VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O RISCO VENEZUELA

O risco Venezuela Eduardo Oliveira/ARTE/ZH

ZERO HORA 06 de janeiro de 2016 | N° 18406



EDITORIAL



Interessa também à América Latina, e não só aos venezuelanos, o ambiente de radicalização do autoritarismo governista diante da ameaça concreta de perda de poder com a formação da nova Assembleia Nacional. A legislatura que se iniciou ontem expôs ainda mais os receios do presidente Nicolás Maduro e seus seguidores diante das novas possibilidades criadas pela eleição de 6 de dezembro. A truculência foi a resposta à ampla maioria conquistada pela oposição. Os parceiros de Mercosul não podem ignorar as várias iniciativas do governo no sentido de tentar esvaziar o poder do novo parlamento.

A tentativa de impugnar a posse de três deputados através de recurso na Suprema Corte, o decreto que retira da Assembleia a prerrogativa de rejeitar nomes indicados para o Banco Central e a possibilidade de Maduro emitir moeda sem qualquer fiscalização do parlamento são alguns dos gestos de desespero dos herdeiros do bolivarianismo. O que o governo tenta atingir não é apenas a oposição, mas os valores da democracia. Por isso, o cenário na Venezuela deve inquietar os vizinhos do Mercosul, em especial o Brasil, que vinha reagindo timidamente aos movimentos do presidente que perde sustentação política e não consegue impedir a deterioração da economia.

Vacilante, a presidente Dilma Rousseff, que cobra respeito ao resultado das urnas no Brasil, demorou para exigir o mesmo do colega Maduro. Ontem, finalmente, o Itamaraty emitiu uma nota pedindo que seja acatada a vontade soberana do povo e se respeitem as prerrogativas constitucionais da nova Assembleia. Cabe aos venezuelanos a vigilância interna, para que se cumpra o que as urnas determinaram em dezembro. E também é atribuição das nações do continente o acompanhamento crítico do comportamento do governo em relação ao novo cenário do país. É preciso denunciar e conter os retrocessos ensaiados pelo chavismo, para o bem da Venezuela e da América Latina.

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