Luís Henrique Neves Gonzaga Marques, Acadêmico de Direito - DO LEITOR, ZERO HORA ONLINE, 27/01/2012
Malgrado o tema esteja sempre presente no nosso cotidiano, escrever sobre propina, parcialidade, enriquecimento ilícito, favorecimento, nepotismo, ou qualquer outro tipo de improbidade, se tornou clichê. A previsibilidade é a alma da monotonia. A repetição de acontecimentos pútridos não surpreende como antes. Ninguém quer ler, escutar ou ver o que está acontecendo.
É certo que nas próximas semanas algo desprezível acontecerá e tomará conta dos noticiários. É tão certo quanto ganhar presentes no natal e ovos de chocolate na páscoa. Passa ano, entra ano e o Brasil inteiro sabe o que vai acontecer. De um lado, deslizamentos de terra, enchentes e dengue. Do outro, sede, fome e prejuízos agrícolas incalculáveis. Períodos avassaladores de chuva e estiagem já fixaram residência no país. E ninguém os incomoda. São invioláveis.
Antes, o cenário era totalmente preenchido por desvios inescrupulosos de dinheiro público, destinados à prevenção e à repressão de tragédias causadas pela força da natureza. Agora, há autoridades estatais distribuindo desproporcionalmente as verbas oriundas do sacrifício diário do povo brasileiro, privilegiando seus estados de origens da mesma forma que privilegiam amigos e parentes na máquina pública. Nunca antes na história desse país, os políticos foram tão egoístas. São eles os verdadeiros culpados por tantas mortes nos mais diversos cantos da nação. É um mar de imoralidades. Os pilares do estado estão oxidando. As políticas públicas brasileiras, alicerces da ordem e do progresso, estão desmoronando.
É o "jeitinho brasileiro" matando e fazendo o povo sofrer. Não há nada mais desprezível na cultura brasileira do que esse hábito malandro que permeia todas as classes sociais. É a fonte do câncer. É a raiz de todos os problemas. O povo faz seu próprio gargalo. Até em típicas brincadeiras infantis como o "esconde-esconde" a índole trapaceadora se faz presente. Quantas crianças não aprendem desde a mais tenra idade a pular os números enquanto contam? Exemplo bobo, mas de extrema utilidade para explicar o funcionamento das engrenagens da corrupção.
Não adianta formar equipes brilhantes de economistas, realizar reparos substanciais em leis, fiscalizar detidamente os gastos e perseguir metas inflacionárias enquanto a sangria política e social continua manchando e despigmentando nossas vitórias. É como enxugar gelo. Não é pessimismo. É a realidade. A mentalidade tem que mudar imediatamente. A escuridão vem a galope. O alerta está soando para todos.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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