VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 26 de agosto de 2012

DIREITO DE ESCOLHA

ZERO HORA 26 de agosto de 2012 | N° 17173

EDITORIAL

As primeiras aferições de audiência depois que o chamado horário eleitoral gratuito entrou no ar, na última terça-feira, revelam que a TV aberta está perdendo em média 20% de público durante a propaganda política. Embora seja reconhecidamente útil para a democracia brasileira, pois os meios de comunicação de massa são a principal ferramenta para divulgar candidatos e partidos em nosso país, a programação obrigatória fere o direito de escolha dos cidadãos por exigir concomitância de horário de todas as emissoras. Para quem não gosta e não tem acesso ao sistema de assinaturas, o palanque eletrônico torna-se quase uma imposição.

E o pior é que, por absoluta responsabilidade dos partidos e dos candidatos, a propaganda política costuma ser uma programação enfadonha, que afasta ouvintes e telespectadores. Em alguns casos, são anúncios malfeitos e até com erros grosseiros. Além disso, a propaganda é obrigatória mas não é gratuita como ficou consagrado no imaginário popular. Este ano mesmo, estima-se que até o final das apresentações as televisões terão cedido cerca de 60 horas de sua programação, recebendo compensação do governo em forma de isenção tributária. Ou seja: o contribuinte paga por uma programação que não deseja ver. Para as emissoras de rádio e televisão, porém, o atenuante fiscal não compensa o prejuízo comercial nem a perda de audiên- cia, uma vez que confunde telespectadores e ouvintes de todos os horários, além de provocar fuga de público para meios que não estão enquadrados na legislação. E a renúncia fiscal acaba sendo bancada por todos os cidadãos, independentemente de serem ou não usuários dos meios de comunicação que transmitem a propaganda.

Até por isso, é fundamental que os cidadãos transformem o limão em limonada. Em vez de simplesmente rejeitar a programação, os eleitores devem aproveitar a oportunidade para fazer uma análise seletiva das mensagens políticas, com o propósito de separar a demagogia da realidade. Ninguém precisa ouvir todos os dias, mas também é insensato desconhecer a existência de candidatos que poderão ser os futuros governantes e parlamentares. O eleitor que vota em quem não conhece transforma o seu direito de escolha numa loteria. O que não vota faz pior: concede uma procuração informal para que outros escolham por ele.

Então, mesmo que a propaganda política nem sempre seja palatável, é proveitoso assistir a ela. São exatamente os cidadãos que podem ajudar a melhorá-la, a torná-la mais utilitária e mais responsável. Como? Fiscalizando o que os candidatos dizem e dando o devido retorno, por meio dos canais de comunicação disponíveis, especialmente da internet e das mídias sociais. Afinal, o horário eleitoral obrigatório no rádio e na televisão não existe para a promoção pessoal dos políticos, mas, sim, para possibilitar aos cidadãos o exercício pleno da democracia.


O editorial acima foi publicado antecipadamente no site e no Facebook de Zero Hora, na sexta-feira. Os comentários selecionados para a edição impressa mantêm a proporcionalidade de aprovações e discordâncias. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Editorial diz que a propaganda eleitoral é enfadonha, mas deve ser vista. Você concorda?

O leitor concorda

Todos os meios são importantes para se conhecer um pouco dos candidatos a qualquer cargo. Na TV e no rádio, infelizmente, não se pode interagir. Neste ponto, melhor é a internet. Ali, pelo menos, se pode questionar, propor, criticar as ideias e propostas que estejam sendo vinculadas. Daniel Ribeiro, Estância Velha (RS)

É melhor veicular propaganda eleitoral do que ela não existir. A característica é que tenha muitos personagens e pouco enredo. Impossível fugir deste modelo, a mesmice é fundamental. As paisagens são muito bem colocadas, as obras têm vários padrinhos. Para os partidos com direito a horários exíguos não resta alternativa senão mostrar a foto e o nome, quando muito uma frase de efeito. Muitos reclamam, criticam, mas na verdade assistem. É a mesma história da novela: as pessoas dizem que não assistem, mas na verdade sabem de tudo o que está acontecendo. Não é breguice assistir a novelas ou propaganda eleitoral, faz parte de nossa cultura democrática. Vivemos num país democrata, livre, que defende a liberdade de expressão dentro da lei. Vamos comemorar este fato, que é muito significativo para todos nós. José Luiz Bicca Heineck, São Gabriel (RS)


O leitor discorda

O problema dos programas eleitorais é que eles se tornaram uma grande mentira. É, mais do que propaganda eleitoral, publicidade eleitoral. Você não recebe propostas, recebe mensagens, emoções, ilusões. Mesmo os debates, pelo formato enxuto, acabam sendo irrelevantes (com raras exceções). Ao final, os melhores momentos eleitorais para o eleitor que quer comprar os candidatos são as entrevistas em alguns programas de rádio e TV. Enfim, o horário é, sim, importante, mas devia ser mais jornalismo e menos publicidade. Francisco Nunes – Porto Alegre (RS)

Se o Brasil fosse uma democracia, não deveria ter horário político obrigatório, nem sequer voto obrigatório. Por essa razão, discordo totalmente até mesmo do dito horário. Arnaldo Novaes – Pelotas (RS)

Assistir ao horário político é correto, desde que voltemos a acreditar em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, entre outros. Há anos, prometem a mesma coisa, têm resposta até para o impossível, e sabemos que querem ser eleitos somente para ganhar dinheiro fácil pago pelo povo. Essa que é a verdade!!! Paulo Rodrigues - Porto Alegre (RS)

Não concordo, a propaganda política, por ser imposta, é chata, enfadonha e mentirosa. Somos obrigados a assistir a mentiras que não contribuem para nada. O verdadeiro debate seriam os comícios em praça pública, como era antigamente, mas hoje, com a péssima qualidade dos políticos, eles não têm a coragem para comparecer num palanque por saberem que serão questionados cara a cara com os eleitores. Preferem, então, o rádio e a TV. Faz muitos anos que desisti da política e de votar, não vale mais a pena dar votos para corruptos e interesseiros. Se o voto não fosse obrigatório, muitos candidatos não seriam eleitos. Flavio Silveira - Campo Bom (RS)

Eu não assisto porque no horário da propaganda todas as propostas são as mesmas... Melhorar a educação, a segurança, a saúde, blá-blá-blá, blá-blá-blá... e, depois de eleitos, as desculpas também são sempre as mesmas e as insatisfações e reclamações dos eleitores continuarão sendo as mesmas. O mais triste nesse processo é que você, por mais que procure ver uma solução, acaba desiludido, pois não há luz no fim do túnel. José Pedro de Oliveira - Balneário Camboriú (SC)

Nenhum comentário: