesses mútuos. Ou estou errado? Gostaria de estar.

Infelizmente, os partidos continuam a escolher seus candidatos focados na estratégia de captura de votos ao invés de conquistar eleitorado pelo seu programa. Pior, ainda é o Legislativo e o Judiciário continuarem apadrinhando as atuais regras eleitorais mesmo sofrendo descrédito diante da falência do sistema eleitoral brasileiro, das brechas legais, das portas abertas para a eleição de fichas-sujas e da morosidade e divergências das decisões judiciais.

Se estes poderes assumissem suas funções com seriedade e compromisso, os partidos se enquadrariam e o problema seria sanado para o bem de todos e do país.

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