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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CCs FANTASMAS

ZERO HORA 15 de agosto de 2012 | N° 17162Alerta

RBS exibe suspeita de CCs fantasmas

Reportagens exibidas ontem pela RBS TV mostraram casos de assessores parlamentares que recebem dinheiro público, mas exercem outras profissões – longe dos gabinetes em que estão lotados.

Um deles, funcionário do deputado federal Darcísio Perondi (PMDB) desde 2004, trabalha em uma barbearia de Panambi, na Região Noroeste. Sem saber que estava sendo gravado, Elio Stiegemeier admitiu atuar há mais de 20 anos no local.

Mais tarde, diante da câmera, afirmou ser ligado ao escritório político que Perondi mantém em Ijuí.

Um caso semelhante foi descoberto em Maquiné, no Litoral Norte. Cargo de confiança do deputado estadual Paulo Azeredo (PDT), José Cláudio Goldani foi encontrado trabalhando na rodoviária do distrito de Morro Alto. Sem saber que estava sendo gravado, o funcionário disse ficar na estação diariamente, das 6h às 21h.

Ainda em Maquiné, a dona de um mercado também era funcionária da Assembleia, sem saber disso. À reportagem, em julho, Sarajane Dalpiaz disse que está sempre no mercado. Na mesma época, porém, Sarajane constava como CC da Superintendência de Comunicação do Legislativo.

Surpreendida novamente pela reportagem, ela não soube explicar a situação e recorreu ao marido, ligado ao PDT. Altair Santos afirmou que ela trabalhava, sim, no parlamento, até julho. Sarajane, porém, não soube dizer a função desempenhada nem o setor ao qual estava ligada.

Diante das denúncias, o presidente da Assembleia, Alexandre Postal, disse que abrirá sindicância. Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas do Estado também disseram que vão iniciar apurações.

Assessor é exonerado

A reportagem da RBS TV também mostrou o caso de Paulo Ricardo Borges Júnior, funcionário com cargo de confiança (CC) do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM).

Borges Júnior fazia horário integral no diretório do partido, em Sapucaia do Sul.

O funcionário disse à reportagem que trabalhava de segunda a sábado no partido. Onyx, que preside o DEM no Estado, exonerou o assessor e explicou não saber que ele atuava no diretório.

– São 22 funcionários que eu tenho, não tem como controlar o que toda as pessoas fazem – alegou.


Deputados discutem atividades em partidos

A Assembleia deve discutir hoje a legalidade de uma prática histórica no parlamento e comum à maioria dos partidos, que é a possibilidade de servidores lotados nas lideranças partidárias da Casa atuarem nos diretórios das siglas.

Em reportagem veiculada pela RBS TV ontem, foi mostrado o caso de funcionários do PDT no parlamento que cumprem expediente na sede estadual do partido, em Porto Alegre. Conforme o presidente da Assembleia, Alexandre Postal (PMDB), a cedência informal existe há décadas e nunca houve questionamentos:

– São funcionários que trabalham na liderança partidária e desempenham função política do partido ao qual são vinculados. Existe há anos, sempre teve, nunca houve indagação se podia ou não podia, sempre foi uma prática, em tese, normal. Se compreenderem, como nunca foi compreendido por nenhum órgão de fiscalização, se tiver interpretação (de que é ilegal), a Casa não terá problema em se adequar.

Em resolução emitida em 2003, a Assembleia prevê que CCs dos gabinetes parlamentares e das lideranças podem exercer atividade fora da sede. A cedência informal será tratada hoje em reunião de líderes, que poderá contar com a presença de presidentes de partidos.

Contrapontos

O que diz o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB) - “Elio Stiegemeier me representa em Panambi e em mais cinco cidades da região e ganha R$ 1,3 mil. Não há irregularidade no seu trabalho, pois assessor parlamentar não tem horário e não bate ponto. Ele não tem expediente, tem produção.”

O que diz Elio Stiegemeier, barbeiro e funcionário do gabinete de Perondi - À reportagem da RBS TV, Stiegemeier afirmou que realiza, em Panambi, atividades em prol do mandato do deputado Darcísio Perondi e que é vinculado ao escritório político que o parlamentar mantém em Ijuí.

O que diz Sarajane Dalpiaz, funcionária da Superintendência de Comunicação da Assembleia - Sarajane negou ter servido à Assembleia. No entanto, o marido, Altair Santos, afirmou que ela trabalhou.

O que diz o superintendente de Comunicação da Assembleia, Marcelo Villas Boas - Por meio de nota, Villas Boas afirmou desconhecer Sarajane Dalpiaz e afirmou receber a efetividade da funcionária assinada pelo líder da bancada pedetista, Gerson Burmann.

O que diz o líder da bancada do PDT, Gerson Burmann - Em nota, afirmou que Sarajane Dalpiaz prestava serviço ao gabinete de Paulo Azeredo (PDT). “Cabe ao líder comprovar a efetividade dos cargos de compartilhamento entre as bancadas, após receber dos gabinetes o termo de efetividade”, diz a nota.

O que diz o deputado estadual Paulo Azeredo (PDT) - “Concorro a prefeito e tem muito interesse político nisso tudo. Jose Cláudio Goldani mora na rodoviária, mas não trabalha o tempo todo lá. Ele me representa na região, vem aqui no gabinete. Sarajane me pareceu inibida pela câmera, é pessoa simples, mas também me representou politicamente. Não vou entrar neste detalhamento (em relação ao fato de ela ter dito que sempre trabalhou em um mercado).”

O que diz José Cláudio Goldani, funcionário do deputado Paulo Azeredo - O assessor não foi localizado.

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