Senado quer recontratar 1,6 mil terceirizados um ano após escândalo. Casa aprovou edital e renovação de contrato com empresa que, somados, custam R$ 72 mi ao ano.
07 de junho de 2010 | 20h 01 - ESTADÃO ONLINE. ANA PAULA SCINOCCA - Agência Estado
Um ano depois do escândalo dos atos secretos, da promessa de uma ampla reforma administrativa e da contratação por duas vezes, no valor de R$ 500 mil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para aprimoramento da gestão e corte de gastos, o Senado voltou a adotar as "velhas" práticas.
A Casa deu início a um processo de recontratação de 1.273 terceirizados para diferentes funções (de copeiros a chaveiros, passando por outros cargos de apoio) com salários que variam de R$ 1,2 mil a R$ 6 mil. O custo do edital, pregão 73/2010, é de cerca de R$ 55 milhões ao ano.
Levantamento da ONG Contas Abertas mostra ainda que, fora o edital, o Senado renovou, pela terceira vez, o contrato com a empresa Plansul Planejamento e Consultoria, que oferece outros 327 terceirizados na área de comunicação social.
A empresa receberá R$ 17 milhões até dezembro, mostra a investigação da entidade. Somados, os dois contratos envolvem 1,6 mil terceirizados ao custo anual de pelo menos R$ 72 milhões.
No primeiro estudo da FGV, que não chegou a ser colocado em prática, a fundação advertia exatamente para o fato de que em vários casos os terceirizados desenvolvem atividades concorrentes com as atribuições dos servidores concursados.
A FGV chegou a recomendar o corte de cerca de 30% dos terceirizados. O segundo estudo da FGV deve ser apresentado nesta terça-feira, 8.
Para justificar a contratação dos terceirizados, o Senado diz, no edital, haver "necessidade de prover serviços de apoio e suporte administrativo, técnico e operacional às atividades legislativas".
Em relação à renovação do setor de comunicação, a nota de empenho (documento que antecede o efetivo pagamento das despesas) informa que serão prestados, pela Plansul, "serviços de execução indireta nas áreas de televisão, rádio, jornal, relações públicas, pesquisa e opinião e outros órgãos da Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado Federal, no período de 1º de abril a 31 de dezembro de 2010".
Os cargos variam desde arquivistas, assistentes de clipping e designers gráficos até fotógrafos, repórteres e supervisores de programa. Os salários vão de R$ 1,5 mil a R$ 4,5 mil.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Senado informou ao jornal O Estado de S. Paulo que tanto a recontratação dos terceirizados quanto o contrato com a Plansul estão de acordo com a lei. Segundo o Senado, um novo edital foi aberto em consequência da saída, em janeiro, de uma empresa - a Adservice - e da necessidade da prestação dos serviços.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - VAI E VOLTA, O SENADO DEIXA ESFRIAR UM ESCÂNDALO E JÁ PROMOVE OUTRO AO ESQUENTAR O ANTERIOR, ASSIM QUE A MÍDIA E O POVO O ESQUECEREM. ESTÁ SOBRANDO VERBAS PÚBLICAS PARA O SENADO DESPERDIÇAR. ENQUANTO ISTO A SAÚDE, A SEGURANÇA E A EDUCAÇÃO SOFREM COM PERDAS NA CAPACIDADE E COM POTENCIAL HUMANO. COMPARE O SALÁRIO DE UM GENERAL, DE UM PILOTO DE CAÇA, DE UM CIENTISTA, DE UM EDUCADOR, DE UM MÉDICO PÚBLICO E DE UM POLICIAL COM OS PERCEBIDOS POR DIRETORES DO SENADO, POLICIAIS LEGISLATIVOS, MOTORISTAS DE CARROS OFICIAIS DO CONGRESSO E SERVIDORES DO CAFEZINHO E VERÁS AS DISPARIDADES, DISTORÇÕES E A DISCRIMINAÇÕES.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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