Luiz Hugo Burin
PROFESSOR, MESTRE EM EDUCAÇÃO PELA PUCRS
Em cada período eleitoral, surgem apelos insistentes para que sejamos partícipes do processo. Desde os tribunais eleitorais, partidos políticos e candidatos, todos contam com os eleitores. E aos poucos vamos sendo, de alguma forma, conquistados. As promessas são as armas infalíveis na conquista do voto. Uns até sabem prometer, e tudo fica maravilhoso. E como se as urnas fossem uma espécie de caixa de Pandora, aguarda-se no final que, ao menos, surja o voo do pássaro verde.
Minha geração, que habita a faixa etária dos 50, atravessou os anos da ditadura militar sem ter esse direito por inteiro. Em todo o Brasil, ninguém podia votar e escolher governador e presidente da República. E quem morasse em capital de Estado e em cidades consideradas áreas de segurança nacional, nem prefeito podia escolher. Nessas condições, os nomeados para os cargos citados acima eram sempre os afilhados dos donos do poder, independentemente de comprovada capacidade para tal.
Atualmente, ainda que respiremos algo próximo ao aroma do regime democrático, há, também, muitas depurações a serem feitas. Se as eleições têm tanta importância social, o processo eleitoral não mereceria revisão e reparos urgentes? Os partidos políticos que dão o aval para os pretendentes a cargos públicos não deveriam rever critérios na indicação de nomes? Diante dos escândalos, corrupção e incompetência que envolvem muitos políticos, os partidos não deveriam ser responsabilizados junto aos seus filiados sem decência? E tem gente que culpa o povo por não saber votar. Coitado deste povo. Começa a ser enganado, primeiramente pelos próprios partidos que não visam à ética, mas ao poder. Importa ganhar, não interessando com quem e de que forma.
Qualquer organização que se preze, para se desenvolver, necessita de pessoas qualificadas. Ora, os partidos têm pensado nisso, em propósitos calcados em valores? Ou será que desconhecem os próprios filiados? Não estaria aí a causa por que muitos cidadãos não se apresentam para serem candidatos? E ainda tem os que aplicam aquela “máxima” afirmando que cada povo tem o governo que merece. Isto apenas tenta esconder a incapacidade de apresentar um raciocínio mais acurado.
O futebol tem elementos que mereceriam ser levados à política. Um time que perde várias partidas logo troca de técnico. É tirado o suposto “incompetente” para que assuma outro com melhores condições. E isto é feito com presteza, para que se retomem as vitórias e a torcida vibre. Na política, o sistema parlamentarista é o que apresenta um perfil mais ágil. E como precisamos de mudanças! O povo é a grande vítima, sem espaço para debater e apresentar suas reivindicações.
A situação é complicada. Quem tem o poder de limpeza parece que escondeu a vassoura. Assim não é difícil se depreender que, se os que podem mudar não mudam, é porque estão se beneficiando da situação. Eu começaria pelos partidos políticos.
Em cada período eleitoral, surgem apelos insistentes para que sejamos partícipes do processo. Desde os tribunais eleitorais, partidos políticos e candidatos, todos contam com os eleitores. E aos poucos vamos sendo, de alguma forma, conquistados. As promessas são as armas infalíveis na conquista do voto. Uns até sabem prometer, e tudo fica maravilhoso. E como se as urnas fossem uma espécie de caixa de Pandora, aguarda-se no final que, ao menos, surja o voo do pássaro verde.
Minha geração, que habita a faixa etária dos 50, atravessou os anos da ditadura militar sem ter esse direito por inteiro. Em todo o Brasil, ninguém podia votar e escolher governador e presidente da República. E quem morasse em capital de Estado e em cidades consideradas áreas de segurança nacional, nem prefeito podia escolher. Nessas condições, os nomeados para os cargos citados acima eram sempre os afilhados dos donos do poder, independentemente de comprovada capacidade para tal.
Atualmente, ainda que respiremos algo próximo ao aroma do regime democrático, há, também, muitas depurações a serem feitas. Se as eleições têm tanta importância social, o processo eleitoral não mereceria revisão e reparos urgentes? Os partidos políticos que dão o aval para os pretendentes a cargos públicos não deveriam rever critérios na indicação de nomes? Diante dos escândalos, corrupção e incompetência que envolvem muitos políticos, os partidos não deveriam ser responsabilizados junto aos seus filiados sem decência? E tem gente que culpa o povo por não saber votar. Coitado deste povo. Começa a ser enganado, primeiramente pelos próprios partidos que não visam à ética, mas ao poder. Importa ganhar, não interessando com quem e de que forma.
Qualquer organização que se preze, para se desenvolver, necessita de pessoas qualificadas. Ora, os partidos têm pensado nisso, em propósitos calcados em valores? Ou será que desconhecem os próprios filiados? Não estaria aí a causa por que muitos cidadãos não se apresentam para serem candidatos? E ainda tem os que aplicam aquela “máxima” afirmando que cada povo tem o governo que merece. Isto apenas tenta esconder a incapacidade de apresentar um raciocínio mais acurado.
O futebol tem elementos que mereceriam ser levados à política. Um time que perde várias partidas logo troca de técnico. É tirado o suposto “incompetente” para que assuma outro com melhores condições. E isto é feito com presteza, para que se retomem as vitórias e a torcida vibre. Na política, o sistema parlamentarista é o que apresenta um perfil mais ágil. E como precisamos de mudanças! O povo é a grande vítima, sem espaço para debater e apresentar suas reivindicações.
A situação é complicada. Quem tem o poder de limpeza parece que escondeu a vassoura. Assim não é difícil se depreender que, se os que podem mudar não mudam, é porque estão se beneficiando da situação. Eu começaria pelos partidos políticos.
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