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segunda-feira, 28 de junho de 2010

VENDA DE VAGAS - “Eles ficaram com medo de eu falar nomes”. diz acusada demitida


CONGRE$$O - CÂMARA DE DEPUTADOS - Acusada de vender vagas de garçom é demitida. Como noticiou o Congresso em Foco, Patrícia Guedes era investigada por comandar esquema que reservava cargos terceirizados na Câmara dos Deputados mediante pagamento. Ela diz ter sido afastada porque Casa temeu que ela revelasse nomes de outros envolvidos
- Eduardo Militão - Congresso em Foco - 28/06/2010 - 07h01

Indiciada pela Polícia Legislativa da Câmara por estelionato, a encarregada geral da Unirio Manutenção e Serviços Ltda Patrícia Guedes Silva foi demitida na quinta-feira passada (24). Ela é acusada por duas ex-funcionárias da empresa que presta serviços para a Câmara e emprega 800 funcionários no Legislativo. As denunciantes dizem que Patrícia coordenava um esquema de vender vagas de garçom e copeira. Para obter o emprego terceirizado, o interessado tinha de pagar de R$ 1.000 a R$ 3.500, como noticiou o Congresso em Foco.

Inicialmente, o substituto de Patrícia será José Vanilson, que ficará no posto por 30 dias. Mas ele também foi acusado pela ex-funcionária Fabiana Soares de Sousa de participar do suposto esquema de venda de vagas junto com Patrícia. Tanto Vanilson como a ex-encarregada geral negam as denúncias.

Segundo Patrícia e uma fonte da Câmara, a demissão aconteceu porque chefes de setores administrativos da Casa exigiram da Unirio a saída da funcionária indiciada pela polícia. “Eles ficaram com medo de eu falar nomes”, disse Patrícia ao Congresso em Foco. Segundo Patrícia, os responsáveis pelo esquema são outros, e ela sabe os seus nomes.

Há duas semanas, o diretor da empresa, Alexandre Gomes, declarou à reportagem que depositava toda confiança na colaboradora e que só poderia demiti-la ao final das investigações policiais. Mas, na quinta-feira (24), Gomes veio a Brasília e demitiu Patrícia. Comunicou o fato aos responsáveis pelo setor de fiscalização dos serviços terceirizados da Câmara, que cobravam a saída da encarregada.

O diretor geral da Câmara, Sérgio Sampaio, disse desconhecer o pedido para afastar Patrícia. “Não tenho nenhuma informação a respeito.” A assessoria de imprensa da Presidência da Câmara não retornou o pedido de esclarecimentos enviado por correio eletrônico na noite de quinta-feira passada.

Alexandre Gomes enviou mensagem à reportagem dizendo que Patrícia vai cumprir o aviso prévio de 30 dias fora das dependências da Câmara. A ex-encarregada geral contou ao Congresso em Foco que Gomes prometeu recontratá-la futuramente.

Acusada diz que responsáveis são outros
- Eduardo Militão - Congresso em Foco - 28/06/2010 - 07h00 | Atualizada em 28/06/2010 - 13h12

De acordo com as denúncias de Fabiana Soares de Sousa e da ex-copeira Nelza Cândida Rodrigues, a ex-encarregada geral da Unirio na Câmara, Patrícia Guedes Silva, recebia dinheiro para colocar pessoas nas vagas abertas de garçom e copeira. As denunciantes também dizem que Patrícia desviava copeiras terceirizadas da Câmara para prestarem serviços particulares a ela. Em depoimento à polícia, a copeira Edivânia Firmino de Lima confirmou os fatos narrados, mas depois recuou.

Mas, em entrevista ao Congresso em Foco, Patrícia diz que as denunciantes não têm credibilidade. Afirma que a responsabilidade pela contratação era da Câmara dos Deputados, embora admita ter atuado para empregar “a família toda” de Fabiana na Capital Empresa de Serviços Gerais Ltda – que antecedeu a Unirio no Legislativo. Patrícia e Fabiana mantiveram um relacionamento homossexual e moraram juntas durante quatro anos.

Demitida em função das denúncias, Patrícia agora ameaça reagir. Ela diz ter em mãos a íntegra dos depoimentos do garçom Fernando Rodrigues Sousa e da copeira Poliana Tavares de Lima, que acusam uma terceira pessoa de se beneficiar do esquema de vagas. O primeiro afirma ter pago R$ 1.000 por sua vaga; a segunda, R$ 1.500.

“Ninguém falou que eu recebi dinheiro de ninguém”. Segundo Patrícia, os depoimentos informam que o vendedor das vagas era um garçom que as vendia para “um responsável da empresa Capital”. A ex-encarregada geral considerou sua demissão injusta.

O advogado de Patrícia, Clécio Rodrigues, procurou o Congresso em Foco na manhã desta segunda-feira (28) e disse que sua cliente não sabe afirmar se o esquema existia. "A gente nem sabe se isso é verdade. Ela desconhece essa apuração", disse Rodrigues.

Na sexta-feira, a reportagem perguntou a Patrícia se o esquema existia e o autor seria outro. Ela respondeu, citando os depoimentos que diz ter em mãos, em dado momento: "O nome [não citado pela reportagem] está bem claro que ele é que vendida vagas lá dentro".

Hoje, Rodrigues enfatizou que sua cliente não sabe do esquema. "Se existiu isso, quem teve benefício foi ele, porque as pessoas falaram que pagaram para ele", afirmou o advogado. O Congresso em Foco não revela o nome do denunciado porque ainda está tentando localizá-lo para dar sua versão dos fatos.

Processo judicial

Patrícia diz que está processando Fabiana por acusá-la de vender vagas e desviar funcionárias da Câmara. Afirma que, encerrada a investigação da polícia, vai processar judicialmente a Câmara.

“A Câmara realmente não me aceitou ali. Foi mais uma questão de perseguição. Eles ficaram com medo de eu falar nomes”, respondeu Patrícia.

O diretor geral da Câmara, Sérgio Sampaio, disse não ter informações do pedido da Casa para a Unirio demitir Patrícia. A assessoria de imprensa da Presidência da Câmara não retornou pedido de esclarecimentos sobre o assunto enviado na noite de quinta-feira (24).

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