VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

VIVA A INTOLERÂNCIA



ZERO HORA 11 de janeiro de 2016 | N° 18411


DAVID COIMBRA




Passei um pacote de dias no Brasil. Pouco, mas o suficiente para comprovar como certas pessoas estão preocupadas com a intolerância. “Mais tolerância”, pedem. “Ai, quanta intolerância”. É bonito clamar por tolerância. É como clamar pela bondade ou pela paz.

Já eu estou orgulhoso dessa intolerância do Brasil. Finalmente! Aqui, nos Estados Unidos, o sistema funciona devido à intolerância. Quem infringe a lei é punido. Ponto. Está estabelecida a igualdade.

No Brasil, a tolerância histórica estabelece a desigualdade histórica. Há sempre justificativa para a tolerância. Ou o sujeito é coitadinho demais ou poderoso demais para ser punido. Ou se tem pena ou medo dele.

O longo braço da lei, no Brasil, não é tão longo. Só alcança aquela que esperneia entre os coitadinhos e os poderosos – a classe média, tão odiada pelos governistas. Os poderosos, como o ministro corrupto ou o nababo assassino, esses estão muito acima do braço da lei (ou estavam), porque têm recursos para se defender. Os coitadinhos, como o punguista da Praça XV ou o menor que apunhala o médico, esses estão muito abaixo da lei. Não ficam na cadeia, são quase inimputáveis.

Sente medo da lei apenas quem tem algo a perder com as penas da lei. Só os infelizes assalariados, tristes contribuintes que, além de financiar com seus impostos um governo ineficiente, ouvem desse mesmo governo que são a pérfida elite branca. E que são intolerantes, quando reclamam.

Os governistas, tão intolerantes com a classe média e com a oposição, agora precisam desesperadamente da tolerância para existir. Seja tolerante, recomendam. Tolere um governo que:

1. Soma 21 ministros denunciados, investigados ou presos por corrupção. Vinte e um ministros! Deve ser algum tipo de recorde.

2. Leva, com sua presidente, 900 pessoas em comitiva para um evento em Paris. Novecentas! Deve ser outro recorde.

3. Causou um rombo de R$ 120 bilhões nas finanças públicas.

4. Mentiu na campanha eleitoral. O que foi admitido pelo próprio Pai Lula.

5. Inchou a folha do Estado com a contratação de 235 mil funcionários, isso só os concursados.

6. Corroeu de corrupção a maior empresa da América Latina, a Petrobras.

7. É suspeito de ter promovido corrupção nos Correios e Telégrafos, na Eletrobras e nos fundos de pensão.

8. É suspeito de praticar corrupção ao captar recursos para campanhas.

9. Fez acordos com as ditaduras mais espúrias do mundo.

10. Usou o BNDES para financiar empresários amigos, como Eike e Odebrecht.

11. Gastou bilhões de dólares para construir quatro estádios onde praticamente não há futebol.

12. Está investindo outros bilhões para patrocinar uma Olimpíada numa cidade em que os hospitais estão falidos.

13. Falhou no controle sanitário e permitiu epidemias.

14. Tem o seu líder no Senado preso.

15. Tem dois tesoureiros do seu principal partido presos.

16. Tem o ex-presidente do seu principal partido preso.

17. Faz uma proposta ideológica de mudança no currículo escolar, acabando com o estudo da história antiga e medieval, e eliminando o estudo dos clássicos da literatura ocidental.

18. Conduz a economia de maneira que a inflação chegue a dois dígitos, que o dólar estoure os R$ 4, que mais de 1 milhão de pessoas percam seus empregos e que empresas comecem a demitir e a falir.

Um governo com tal desempenho precisa, sim, e muito, de tolerância.

Seus bajuladores precisam de tolerância.

Nenhum outro povo toleraria. Só os tolerantes brasileiros.

Sejam, pois, intolerantes, brasileiros! Não deem trégua a eles! Não acreditem nessa conversa de que todos são iguais na desonestidade! Não acreditem que o prejuízo de vocês é o benefício dos pobres! Não acreditem que, saindo um ruim, entrará outro pior! Chega, basta e fora! Viva a nova intolerância brasileira!

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