VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL É AÇÃO COM PLANEJAMENTO

JORNAL DO COMERCIO 04/04/2014




Sabemos que temos que ter ideais, mas ir fazendo o possível, já que o ideal, geralmente, é inalcançável, está sempre à frente. O governo da presidente Dilma Rousseff lançou 23 pacotes com medidas para estimular a economia, mas todo esse ativismo, até agora, não gerou uma taxa de crescimento do PIB próxima ao patamar de 5% ao ano. Internamente, os próprios técnicos da equipe econômica admitem que houve um excesso de medidas, mas a visão do governo é clara: não fossem os estímulos fiscais e monetários concedidos nos últimos anos, o ritmo da economia brasileira seria ainda mais lento, e a inflação mais alta.

O que se observa é que a economia entrou em compasso de espera, porque as regras do jogo foram mudando rapidamente, tanto setorialmente, como no caso dos ramos automobilístico, da mineração e do setor elétrico, quanto no campo macro, com juros e câmbio subindo e descendo bruscamente em pouco tempo, segundo analistas.

Os pacotes com medidas para estimular a economia não só deixaram de cumprir seu objetivo principal, como acabaram por minar as expectativas com a atividade econômica, pois todo remédio tem efeito colateral. O problema do governo é que ele atacou os efeitos colaterais dos seus remédios com novos medicamentos.

A desoneração da folha de pagamentos, medida presente no primeiro dos 23 pacotes, o Plano Brasil Maior, fez com que cada emprego formal nos mais de 60 setores beneficiados custasse R$ 140 mil aos cofres públicos. Como a média de salários nesses setores é de R$ 40 mil anuais, o governo poderia simplesmente transferir esse dinheiro diretamente ao trabalhador, criando uma bolsa salário, e ainda poupar R$ 2 bilhões por ano. A medida puniu as empresas que tinham mecanizado sua produção, e tornou mais complexa a operação de pagamento de tributos. Temos ainda pouca transparência e visibilidade na condução da economia, faltando muito planejamento de médio e longo prazo, um pleonasmo de reforço.

O bem-estar deve ser uma sensação vivida por todos, e temos camadas da população que não alcançariam um estágio melhor caso não tivessem o apoio governamental. Até aí, explica-se o que foi feito com vários programas e cotas. Porém, deve-se ensinar à consciência coletiva que estudar e trabalhar é o melhor caminho para o sucesso pessoal e comunitário. Aliás, sempre se afirmou que a criminalidade estava ligada à exclusão social. Pois nunca houve tanta inclusão social e tão baixa taxa de desemprego e, assim mesmo, nunca se matou, assaltou, roubou e violentou tanto como nos últimos anos. Então, onde foi que erramos?

O Estado de bem-estar foi criado para ajudar as pessoas a sairem da pobreza, mas muitas pessoas ficam presas dentro do sistema. Devia ser uma medida provisória em tempos difíceis, mas se tornou para muitos um estilo de vida. É antipático afirmar isso, mas quantas pessoas de sucesso hoje tiraram a força de vontade justamente das privações pelas quais passaram na infância e na juventude, buscando estudar, trabalhar e persistir até a vitória? Os políticos, como empreiteiros de ideias, agitam-se diante das eleições de 2014. O Brasil do bem-estar social, das cotas e das bolsas não pode cometer, ele também, injustiças, mesmo querendo livrar-se daquelas que praticou ao longo de nossa história.

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