João Carlos Wilhelm Coelho
A sociedade brasileira corre um enorme risco de descontrole em todo o seu tecido social. Como referência, 50 anos atrás, não se ouvia falar em falcatruas ou indicações políticas. Mais adiante, trabalhando em empresa de Economia Mista, percebi a quantidade de assessores (militares) em quase todos os departamentos. Era o início dos CC. O auge daquela histeria deu-se com os políticos biônicos. De lá para cá, não se perdeu o cacoete. A máquina do Estado aumentou demais nestes 50 anos sem que houvesse uma real contrapartida em serviços públicos. Onde está a infraestrutura? E os serviços básicos constitucionais (Saúde, Educação e Segurança)? Até hoje, as reformas de base que presidente Jango propugnava não aconteceram. Perdeu-se a noção do que é o serviço público. A noção mais simples é servir ao público. Hoje, o público é refém do Estado. Continuamos a matar índios e/ou agricultores (Há dias, mais dois no RS). A reforma agrária é pífia. Somem-se os gastos com os Legislativos diversos e seus assessores e avaliem o que produzem para o cidadão.
O nosso Congresso gasta anualmente com salários acima do teto de R$ 28.000,00 mais de R$ 700 milhões. Para o bem-estar do público não há verba. As situações de desmando ou inépcia do Estado contam-se aos magotes. Somente algumas: guerra civil no RJ; greve de ônibus em Porto Alegre por 10 dias, a 40ºC; invasões de áreas públicas (quem retirará estas pessoas em caso de obras necessárias?); diversas cracolândias na Capital; obras com baixo conteúdo técnico ou inacabadas. Mas parece que vai tudo bem. Candidatos, lépidos e faceiros, pedem nosso voto em horário nobre, financiados com nosso dinheiro. Essa situação social e psicológica só se agrava, causando um brutal estresse social.
A corte brasileira, incluindo as cortes estaduais e seus aristocratas políticos, está muito preocupada consigo mesma e suas carreiras devido à eleição no próximo outubro. Ah, não esqueça, legitimar via voto este estado de coisas é cláusula mandatória mesmo que não se queira. E ai daquele que não votar. O Estado é vingativo. Estamos na antessala da Queda da Bastilha, 1º ato da Revolução Francesa.
Engenheiro e consultor
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