Vitor Augusto Koch*
Na concepção dos lojistas, ter funcionários públicos como clientes é excelente. Afinal, eles são consumidores de renda estável e raramente deixam de pagar suas contas em dia. Mas, na qualidade de cidadão e líder empresarial, sou forçado a pensar sobre a questão da atual temporada de greves dos servidores federais de forma mais ampla e surgem algumas indagações: será que o conjunto dos serviços públicos operados por esses servidores deixam a sociedade satisfeita? Normalmente, a resposta da maioria é um claro e sonoro não, especialmente diante da elevada carga tributária que o cidadão brasileiro paga. Será que o salário dos funcionários públicos está defasado? Acredito que não. Desde 2006, o total de salários recebidos pelos servidores federais, de acordo com o Banco Central, vem aumentando a uma taxa média real, já descontada a inflação, de 7,8%.
Mesmo diante de tais questões, não questiono a justiça da remuneração dos profissionais em questão. Mas considero inadmissível que a sociedade arque com o ônus de ter os serviços públicos já deficientes interrompidos e não tenha sequer uma breve pausa em pagar 38% da renda nacional em carga fiscal. É demais e é injustificado!
Defendo que, em vez de greves para pressionar o governo, os servidores e os gestores do Executivo sentem à mesa de negociações para resolver a questão de forma estrutural.
Vamos aos números: de acordo com o Ministério do Planejamento, entre 2006 e 2010, o número de funcionários federais aumentou de 887.579 para 970.605. Ou seja, temos uma alta de 9,35% frente ao aumento de 4,14% da população (dado do IBGE). Ou seja, o número de servidores cresce mais rapidamente do que a população e sua capacidade contributiva.
É aqui que referencio o conceito de produtividade e qualidade em favor da sociedade e do próprio servidor público: na medida em que a tecnologia favorece a melhoria do desempenho dos serviços burocráticos, que ocupam a maioria dos servidores, por que não usar a modernidade para melhorar o desempenho do setor público e ao mesmo tempo evitar a contratação de mais servidores?
Matematicamente, os funcionários federais de hoje produzindo mais – não pelo suor, mas pela tecnologia –, terão menos competição de novos servidores na hora de dividir o bolo orçamentário destinado ao pagamento de seus salários. Assim, a remuneração média dos profissionais em questão pode aumentar e a sociedade brasileira não se sentirá ainda mais lesada em pagar impostos crescentes para receber em troca serviços públicos aquém do satisfatório.
*PRESIDENTE DA FCDL-RS, PRESIDENTE DO SEBRAE/RS
Na concepção dos lojistas, ter funcionários públicos como clientes é excelente. Afinal, eles são consumidores de renda estável e raramente deixam de pagar suas contas em dia. Mas, na qualidade de cidadão e líder empresarial, sou forçado a pensar sobre a questão da atual temporada de greves dos servidores federais de forma mais ampla e surgem algumas indagações: será que o conjunto dos serviços públicos operados por esses servidores deixam a sociedade satisfeita? Normalmente, a resposta da maioria é um claro e sonoro não, especialmente diante da elevada carga tributária que o cidadão brasileiro paga. Será que o salário dos funcionários públicos está defasado? Acredito que não. Desde 2006, o total de salários recebidos pelos servidores federais, de acordo com o Banco Central, vem aumentando a uma taxa média real, já descontada a inflação, de 7,8%.
Mesmo diante de tais questões, não questiono a justiça da remuneração dos profissionais em questão. Mas considero inadmissível que a sociedade arque com o ônus de ter os serviços públicos já deficientes interrompidos e não tenha sequer uma breve pausa em pagar 38% da renda nacional em carga fiscal. É demais e é injustificado!
Defendo que, em vez de greves para pressionar o governo, os servidores e os gestores do Executivo sentem à mesa de negociações para resolver a questão de forma estrutural.
Vamos aos números: de acordo com o Ministério do Planejamento, entre 2006 e 2010, o número de funcionários federais aumentou de 887.579 para 970.605. Ou seja, temos uma alta de 9,35% frente ao aumento de 4,14% da população (dado do IBGE). Ou seja, o número de servidores cresce mais rapidamente do que a população e sua capacidade contributiva.
É aqui que referencio o conceito de produtividade e qualidade em favor da sociedade e do próprio servidor público: na medida em que a tecnologia favorece a melhoria do desempenho dos serviços burocráticos, que ocupam a maioria dos servidores, por que não usar a modernidade para melhorar o desempenho do setor público e ao mesmo tempo evitar a contratação de mais servidores?
Matematicamente, os funcionários federais de hoje produzindo mais – não pelo suor, mas pela tecnologia –, terão menos competição de novos servidores na hora de dividir o bolo orçamentário destinado ao pagamento de seus salários. Assim, a remuneração média dos profissionais em questão pode aumentar e a sociedade brasileira não se sentirá ainda mais lesada em pagar impostos crescentes para receber em troca serviços públicos aquém do satisfatório.
*PRESIDENTE DA FCDL-RS, PRESIDENTE DO SEBRAE/RS
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