REVISTA ISTO É N° Edição: 2271 | 25.Mai.13 - 15:02
Na mira da comissão de ética
Uso da estrutura do Ministério da Pesca para beneficiar ONG ligada ao ministro Marcelo Crivella, denunciado por ISTOÉ, será investigado
Na mira da comissão de ética
Uso da estrutura do Ministério da Pesca para beneficiar ONG ligada ao ministro Marcelo Crivella, denunciado por ISTOÉ, será investigado
Josie Jeronimo
Na segunda-feira 20, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu investigar o uso da estrutura do Ministério da Pesca em benefício da ONG Fazenda Nova Canaã, ligada ao titular da pasta, Marcelo Crivella. A decisão foi tomada após ISTOÉ mostrar que a superintendência do ministério na Bahia e um órgão estadual que recebe dinheiro da Pesca foram acionados para montar um projeto de criação de tilápias na ONG de Crivella, em Irecê. O Estado da Bahia tem 19 mil entidades sociais em funcionamento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a ONG fundada pelo ministro acabou sendo a escolhida para iniciar a criação de tilápias. Em reunião com a participação do próprio Crivella em março, Cássio Peixoto, atual presidente da Bahia Pesca, disse que a implantação dos tanques-rede na Fazenda Nova Canaã era um de seus projetos prioritários. Afirmou ainda que a parceria com o ministério beneficiaria 1,5 mil piscicultores.
ENROLADO
Crivella vai ter que explicar favorecimento à organização ligada a ele
Em nota, Crivella alegou que não usou “nenhum centavo” de dinheiro público para produzir peixes na Fazenda Nova Canaã. “Seria até justo que ali se fizesse um projeto de aquicultura. Ou será que as crianças pobres do sertão só podem comer calangos?”, questionou. A justificativa é insuficiente. A operação de Crivella é um daqueles clássicos casos de triangulação de repasse de verbas. O ministério não aplica os recursos diretamente na ONG, mas, evitando deixar suas digitais, usa um órgão estadual como intermediário. Conforme apurou ISTOÉ, desde que assumiu o ministério, o fundador da Fazenda Nova Canaã liberou mais de R$ 4,5 milhões em recursos para a Bahia Pesca. Parte deste dinheiro foi usada para custear o projeto de criação de tilápias na Fazenda Nova Canaã. Antes disso, a liberação mais generosa para a Bahia Pesca datava de 2007, com o montante de R$ 1 milhão em um convênio em Salvador.
DENÚNCIA
No dia 15 de maio, a edição 2269 da revista ISTOÉ revelou
que ONG de Crivella iniciou projeto de criação de peixes
ISTOÉ procurou o atual presidente da Bahia Pesca, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Peixoto era chefe de gabinete do Ministério das Cidades na gestão do hoje deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) e foi afastado por denúncias de corrupção. O ex-presidente da autarquia Izaac Albagli divulgou carta informando que partiu do órgão estadual, a Bahia Pesca, a iniciativa de beneficiar a ONG de Crivella e que os de R$ 45 mil para a implantação de 18 tanques-rede seriam custeados pela administração da Fazenda Nova Canaã.
Na segunda-feira 20, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu investigar o uso da estrutura do Ministério da Pesca em benefício da ONG Fazenda Nova Canaã, ligada ao titular da pasta, Marcelo Crivella. A decisão foi tomada após ISTOÉ mostrar que a superintendência do ministério na Bahia e um órgão estadual que recebe dinheiro da Pesca foram acionados para montar um projeto de criação de tilápias na ONG de Crivella, em Irecê. O Estado da Bahia tem 19 mil entidades sociais em funcionamento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a ONG fundada pelo ministro acabou sendo a escolhida para iniciar a criação de tilápias. Em reunião com a participação do próprio Crivella em março, Cássio Peixoto, atual presidente da Bahia Pesca, disse que a implantação dos tanques-rede na Fazenda Nova Canaã era um de seus projetos prioritários. Afirmou ainda que a parceria com o ministério beneficiaria 1,5 mil piscicultores.
ENROLADO
Crivella vai ter que explicar favorecimento à organização ligada a ele
Em nota, Crivella alegou que não usou “nenhum centavo” de dinheiro público para produzir peixes na Fazenda Nova Canaã. “Seria até justo que ali se fizesse um projeto de aquicultura. Ou será que as crianças pobres do sertão só podem comer calangos?”, questionou. A justificativa é insuficiente. A operação de Crivella é um daqueles clássicos casos de triangulação de repasse de verbas. O ministério não aplica os recursos diretamente na ONG, mas, evitando deixar suas digitais, usa um órgão estadual como intermediário. Conforme apurou ISTOÉ, desde que assumiu o ministério, o fundador da Fazenda Nova Canaã liberou mais de R$ 4,5 milhões em recursos para a Bahia Pesca. Parte deste dinheiro foi usada para custear o projeto de criação de tilápias na Fazenda Nova Canaã. Antes disso, a liberação mais generosa para a Bahia Pesca datava de 2007, com o montante de R$ 1 milhão em um convênio em Salvador.
DENÚNCIA
No dia 15 de maio, a edição 2269 da revista ISTOÉ revelou
que ONG de Crivella iniciou projeto de criação de peixes
ISTOÉ procurou o atual presidente da Bahia Pesca, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Peixoto era chefe de gabinete do Ministério das Cidades na gestão do hoje deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) e foi afastado por denúncias de corrupção. O ex-presidente da autarquia Izaac Albagli divulgou carta informando que partiu do órgão estadual, a Bahia Pesca, a iniciativa de beneficiar a ONG de Crivella e que os de R$ 45 mil para a implantação de 18 tanques-rede seriam custeados pela administração da Fazenda Nova Canaã.
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