VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

QUEM É O PALHAÇO?


Quem é o palhaço?, por Guilherme Dettmer Drago - Zero Hora, 01/10/2010

Um dos temas centrais desta campanha eleitoral é a candidatura do palhaço Tiririca para deputado federal.

A respeito do tema, temos de ter em mente que o palhaço é diferente do político. Ele está inserido na sociedade como um ser normal, que contribui com o Estado como qualquer outra pessoa. Ele paga seus impostos normalmente e possui, segundo a Justiça Eleitoral, capacidade eleitoral passiva para atuar como representante do povo no Congresso Nacional. Já a maioria dos políticos se mostra como palhaços enrustidos, pois fazem um papel cômico depois de eleitos, legislando em causa própria e pouco se importando com aqueles que os elegeram.

Diante deste estado de coisas, calha perguntar o porquê da perseguição à figura do palhaço Tiririca. Por que estão fazendo uma campanha contra a candidatura dele?

Nós, eleitores, em algumas oportunidades também somos verdadeiros palhaços dos políticos. Quantas vezes já se viram nas ruas protestos do povo com a bolota vermelha no nariz? Os políticos estão revoltados porque esse palhaço conquistou a simpatia popular, e a tendência é de que ele tenha mais de 1 milhão de votos. Nesse caso, quem foi o palhaço (ou palhaços)? O Tiririca é o reflexo da atuação política brasileira: uma piada de mau gosto.

Na verdade, os palhaços são aqueles que não tiveram a capacidade de acabar com a eleição proporcional no Brasil depois de o candidato Enéas ter recebido 1,5 milhão de votos em São Paulo, levando consigo mais cinco candidatos do seu partido.

Até hoje, nossos dignos políticos não tiveram a coragem de aprovar a reforma política para acabar com o coeficiente eleitoral, que dá direito a cadeiras conforme a soma dos votos do candidato.

A justificativa para a manutenção dessa fórmula, segundo a classe política nacional, é fomentar a proteção dos pequenos partidos. Por esse raciocínio, devemos também proteger a candidatura do palhaço, visto que ele está inserido exatamente em um pequeno partido. Afinal, não são os próprios políticos que pedem para que se vote na legenda para somar o maior número de votos?

Seria preferível ver o Tiririca em Brasília aos muitos corruptos que estão hoje no Congresso, que surrupiam diuturnamente recursos destinados à educação, saúde e segurança pública em prol de benefícios próprios.

*Guilherme Dettmer Drago é advogado e mestre em ciências criminais da PUCRS

Um comentário:

Anônimo disse...

a minha opinião é que a proporcionalidade é justa.
Imaginando um cenário em que um candidato qualquer consiga 99% dos votos, significa que 99% dos eleitores confiaram a ele a representatividade no congresso. Mas lá chegando, ele representará menos de 2% dos votos.
Ora, o congresso é para representar o povo. Aquele candidato que obteve 99% dos votos da população não terá como representar de maneira alguma as pessoas que nele votaram, pois no congresso, a votação é por voto unico, não se atribui peso ao voto do congressista de acordo com a votação que ele obteve.
Então, do meu ponto de vista, a proporcionalidade é justa no seu principio, que é dar poder para a população.