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quarta-feira, 14 de maio de 2014

CPI DA PETROBRAS, PREPARADA E ESVAZIADA


ZERO HORA 14 de maio de 2014 | N° 17796

Instalação preparada, apuração esvaziada

RENAN CALHEIROS INDICOU parlamentares para integrar comissão no Senado. Oposição rejeita e insiste em investigação mista com a Câmara



Em manobra articulada pelo Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), indicou ontem os membros da oposição para integrar a CPI da Petrobras composta só por senadores. DEM e PSDB decidiram boicotar a comissão de inquérito porque defendem a instalação da CPI mista da Petrobras, com deputados e senadores, o que levou Renan a propor por conta própria os três integrantes da oposição.

Com a iniciativa, a CPI do Senado pode começar a funcionar hoje e a comissão mista permanece pendente. Renan tem até a próxima semana para indicar membros da comissão mista se o governo não escolhê-los. Até agora, PT e PROS não sugeriram nomes de deputados e senadores para a CPI mista.

O governo defende a comissão de inquérito exclusiva do Senado porque terá maior controle sobre as investigações. Dos 13 integrantes da CPI, 10 são de partidos aliados do Palácio do Planalto e três da oposição. Na CPI mista, DEM e PSDB terão maior espaço na comissão e mais tempo para discursos de deputados e senadores.

Renan indicou os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) para a CPI do Senado. Pelo menos dois já pediram que Renan retire as indicações, o que vai obrigar o presidente do Senado a escolher novos nomes – ou deixar a comissão de inquérito sem representantes da oposição.

– Meu partido não vai gastar energia nenhuma na CPI do Senado – disse o senador José Agripino Maia (RN), dirigente do DEM.

O presidente do Senado negou que esteja agindo em ação orquestrada pelo Planalto, embora na prática sua decisão beneficie o governo para acelerar a comissão que é favorável ao Planalto. Líderes governistas elogiaram a decisão de Renan e acusaram a oposição de não ter interesse em investigar a estatal. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, afirmou que Renan “cumpriu seu dever” promovendo uma “investigação republicana”.

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