VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O MOMENTO DESANIMA, MAS É PRECISO FAZER REFORMAS



JORNAL DO COMÉRCIO 13/10/2015




EDITORIAL


As emoções político-partidárias foram demais na semana que passou. Acusações de contas na Suíça ao impassível presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); "uma página virada", segundo a presidente Dilma Rousseff (PT), na condenação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), das contas federais no ano passado; a não votação dos vetos presidenciais para evitar gastos, segundo o governo federal, astronômicos ao Tesouro; e a autorização, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para abrir investigação que pode impugnar as candidaturas da presidente Dilma Rousseff (PT) e do seu vice, Michel Temer (PMDB), em 2014.

E para tristeza geral, a derrota da antes decantada seleção brasileira de futebol. Jamais a equipe havia estreado com derrota nas eliminatórias de uma Copa do Mundo.

Assim, pode-se usar a frase da moda: foi mesmo "uma semana com tempestade perfeita". No caso político, claro, dependendo de que lado se está. O reajuste dos servidores do Judiciário e a chamada desaposentação não agradam ao governo, pelos R$ 70 bilhões que será o montante dos gastos.
Acalmando o ambiente, ocorreu um fim de semana prolongado, com o feriado de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças.

Não se pode negar, o desânimo que aparece nas pesquisas feitas com industriais, comerciantes e a população em geral tem razão de ser. É muita vigarice sendo descoberta e crimes praticados por quadrilhas organizadas como antes apenas se via em filmes, mas logo se julgando que aquilo era apenas ficção ou que acontecia em outros países, não no Brasil.

Pois, agora, estamos vivenciando uma época de crimes em certos escalões da República, enquanto, na planície da população, a insegurança traz medo da própria sombra.

Então, qual a visão futura que devemos ter sobre uma sociedade melhor para além dos que trabalham com horários e deveres e que clamam por reformas?

Na Câmara dos Deputados e no Senado, espera-se que dois pecados não sejam praticados pelos nossos representantes eleitos: a neutralidade, que pode beirar à covardia cívica; e a apostasia, como ocorreu na semana em que os vetos presidenciais deveriam ser apreciados e não foram, pela falta de quórum dos deputados federais no Plenário em três sessões, mesmo estando na Casa para a sessão conjunta do Congresso Nacional.

E em Lima, Peru, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, repetiu o que os brasileiros sabem de cor e salteado: o Brasil precisa fazer uma série de reformas para voltar a crescer, garantindo melhores condições de negócios, ampliar a qualidade da educação, modernizar as relações trabalhistas e outras alterações que gerem ganhos de produtividade ao País.

Porém, uma das características do povo brasileiro é sempre ter esperança em dias melhores. Hoje, necessitamos de uma lufada de esperança para que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário continuem praticando as suas atribuições legais, infensos às pressões, normais até certo ponto, mas que não podem interferir no que é justo, certo e necessário. Reformas, austeridade, economia com o dinheiro público e muito trabalho, individual e coletivo.

Vamos sair da rotina de acusações e contra-acusações politiqueiras que de nada têm adiantado. Pelo contrário, só trazem confusão e não permitem que se vislumbrem soluções.

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