ZERO HORA 24 de setembro de 2012 | N° 17202, ARTIGOS
Wesley Cardia, Consultor de marketing
A cada nova eleição, tenho o sentimento de que o nível dos postulantes à vereança e a muitas das prefeituras caiu um pouco mais. O sistema democrático deve ser um retrato do povo de uma nação; mas será essa a imagem que os brasileiros têm de si mesmos?
A mídia traz todos os dias o perfil, nomes, slogans e retratos dos candidatos que disputam as eleições pelo país afora. Alguns candidatos fariam até o palhaço Tiririca corar, seja por sua desfaçatez, seja por sua falta de condições de exercer os mandatos pretendidos. A eleição do Tiririca foi um voto de protesto, como se os eleitores dissessem: se me fazem de palhaço, voto no próprio. O mais interessante desse caso é que o próprio Tiririca se viu constrangido com o que encontrou no Congresso. Hoje, basta abrir qualquer jornal para ver candidatos que deixam claro sua incompetência para as funções sem que sequer precisem abrir a boca. Candidatos que se lançam com nomes como “Taradão” ou “Suelen da Zona”.
No dia 9 de setembro, Zero Hora publicou matéria com o ex-ídolo do Grêmio, o goleador Jardel. Uma frase do ex-atleta chamou a atenção: ele “quer ser técnico”. “Se não der, pode abrir escolinhas de futebol”. Mas, se nada mais der certo, “até se candidatar a deputado federal”. É essa a representação que desejamos? Não discuto as pretensões legítimas do Jardel. Afinal, quantos jogadores têm sido eleitos impulsionados por sua fama, seus fãs-clubes e pela ingenuidade dos eleitores que buscam apenas um nome conhecido. Fica evidente, nesses casos, a total despreocupação com o preparo curricular, educacional ou aptidões para o cargo. Certamente não é isso o que precisamos e desejamos; ou seja, candidatos que buscam na política um espaço de sobrevivência, quando nada mais funcionar.
Essa realidade, escancarada em slogans como “Vote em mim porque eu preciso dessa mamata”, leva a dois resultados: a percepção de boa parte dos eleitores de que isso é normal e aceitável e, de outro lado, a evasão dos candidatos sérios, bem-intencionados e preparados. O mais interessante desse fenômeno é que mesmo aqueles que elegeram os palhaços da vida passam a se queixar de que o governo é uma droga e que os vereadores, deputados e senadores são corruptos, assim que esses tomam posse. Já tendo esquecido de que quem os colocou nas Câmaras Municipais, nas prefeituras e no Congresso, são esses mesmos eleitores que agora falam mal dos eleitos.
Se o povo merece o governo que elege, como se costuma dizer, esse fato só pode ser explicado pela falta de educação formal da população e pela idolatria a ídolos midiáticos. Pense nisso, caro leitor, e considere que seu voto será o caminho para um Brasil melhor... ou para a continuidade deste Brasil que está sendo julgado pelo STF.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário