Sergio Araujo*
Triste coincidência. Justamente no dia em que a ADVB-RS divulgou o programa Rio Grande do Sim, objetivando a transformação da mentalidade extremamente oposicionista reinante no Estado, que confunde interesse de governo com o de Estado, o TCU diz não à continuidade de duas obras importantíssimas para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul: a Rodovia do Parque (BR-448) e a duplicação da BR-116 entre Guaíba e Pelotas.
É óbvio que não estou criticando a medida acauteladora e recomendável do TCU, que detectou problemas no custeio das obras, mas chamando a atenção para a lamentável coincidência e louvando a necessária e oportuna iniciativa da ADVB-RS.
Lamentável porque é inadmissível que obras da importância das citadas não tenham recebido o controle recomendável por quem gere dinheiro público. Em meio a um clamor popular pelo fim da corrupção e de uma permanente fiscalização da imprensa, a atitude do TCU dá um banho de água fria no otimismo de quem acredita que as coisas estão mudando para melhor na gestão da coisa pública.
E louvável, no caso da campanha, porque já está mais do que na hora de deixarmos de lado a prática da oposição pela oposição. Do não fui eu que fiz então não pode dar certo. De vibrar com o fracasso dos outros. Essa política do “balde de caranguejos”, onde quem está em cima é puxado por quem está embaixo, é a grande responsável pela lenta realização das obras de infraestrutura tão necessárias ao desenvolvimento do Estado. A sua grande maioria quando realizada, de tão tardia, não provoca mais os efeitos esperados. Ou seja, nascem defasadas, o que resulta na necessidade de novas obras ou a realização de obras complementares, como o aumento da capacidade do fluxo de veículos, no caso das rodovias.
Que o programa Rio Grande do Sim consiga sensibilizar nossas autoridades, nossos políticos, enfim, toda a sociedade gaúcha, de que a melhor maneira de crescer é somar e multiplicar e não subtrair e dividir. Se for para nos mantermos dentro do balde, que nossos “braços” sirvam de apoio para quem quer subir e não de “garras” para derrubar nosso crescimento.
E o primeiro exemplo prático dessa nova mentalidade pode ser dado no esforço coletivo para a desobstrução dos problemas que impedem a continuidade das obras das BRs 448 e 116.
Está mais do que na hora de o Rio Grande dar as mãos e dizer sim ao progresso.
*JORNALISTA E PUBLICITÁRIO
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