ZERO HORA 07 de setembro de 2012 | N° 17185. ARTIGOS
ASTOR WARTCHOW*
Há unanimidade de opinião acerca do evidente empobrecimento do debate político. Um dos sinais mais expressivos dessa miserabilização se opera através da linguagem.
Passo seguinte, ocorre a intoxicação de aspectos morais e políticos. Baixa linguagem, decadência cultural, moralidade e política rasas interagem e se autodegradam, paulatinamente.
Acredita-se que seja um fenômeno irreversível e consequência da comunicação de massa. A diversidade sociocultural das plateias determina o baixo nivelamento da linguagem adotada. Questão discutível.
Em comum, porém, a vulgaridade. A incorporação do vulgar, do grosseiro, da insolência, e, às vezes, até da violência verbal, rompe a barreira do razoável e contamina as ideias político-ideológicas. Para pior.
Evidentemente, alguns políticos (e candidatos e partidos), em defesa própria, contra-argumentam autointitulando-se autênticos. Quando, na verdade, são apenas grosseiros. Isso quando não alegam algo pior e irresponsável: de que falam a linguagem de seu público!
Logo, o que deveria ser uma tarefa de alto nível, educação e politização popular, provoca o efeito contrário. O debate desanda e as ofensas surgem inevitavelmente. O adversário passa a ser um inimigo.
Os diálogos necessários dão lugar aos cansativos e agressivos monólogos. E as divergências político-partidárias passam a soar como insultos e provocações. Então, qual a grande consequência desse processo de rebaixamento da política? Demagogia e intolerância.
A grande ironia desse processo de degradação é que ele parte e é liderado justamente por aqueles setores e mecanismos que deveriam ser exemplares.
A política, as eleições, os partidos e os candidatos. Afinal, serão os futuros líderes e comandantes de municípios, Estados e da própria nação. Mais grave: investidos nas funções formais de representação e poder de Estado.
A conjunção de fatores negativos é terrível. Se há a degradação da palavra, dos costumes e das ideias políticas por intoxicação e contaminação, e vige, afinal, a demagogia e a intolerância, restam no poder os mais servis, sob a liderança dos novos déspotas, e se afastam os cansados e dissidentes do autodestrutivo processo. E restam vitimados o pensamento crítico e a democrática divergência.
Situações e razões mais do que suficientes para prestarmos atenção no presente processo eleitoral, nos partidos, nos candidatos, nos seus discursos e promessas, de modo que resulte um voto de qualidade, renovação e esperança.
*Advogado
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
Um comentário:
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