VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 8 de abril de 2014

A IRRESPONSABILIDADE PÚBLICA E O OTÁRIO PRIVADO


JORNAL DO COMÉRCIO 07/04/2014


Telmo Schoeler



Há 50 anos vivencio a gestão e transformação de empresas privadas. A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor bilionária derrota ao governo obrigando a União a indenizar a Varig (seus credores ou sua massa falida) em cerca de R$ 3 bilhões, me força a falar sobre a irresponsabilidade dos gestores públicos. Fui membro externo independente do Conselho de Administração da empresa quando ainda importante e viva e, depois, um dos consultores que montou o plano de reestruturação e salvamento da companhia inviabilizado por errôneo e obscuro posicionamento do governo.

Inquestionável, o direito à indenização consta nos ativos recebíveis de todos os planos de reversão da companhia, desde muito antes da recuperação judicial e da falência. Não é válido afirmar que a indenização não caberia por serem a gestão e o modelo os causadores da situação: o congelamento de tarifas acelerou a morte do paciente.

Foi o então presidente José Sarney quem congelou tarifas – como as de passagens aéreas – na tentativa de controlar a inflação. Não mexeu em gastos, descontroles, ineficiências etc, o que tem custo político, mas interferiu na vida de terceiros e, a eles, mandou a conta. Agora, será o cidadão, única fonte do Tesouro, quem pagará a condenação.

O governo inventa por conveniência política e o cidadão paga. Se houvesse uma verdadeira cidadania, a conta iria para José Sarney. Se governantes fossem responsabilizados e condenados, como na governança de empresas privadas, pensariam antes de tomar decisões. Isso vale para prejuízos causados por planos econômicos, falhas de fiscalização do governo, apagões elétricos etc. Enquanto a gestão pública possuir viés político e partidário e não for pessoalmente responsabilizada, a conta continuará a ser bancada pelo inconsciente otário civil.

Sócio-fundador e leading partner da Strategos-Strategy&Management

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