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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FARRA SALARIAL - BISPO PROTESTA RECUSANDO COMENDA DO SENADO.


PROTESTO NA TRIBUNA. Bispo discursa contra aumento no Senado. Dom Manuel da Cruz chegou a receber comenda, mas depois a recusou - Zero Hora 22/12/2010

No mesmo dia em que os deputados gaúchos discutiam na Assembleia Legislativa a possibilidade de aumentarem seus próprios salários em 73%, o bispo de Limoeiro (CE), Manuel Edimilson da Cruz, subiu à tribuna do Senado para recusar uma homenagem, em Brasília. O motivo do protesto: o reajuste que os congressistas aprovaram para si próprios na semana passada, elevando seus vencimentos para R$ 26,7 mil ao mês.

O bispo foi ao Senado para receber a comenda Direitos Humanos Dom Helder Câmara. Chegou a tomar a distinção em suas mãos mas, ao discursar, afirmou que o reajuste autoconcedido pelo Congresso o levou a rejeitar a homenagem. O aumento – que equipara os vencimentos de presidente da República, vice, deputados federais, senadores e ministros aos do Supremo Tribunal Federal –, provocou efeito cascata no poder público em todo o país, o que incluí os deputados da Assembleia gaúcha.

– Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuinte para o bem de todos, com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho – discursou o bispo.

A atitude do bispo surpreendeu o plenário. Num ataque mais explícito ao Congresso, o bispo disse que o aumento dos parlamentares deveria ter seguido o reajuste do salário mínimo. Na opinião dele, a atitude do parlamento se configurou num “atentado” aos direitos humanos dos brasileiros.

Senador do PSOL disse estar solidário com o religioso

Como muitos senadores já anteciparam o recesso parlamentar que tem início na quinta-feira, o plenário estava praticamente vazio no momento do discurso do bispo. O senador José Nery (PSOL-PA), que presidia a sessão, disse que o Congresso deveria refletir sobre o reajuste:

– Entendemos o gesto, o grito, a exigência de dom Edmilson da Cruz. Exige que o Congresso reavalie a decisão que tomou em relação ao salário de seus parlamentares.

Ainda no discurso, o bispo disse:

– O povo brasileiro (...) ainda os considera parlamentares? Graças ao bom Deus, há exceções em tudo isso. Mas excetuadas estas, a justiça, a verdade, o pundonor, a dignidade e a altivez do povo brasileiro já têm formado o seu conceito. Quem assim procedeu não é parlamentar. É para lamentar.


O REAJUSTE QUE INDIGNOU O BISPO

- Na semana passada, o Congresso elevou os salários do presidente da República, vice-presidente, senadores, deputados federais e ministros. O parâmetro é o salário de ministro do STF, de R$ 26,7 mil. O salário dos congressistas, que era de R$ 16,5 mil, passou para os R$ 26,7mil – o que representou aumento de 61,8%.

Jovens contra o reajuste dos parlamentares

Após a aprovação do reajuste salarial de deputados federais, senadores, presidente e vice-presidente da República na última quarta-feira, uma série de protestos foi programada em grandes cidades do país.

Ontem, em Brasília, um grupo de estudantes foi até a porta do Senado mostrar sua inconformidade com o aumento que elevará os salários dos parlamentares para mais de R$ 26 mil. Vestidos de preto, com narizes de palhaço ou erguendo cartazes, eles manifestaram sua contrariedade com o projeto que entra em vigor no dia 1º de fevereiro de 2011.

Segunda-feira foi a vez de São Paulo. Mesmo depois de um forte engajamento pelas redes sociais, poucos jovens compareceram ao protesto. Segundo o vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, que estava à frente da iniciativa, cerca de 500 pessoas confirmaram presença pela internet, mas apenas 30 apareceram. Organizador da mobilização na capital paulista, o músico lamentou a falta de comprometimento da galera:

– É uma pena que, no Brasil, as pessoas se limitem a fazer manifestação através da internet e não colocar a cara na rua.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parabéns ao Bispo que protestou com a recusa de uma comenda do Senado e aos estudantes inconformados. Infelizmente é apenas um tênue fio de luz sem força para conter a demagogia dos congressistas. Mas pode servir de exemplo para um feixe capaz de iluminar e acordar nosso povo adormecido e tolerante.

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