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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"VAQUINHA" PARA OS PARCEIROS CONDENADOS

ZERO HORA 10 de dezembro de 2012 | N° 17279

A HORA DA DECISÃO

PT terá vaquinha para condenados


Na reunião do diretório nacional do PT, que acabou no sábado, o mensalão foi um dos principais assuntos. O partido definiu que não pagará as multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a seus filhados – mas, segundo o presidente da sigla, Rui Falcão, alguns petistas vão se cotizar para realizar os pagamentos. Outra ideia em discussão era organizar manifestações país afora para protestar contra o julgamento, uma proposta do ex-ministro José Dirceu, mas a sugestão foi rechaçada. Punições aos filiados condenados, porém, também foram rejeitadas pela cúpula do PT.

– Já ouvi manifestação de inúmeros companheiros que estão dispostos a se cotizar, até porque os companheiros não têm recursos para pagar essas multas, totalmente desproporcionais aos crimes que lhes são imputados – disse Falcão.

Segundo o dirigente, os petistas condenados pelo Supremo seguem suas vidas normalmente, com todos os direitos partidários assegurados.

– Não vemos nenhum crime infamante, que é o que diz o estatuto “para uma punição”. E questionamos o caráter político do julgamento do STF, porque consideramos que não houve compra de votos e tampouco a aplicação de recursos públicos – afirmou.

A proposta de fazer manifestações contra o Supremo partiu de um dirigente de Santa Catarina, Serge Goulart, após conversar reservadamente com Dirceu. Segundo interlocutores, foi necessário o presidente da sigla convencer os demais a sequer votar a requisição do colega.

Reforma política será a pauta petista em 2013

Motivo: se a proposta fosse aprovada, a sigla assumiria para si um ataque institucional contra o STF. Se rejeitada, pareceria um veto a Dirceu e aos demais condenados no julgamento do mensalão.

Três dirigentes petistas relataram a frase de Falcão quando Goulart se recusou, pela primeira vez, a retirar a proposta:

– Manifestamos sempre nossa solidariedade, mas não podemos associar o partido a uma campanha contra o Supremo. Nossa campanha em 2013 tem de ser pela reforma política.

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