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segunda-feira, 29 de junho de 2015

CITAÇÃO DE DOAÇÕES PARA CAIXA 2 GERA TENSÃO NO PLANALTO




ZERO HORA 27 de junho de 2015 | N° 18207


DOAÇÕES INVESTIGADAS. DONO DA UTC CITA REPASSES DE CAIXA 2 AO PT


EM DELAÇÃO PREMIADA, ex-presidente da UTC detalha pagamento de R$ 3,6 milhões ao partido e também a outros políticos. O depoimento de delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC, detalha o suposto repasse de R$ 3,6 milhões de caixa 2 para o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e ao tesoureiro nacional do PT entre 2010 e 2014, João Vaccari Neto. Segundo o site do jornal O Estado de São Paulo, o réu na Operação Lava-Jato entregou aos investigadores uma planilha intitulada “pagamentos ao PT por caixa 2” que relaciona operações.

Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, também são citados. Os dois foram chamados para uma reunião de urgência com a presidente Dilma Rousseff no final da tarde de ontem.

No documento, consta suposto repasse no valor de R$ 250 mil a Mercadante. Conforme a relação, o pagamento refere-se às eleições de 2010, quando concorreu a governador. Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mercadante informou ter recebido duas doações oficiais das empresas de Pessoa. Ambas foram de R$ 250 mil, mesmo valor descrito no documento. Procurado, o ministro informou que desconhece o teor da delação.

PETISTAS AFIRMAM QUE DOAÇÕES FORAM LEGAIS

Edinho foi o tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma, no ano passado. Em nota, o ministro informou que esteve com o empresário por três vezes para tratar de doações eleitorais, que jamais tratou de assuntos relacionados a órgãos públicos e que as contas de campanha foram auditadas e aprovadas pelo TSE.

Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Pessoa, considerado o chefe do chamado “clube das empreiteiras”. Isso significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria-Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações.

Atual secretário municipal de saúde de São Paulo, Filippi é próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma, foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula, em 2006.

Os supostos pagamentos a Filippi somam R$ 750 mil e foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014 e também em 2011.

Vaccari, preso sob acusação de ser o operador do PT no esquema de corrupção da Petrobras e de ter lavado dinheiro para o partido, aparece relacionado a suposto pagamento de caixa 2 no valor de R$ 2,9 milhões que teria sido efetuado entre 2011 e 2013.

Em nota, o PT afirmou que todas as doações feitas ao partido são legais e foram declaradas.


Delação amplia tensão no Planalto



Depoimentos prestados pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, aos procuradores da Operação Lava-Jato ampliaram as pressões sobre o governo da presidente Dilma Rousseff e o seu partido, o PT, lançando novas suspeitas sobre a maneira como as campanhas petistas foram financiadas nos últimos anos. Apontado como chefe do chamado “clube das empreiteiras”, detalhou o suposto repasse de R$ 3,6 milhões de caixa 2 para campanhas petistas.

A notícia chegou na véspera da viagem oficial de trabalho aos Estados Unidos e levou Dilma a convocar os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) para tratar dos desdobramentos em uma reunião no Palácio do Planalto. Para auxiliares da presidente, a Lava-Jato causa apreensão por não se saber ainda a extensão total das investigações, que chegam cada vez mais próximo do Planalto.

A revelação do teor da delação premiada de Pessoa ocorre no momento em que o governo pretende concentrar as atenções nas atividades a serem cumpridas nos Estados Unidos, especialmente o encontro com Barack Obama. A intenção seria desviar o foco do noticiário interno e emplacar uma agenda positiva internacional, normalizando as relações com a Casa Branca após o desgaste provocado com o esquema de espionagem revelado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), classificou a delação de premiada de Pessoa como a “prova” que faltava para que a Câmara dos Deputados abra um pedido de impeachment contra Dilma. Em sua avaliação, o conteúdo do depoimento do empreiteiro demonstra que campanhas eleitorais do PT foram financiadas com recursos “nada republicanos”.

­– Esse depoimento de Ricardo Pessoa é a prova de que as campanhas de Dilma foram irrigadas com dinheiro roubado da Petrobras e tiveram fontes nada republicanas – disse o senador.



Lista inclui políticos de vários partidos


As declarações do empresário Ricardo Pessoa em delação premiada também referem-se a parlamentares como o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e os deputados federais Júlio Delgado (PSB-MG) e Arthur Lira (PP- AL). As informações foram divulgadas pela revista Veja.

Candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição passada, o senador diz que os R$ 200 mil mencionados pela publicação foram arrecadados legalmente pelo comitê de campanha ao Senado em 2010. “A doação foi feita conforme a lei, consta da prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral, sendo por ela aprovada e está publicada na internet para conhecimento de todos, há mais de quatro anos”, diz a nota distribuída por Aloysio. O senador diz não conhecer Pessoa.

Ainda segundo a Veja, Delgado seria citado no documento como destinatário de R$ 150 mil. O parlamentar disse ser “mentira pura” qualquer declaração de que possa ter recebido em seu nome ou em nome do partido qualquer tipo de propina ou caixa 2:

– Nunca peguei dinheiro de caixa 2, a doação da UTC que entrou no caixa do partido foi toda por vias oficiais.

Delgado admite que o partido recebeu, em Minas Gerais, doações da empreiteira UTC. Ele alega que, enquanto presidente estadual do PSB (cargo que deixou neste mês), participou de uma reunião com executivos da empreiteira, entre eles Pessoa, no início do ano passado.

– Quem solicitou o dinheiro fui eu, mas foi tudo declarado e está na prestação de contas – disse

Outro citado é Arthur Lira, que afirmou, por meio do seu advogado, que não teve doação de Pessoa. “O pai dele (senador Benedito de Lira, PP-AL) recebeu uma doação oficial da Constran (braço da empreiteira) na campanha de 2010, no valor de R$ 400 mil. Mas foi oficial e registrada. Não há nenhum valor fora disso”, afirmou a defesa do deputado.

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