VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

APROPRIAÇÃO INDÉBITA

ZERO HORA 13 de dezembro de 2013 | N° 17643

EDITORIAIS


A prisão de políticos no município de Triunfo devido ao envolvimento em crimes como compra de voto, formação de quadrilha, fraude em licitações e apropriação de salários de servidores evidencia práticas conhecidas e, infelizmente, comuns na administração pública do país. Às vésperas de mais um processo eleitoral, é importante ouvir e dar dimensão ao alerta do juiz responsável pela investigação na cidade da Região Metropolitana conhecida pela elevada arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), devido ao fato de ser a sede do Polo Petroquímico: a população não pode continuar refém de espertalhões que se apropriam da administração pública em benefício próprio. A alternativa, sugere o magistrado, é escolher as pessoas melhores como representantes, pelo voto e pelo caminho da democracia.

No caso específico de Triunfo, chamam a atenção a frequência com que o município se vê às voltas com denúncias de irregularidades, o elevado número de envolvidos ocupando postos-chave e também os níveis de parentesco entre eles. Esse, porém, é um problema comum num grande número de administrações municipais, nas quais a eleição dos dirigentes é muitas vezes interpretada como um aval para o compadrio no setor público. Quando as portas da prefeitura e da Câmara são escancaradas para garantir benesses a pessoas próximas aos eleitos e aos dirigentes de partidos políticos que os apoiam, perdem todos os usuários de serviços públicos. Na maioria das vezes sem qualquer aptidão para ocupar qualquer cargo, o que os indicados tendem a fazer mais é desperdiçar dinheiro e, muitas vezes, a abrir brechas para corrupção.

O dinheiro usado para beneficiar alguns privilegiados no caso de Triunfo é o mesmo que falta para contemplar a grande maioria dos munícipes e, por isso, precisa ser fiscalizado com mais rigor. É sintomático e inaceitável que um município lembrado sempre pela elevada circulação de recursos não disponha sequer de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), tenha uma rede de saneamento básico precária e esteja longe de se destacar em investimentos numa área que poderia contribuir para reduzir os desmandos: a educação.

Até mesmo pelas maiores facilidades tecnológicas de fiscalização disponíveis hoje e pelo fator proximidade, os munícipes devem se mostrar sempre vigilantes para assegurar que as verbas oficiais cheguem integralmente ao seu destino final. Mas é evidente, também, que os mecanismos de auditorias independentes devem ser incorporados, pois hoje os órgãos controladores oficiais se mostram incapazes de garantir um mínimo de controle nas despesas e de lisura no trato de dinheiro público de maneira geral.


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