VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 22 de março de 2016

GOL CONTRA


ZERO HORA 22 de março de 2016 | N° 18479


EDITORIAIS



Pesquisa divulgada no último sábado pelo Instituto Datafolha comprova, pela percepção popular, o equívoco da presidente Dilma Rousseff ao convidar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil com o indisfarçável propósito de protegê- lo das investigações da Operação Lava-Jato. Dos 2.794 brasileiros entrevistados em 171 municípios, 68% entendem que o ex-presidente ganhou o cargo para escapar da Justiça e 73% acham que a presidente errou ao convidá-lo. Depois da divulgação das gravações telefônicas entre os articuladores da trama, só mesmo os ingênuos e os fanáticos podem acreditar que Lula foi convidado para o ministério pela contribuição que pode dar ao governo e ao país.

Pelo menos três aspectos negativos para o governo ficam evidentes nesta manobra malsucedida. O primeiro deles é a afronta ao Judiciário, caracterizada pela tentativa de obstaculizar as investigações da Lava-Jato. Se o governo identifica algum tipo de arbítrio nas decisões do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, a alternativa é recorrer aos órgãos corregedores e às instâncias superiores do Judiciário, em vez de tentar conceder um salvo-conduto na forma de foro privilegiado ao investigado. O segundo ponto é o uso de cargos públicos para o atendimento de demandas e conveniências partidárias. Para colocar Lula na Casa Civil, a presidente teve de fazer um remanejo de ministros que em nada contribui para a qualificação do primeiro escalão. Por fim, o terceiro e mais grave efeito da decisão: a desconsideração com os cidadãos. O governo debocha da inteligência das pessoas quando diz que Lula foi convidado por sua história e sua competência política, quando é evidente a manobra protecionista.

Ficou, da infeliz operação, um saldo de desgaste para a presidente da República e de insegurança jurídica para o país, pois agora caberá ao Supremo Tribunal Federal, que o próprio investigado considera “acovardado”, recolocar as coisas no seu devido lugar. O país não precisava passar por mais esta trapalhada.

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