VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 15 de dezembro de 2012

DE CARÁTER PEDAGÓGICO

ZERO HORA 15 de dezembro de 2012 | N° 17284

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA



A denúncia do Ministério Público contra o vereador eleito Cássio Trogildo (PTB), acusado de uso da máquina da prefeitura de Porto Alegre na campanha eleitoral, traz lições para o prefeito José Fortunati, para os candidatos e, principalmente, para os eleitores. Diante do farto material obtido pelo Ministério Público, incriminando Trogildo, a primeira pergunta que se faz é: como pode o prefeito não ter percebido nada? Fortunati foi rápido e demitiu o secretário de Obras, Adriano Goularte, indicado por Trogildo, mas terá de fazer um mea-culpa: se um ex-secretário usa a máquina municipal para obter votos na campanha, é porque existem brechas que precisam ser fechadas imediatamente.

Para o segundo mandato, o prefeito adotou medidas que deverão inibir a corrupção nas secretarias. A principal delas é a criação de um escritório de licenciamento de projetos. Essa centralização, além de garantir maior agilidade no licenciamento de projetos, tranca algumas portas para a cobrança de propina e para o uso da estrutura pública na obtenção de financiamentos de campanha.

Cássio Trogildo fez uma das campanhas mais vistosas da eleição passada. Mas não foi pelos sinais exteriores de riqueza que o vereador foi denunciado pelo MP. Foi por uso da máquina da Smov. Por meio de uma nota, o ex-secretário se diz surpreso com a denúncia, garante que é inocente e que vai esclarecer os fatos na Justiça.

O trabalho do Ministério Público e da Justiça para coibir o uso da máquina e a compra de votos tem caráter pedagógico porque deve levar outros candidatos a pensarem 30 vezes antes de fazer o que determinou a cassação de um acusado por delito semelhante. Para os eleitores, o ensinamento é que o critério de escolha do candidato não deve ser os favores que ele oferece.

Ontem, a Justiça cassou o mandato do prefeito de Júlio de Castilhos, João Vestena (PSB) e o registro da prefeita eleita, Vera Dalcin (PSDB), acusada de usar a máquina em benefício de sua candidatura, e determinou a realização de novas eleições. Se Vera não obtiver sucesso nos recursos, a cidade terá nova eleição e os candidatos terão de colocar as barbas de molho: a Justiça já mostrou que não está para brincadeira.

ALIÁS

O comando do PTB estava reunido ontem para indicar um sobrinho de Cássio Trogildo para a presidência do Demhab quando veio a público a denúncia do Ministério Público. A escolha foi adiada.

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