VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FARRA SALARIAL - DEPUTADOS GAÚCHOS SACARAM 73% DE AUMENTO.


NATAL DOS DEPUTADOS. Salário de R$ 20 mil - ALINE MENDES E PAULO GERMANO, Zero Hora, 22/12/2010

Em 30 minutos e sem os debates acalorados que marcam as votações polêmicas, os deputados repetiram na Assembleia o Natal do Congresso: decidiram aumentar seus salários, num índice de 73%. Isso significa que, a partir de fevereiro, os 55 parlamentares eleitos passam a receber R$ 20 mil.

E eles conseguiram o máximo.

Vão ganhar R$ 20 mil por mês a partir de fevereiro – 73% a mais do que os R$ 11,5 mil que recebem hoje. Numa votação sem maiores percalços, no fim da tarde de ontem, os deputados estaduais aprovaram o maior aumento possível nos próprios salários. Foram 36 votos a favor e 11 contra.

Só os 10 parlamentares do PT e Cassiá Carpes (PTB) apertaram o botão do “não”. Como a bancada petista receberá o reajuste de qualquer forma, seus integrantes foram chamados de demagogos pelos colegas. E foi esse o tom da seção plenária de ontem: quem queria os R$ 20 mil se dizia honesto, contrário à demagogia. Quem rejeitava os R$ 20 mil se dizia honesto, contrário às desigualdades salariais no poder público.

Líderes condenaram o PT, que só na votação apresentou o reajuste menor. A bancada defendia um aumento de 34% (R$ 15,5 mil).

– Essa emenda deles é para inglês ver. Vão tomar banho, isso é uma baita demagogia – Paulo Borges (DEM).

Ele dizia que as demais legendas não foram procuradas para aprovar a proposta petista. A intenção do PT seria apenas “jogar para a torcida”, mas garantir os R$ 20 mil no final das contas. Líder da bancada do PMDB, Gilberto Capoani fazia coro:

– Com a gente, não falaram. Não vi nenhuma emenda do PT.

Não era o que pregava Daniel Bordignon (PT). Segundo ele, ninguém queria acordo, as demais bancadas só pensavam nos R$ 20 mil. Bordignon afirmou que “é muito fácil, quando se trata de uma minoria, dizer que ela faz demagogia”.

Eram esses os discursos nos corredores. Na hora da votação, foi tudo mais tranquilo. Até havia expectativa de que uma pressão popular pudesse constranger os deputados, mas nada se confirmou. Dezenas de integrantes do Sindicato dos Técnicos-Científicos chegaram a ocupar as galerias até o meio da tarde – mas a preocupação deles era com os próprios reajustes. Foram embora, após meia dúzia de discursos acalmarem o grupo.

– Não dá para negar: com as galerias vazias, fica tudo mais fácil – disse um parlamentar a favor da remuneração de R$ 20 mil.

Adão Villaverde (PT) foi à tribuna apresentar a emenda do PT. Cassiá e Raul Pont (PT) também foram, para dizer que R$ 20 mil (equivalente ao teto legal: 75% do novo salário de deputado federal, de R$ 26,7 mil) era demais. Aqueles que discordavam sequer foram contestá-los: apenas aprovaram, com maioria esmagadora, o novo salário dos deputados.

Opção pelo maior índice foi decidida pela manhã

Sete horas antes da votação, deputados já davam sinais de que o índice máximo de reajuste salarial seria aprovado por maioria esmagadora, derrotando a proposta do PT, de R$ 15,5 mil.

Durante a reunião de líderes, por volta do meio-dia, o líder da bancada do PPS, Paulo Odone, foi um dos mais incisivos na defesa do aumento integral. Para ele, os deputados tinham de assumir a “responsabilidade”:

– Eu disse que não iria fazer hipocrisia. O correto era ter um subsídio claro e transparente, e não ter esses outros penduricalhos, como diárias.

Minutos antes de as bancadas começarem a discutir o aumento, a Mesa Diretora não permitiu que assessores permanecessem na sala. O clima era de tensão. Depois de prometer cobrar dos colegas contrários ao aumento a doação do dinheiro extra a entidades carentes, o líder da bancada do DEM, Paulo Borges, explicou que se tratava de uma “provocação contra a demagogia”:

– Foi uma forma de desabafo e de pressioná-los de que não tem nenhum bobo na história.

EFEITO CASCATA - VEREADORES ENTRARÃO NA FARRA

Vereadores da Capital vão receber R$ 14,8 mil

O reajuste aprovado ontem na Assembleia vai repercutir nas Câmaras Municipais gaúchas. Na Capital, por exemplo, os 36 vereadores têm, desde 2008, sua remuneração fixada automaticamente em 74,033% dos salários dos deputados estaduais. Com isso, os salários vão subir de R$ 8.561 para R$ 14.837 na Câmara.

Futura presidente da Casa, Sofia Cavedon (PT) afirma que vai defender um índice menor, equivalente à variação da inflação do período. A vereadora alerta para os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nos últimos anos, a Câmara da Capital tem seus gastos com pessoal próximos do teto estabelecido pela norma.

– Temos de ver esse tema do limite fiscal e discutir a questão do quadro de funcionários. Há anos não se faz concurso – diz Sofia.

De acordo com cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o efeito cascata em todas as Câmaras gaúchas poderá gerar um custo adicional de R$ 144,6 milhões ao ano.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Há muito tempo, o povo brasileiro convive com o caos na política, na justiça, na segurança, na educação, na saúde e nas políticas sociais, fruto da insegurança jurídica, das benevolências da justiça e da ganância dos políticos que uso de artifícios para enriquecerem com dinheiro público tirado dos altos e abusivos impostos.

Infelizmente, a postura hipócrita, demagógica e ímproba dos "representantes do povo" nos parlamentos não tem recebido do povo o tratamento que merecem. Há uma letargia, adormecimento e omissões quando há deveres envolvidos. O dever de zelar pelo bem público, pelo erário, pela probidade da autoridade pública e pelo bem do país.

Ontem, as galerias da AL-RS estavam praticamente vazia, e disto se aproveitam os "oportunistas" para aprovar o que querem e em benefício próprio. Onde estavam os eleitores, os indignados, os críticos, os faladores, os arautos, os cara-pintadas, os defensores da moralidade, os anti-corruptos, os servidores desprezados e os pagadores de impostos para lotar as galerias, pressionar e manifestar a contrariedade popular?

Só falta o eleitor continuar dando guarida, votando neles, saudando na passagem pelos aeroportos e prestigiando a presença destes "senhores" em solenidades, eventos e cerimoniais onde eles gostam de mostrar a imagem da honestidade, expressar pensamentos falaciosos e fazer promessas nunca cumpridas.

Afinal, onde estavam os eleitores, os indignados, os revoltosos, os afrontados, os defensores da moral, os anti-corruptos, os cara-pintadas, os pagadores de impostos e os servidores desprezados, que não lotaram as galerias da AL-RS para manifestar a repulsa contra esta farra salarial que estabeleceu salários extragantes e privilegiados que afrontam o RS, a democracia e a república.

Todos sabiam dia e hora, mas não compareceram.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ao invés de ficarmos achando respostas para este afronto a dignidade do trabalhador brasileiro, temos que pedir ajuda imediata contra estas medidas descabíveis e absurdas por parte de nossos parlamentares ,que no dia da votação, depositamos total confiança aos mesmos, não podemos de forma alguma admitir e aceitar, aonde está a democracia, precisamos e contamos com a ajuda, e de uma possível ação imediata da OAB, é o mínimo que resta de apoio ao digno cidadão brasileiro, se formos coniventes a esta situação, imagina ao que teremos que ficarmos assistindo inércios nos próximos quatro anos.