ZERO HORA 25 de junho de 2015 | N° 18205
EDITORIAIS
A situação financeira do Estado chegou ao ponto de fazer com que o governo antecipe uma decisão sobre o pagamento do funcionalismo, sem saber se poderá cumpri- la integralmente. É no mínimo surpreendente o anúncio feito pelo secretário da Fazenda de que o calendário terá apenas uma data, o dia 30 de julho, mas nada assegura a efetiva liberação dos salários. A insegurança do funcionalismo diante de tal informação não é única. Outros setores dependentes de recursos públicos temem que hospitais, escolas e a segurança, entre outras áreas consideradas essenciais, passem a enfrentar a imprevisibilidade em relação a verbas como parte da rotina das pessoas, das instituições e de todos que delas dependem.
Disse o senhor Giovani Feltes que o Estado não só perdeu a capacidade de investir, mas até mesmo de manter compromissos em dia. Medidas já adotadas, como o cumprimento de metas de racionalização de despesas para cada área da administração, mostram- se insuficientes para o tamanho do déficit. É justo que o governo amplie o esforço para que as contas cheguem pelo menos perto do equilíbrio, o que inclui a pretendida reforma no sistema previdenciário dos servidores e a privatização de serviços e empresas. Mas, para que a crise não assuma as feições de um impasse incontornável, será preciso agir com rapidez.
As ações governamentais devem ser conduzidas com transparência, e o interesse da maioria terá de se sobrepor à intransigência corporativa. É atribuição e prerrogativa do Executivo a definição de prioridades. Isso não significa que não devam ser debatidas e compartilhadas. Ao contrário, o governo reforçará a legitimidade de seus atos se tiver a compreensão e o apoio dos demais Poderes e da sociedade, inclusive via consulta plebiscitária quando for o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário