VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

CAMPANHAS SOB SUSPEITA



ZERO HORA 29 de junho de 2015 | N° 18209


EDITORIAL


As investigações não deixam dúvidas de que muitas doações de campanhas – mesmo reconhecidas como legais pelo TSE – provinham do superfaturamento de contratos com a estatal.As novas revelações sobre os depoimentos prestados pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC e considerado o principal líder do cartel de empresas apontadas como responsáveis pelo esquema de corrupção na Petrobras, comprometem as campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de vários candidatos ao parlamento e a governos estaduais. Embora seja importante ressalvar que delação premiada não prova nada, e que os acusados devem ter todas as oportunidades de se defender, as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal já não deixam dúvidas de que muitas doações de campanhas mesmo algumas reconhecidas como legais pelo TSE provinham do superfaturamento de contratos com a estatal e significavam propina, em razão de chantagem de quem detinha o poder ou mesmo para assegurar ao pagador sua permanência no esquema.

A delação cita como beneficiados políticos de vários partidos, inclusive o senador oposicionista Aloysio Nunes, do PSDB, mas atinge mais fortemente o Partido dos Trabalhadores e seus principais expoentes. Os tesoureiros de suas campanhas são acusados de receber recursos oficiais e extraoficiais – ambos imorais por sua origem, ainda que os primeiros estejam autorizados pela legislação eleitoral.

É urgente que os acusados se expliquem, especialmente aqueles que ocupam cargos na administração do país. Não basta que procurem desconstituir os acusadores ou desmerecer a investigação sob a alegação de que está havendo vazamento seletivo de informações. Isso até pode existir, mas o que interessa à nação é a apuração das falcatruas que provocaram a desvalorização da maior estatal do país e a devida responsabilização judicial e política dos protagonistas das ilicitudes.

Em hipótese alguma se pode admitir qualquer pressão política para inibir o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público, pois a atuação destas instituições e, principalmente, a eficiência do Judiciário no exame dos acertos e erros das investigações mantêm a esperança dos brasileiros neste momento de crise econômica e degradação política que o país atravessa. A depuração tem que continuar, doa a quem doer.

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