ZERO HORA 01 de março de 2016 | N° 18461
DENIS LERRERROSENFIELD*
Poderíamos, ainda, dizer quem sabe administrar uma família, uma empresa e um governo, reconhecendo o significado das relações entre receita e despesa. Em quaisquer desses níveis, deve necessariamente haver um equilíbrio entre o que se ganha e o que se gasta, pois, se isto não for seguido, as consequências serão nocivas para todos.
Pense-se na situação de uma dona ou de um dono de casa. O responsável da família possui uma determinada renda mensal a partir da qual administra os seus gastos com alimentação, saúde, educação, habitação, lazer e impostos. Se fugir dos limites preestabelecidos e gastar para além de suas possibilidades, pode cair na inadimplência, arriscando tudo o que foi conquistado. Pode ter de vender o seu carro ou a sua casa.
Uma pessoa que agir responsavelmente estará seguindo, embora não o saiba, um preceito da direita!
O mesmo vale para uma empresa. O seu princípio é o do equilíbrio entre a sua receita e a sua despesa. Se contrai empréstimos, é para investir, criando condições de uma maior receita futura, o que aumenta os seus ganhos, também denominados de lucros. Se investir mal, terá de arcar com a sua decisão, não podendo transferi-la. No limite, pode ser obrigada a pedir falência.
Note-se que, em um caso como no outro, torna-se patente uma outra resposta possível à nossa pergunta. Ser de direita significaria ser responsável, assumindo os seus próprios atos.
Ora, a postura política de não calcular a relação entre receita e despesa e a de transferir para os outros a sua própria responsabilidade é a característica de nosso atual governo do PT ou de seus anteriores governos estaduais. O governo não consegue fechar o seu orçamento, gastando muito mais do que arrecada. É o chamado déficit primário.
A insensatez chega às raias do hilário, com o próprio PT ainda pedindo mais do mesmo, isto é, mais gastos e nenhuma redução das despesas. Desconhece os princípios mais elementares do cálculo. E chama isto de política “progressista”. Em nome do “progresso”, produz desemprego, inflação alta, queda da renda familiar e desesperança! E o espetáculo da corrupção!
Pior ainda, pretende transferir para as donas e donos de casa, para as empresas e para os cidadãos em geral, a sua própria irresponsabilidade, via criação de novos impostos, como a CPMF.
Segundo a esquerda, famílias e empresas deveriam se sacrificar em nome da irresponsabilidade alheia!
Professor de filosofia*
Nenhum comentário:
Postar um comentário