ZERO HORA 08 de janeiro de 2016 | N° 18408
EDITORIAL
A particularidade de até mesmo Minas Gerais, Estado há algum tempo citado como paradigma de gestão pública, não estar conseguindo pagar em dia a folha do funcionalismo é ilustrativa da gravidade da situação das finanças do setor público no país. Assim como ocorreu com Minas, que ficou sem dinheiro em caixa e também precisou recorrer a alternativas impopulares como o aumento de impostos, outras unidades da federação enfrentam uma situação similar à conhecida também dos gaúchos. Os exemplos de dificuldades devem servir de alerta aos demais Estados, para que possam se adiantar nas providências, sem esperar a situação atingir proporções de caos para só então começar a agir.
Em todos os casos malsucedidos, as dificuldades registradas hoje estão associadas à ineficiência gerencial. A situação de penúria, normalmente, é decorrência de práticas que destoam das expectativas relacionadas a princípios elementares de boa gestão pública. Entre os vícios mais comuns de maus gestores, estão o excesso de nomeações de “cargos de confiança”, para contemplar apadrinhados, e a falta de atenção a cuidados mínimos com a expansão dos gastos. O resultado mais visível é o gigantismo descontrolado da máquina do Estado.
Quem mais perde com o mau gerenciamento das finanças públicas são os contribuintes. Por isso, a atuação de gestores estaduais precisa ser acompanhada cada vez mais de perto.
É inadmissível que Estados importantes da federação não consigam sequer pagar os servidores em dia, muito menos enfrentar o caos em áreas como saúde e segurança pública. Tanto governadores já em dificuldade quanto os que ainda dispõem de alguma folga no caixa precisam agir logo para assegurar um mínimo de estabilidade pela frente.
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