ARTIGO
POR CLÁUDIO BRITO*
Não foi a primeira vez que a morte espreitava em algum lugar que se acreditava valesse como um porto seguro. Lembro do ocorrido em uma parada de ônibus, poucos anos atrás, com um jovem que tocou inadvertidamente a grade aramada. Estava eletrificada. Inadmissível. Agora, a tampa do bueiro estava no meio do caminho dem um idoso.
Podem-se alinhar várias vezes resultados idênticos ou muito próximos. Nas ruas centrais ou nos bairros, veem-se fios caídos ou arrancados dos postes. Enquanto não são recolhidos, são ameaças. Quantos pares de tênis já vimos pendurados na fiação? Quem tem o dever de cuidar, fiscalizar e reparar diz que é brincadeira de garotos. O gosto seria arremessar os calçados para ver quem consegue deixá-los enroscados lá no alto. E fica assim mesmo, que ninguém acha feio. Os perigos que essa estranha exposição representa não merecem qualquer preocupação ou providência.
Há um quadro possível de responsabilização solidária. Os cidadãos que deixam de reparar as calçadas em frente a suas propriedades devem indenizar a quem sofreu algum dano que tenha na raiz as obras e os reparos não realizados. E o poder público deve responder por não ter cobrado. Ninguém deve morrer pelo desleixo de quem pode e tem o compromisso de tudo fazer para nos dar segurança. A esperança que resta é a de ver um dia uma nova conduta, de cidadãos e de gestores públicos.
Jornalista
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