VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

ATOLADO EM SUSPEITA



ZERO HORA 09 de abril de 2014 | N° 17758


EDITORIAIS



O parlamentar que desrespeitou o ministro Joaquim Barbosa durante uma visita oficial ao Congresso, levantando o punho esquerdo para demonstrar solidariedade aos mensaleiros condenados, precisará se haver agora com o Supremo Tribunal Federal (STF). Já estão na mais alta corte de Justiça do país os documentos do processo da Operação Lava-Jato, que aponta o vice-presidente da Câmara, deputado petista André Vargas, como sócio do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a suspeita de fraudar contratos do governo. Embora tenha se afastado do cargo para reduzir o potencial de contaminação do governo e da campanha presidencial, o parlamentar que defende a censura, sob o disfarce de controle social da mídia, encaminha-se para o banco dos réus por suspeita de corrupção. Será que outros ocupantes de cargos importantes vão levantar o punho por ele?

Em entrevista exclusiva concedida a blogueiros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deixou claro ontem que o “PT não pode pagar o pato” por episódios dessa gravidade. A questão é que, embora as denúncias atinjam um integrante influente do partido, a repercussão é bem mais ampla. Além de atingirem em cheio a imagem da própria Câmara, as acusações influenciam a sucessão do comando da Casa a partir do próximo ano e os rumos da própria campanha às eleições de outubro. Mas, em nome da ética e dos interesses dos brasileiros, o desfecho do caso do deputado petista acusado de corrupção não pode se limitar ao seu afastamento temporário da Câmara. Essa é uma resposta tímida demais para suspeitas que a sociedade não têm como relevar.

Só a gravidade das denúncias e a compreensível preocupação do parlamentar de ocultar os fatos podem ajudar a entender sua insistência em impor restrições à liberdade de expressão. As acusações não se limitam ao fato de ter usado por empréstimo o avião de um doleiro, o que tentou justificar como sendo um “equívoco”. Envolvem também a intermediação para uma parceria desse mesmo doleiro com o Ministério da Saúde, por meio da qual dezenas de milhões de reais seriam desviados justamente de uma das áreas que mais infligem sofrimento aos brasileiros, pela alegada falta de recursos. Numa das conversas interceptadas pela Polícia Federal, o doleiro chega a comentar com o deputado: “Você vai ver o quanto isso vai valer. Tua independência financeira e a nossa também, é claro”.

Não é de estranhar, portanto, que quem tem algo desse tipo a esconder tente impedir que informações contrárias ao seu próprio interesse venham a público. Fica evidente que o melhor controle da mídia é a liberdade de expressão, que garante o funcionamento das instituições democráticas e a defesa dos interesses dos cidadãos.

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