A SEMANA > EDITORIAL
|REVISTA ISTO É N° Edição: 2301
| 20.Dez.13 - 20:50
Mário Simas Filho, diretor de redação
As democracias mais maduras ensinam que as disputas eleitorais são momentos privilegiados para o avanço das sociedades. É do debate plural, das visões contrárias e dos consensos possíveis que surgem as propostas que deverão ser apresentadas aos eleitores. Mais do que a aprovação ou não do presente, uma campanha eleitoral sadia propõe uma reflexão sobre o passado e, sobretudo, uma escolha de novos caminhos. Esse, porém, não tem sido o roteiro seguido pela já não tão jovem democracia brasileira.
Nas duas últimas eleições nacionais ficou evidente a condução de uma disputa com os olhos fixados apenas no retrovisor. É certo que pela via democrática enfrentamos o dragão inflacionário e conquistamos uma longeva estabilidade econômica. Pelo caminho das urnas provamos que era possível crescer e dividir o bolo ao mesmo tempo, edificando um país mais digno e socialmente mais justo. Essas são etapas vencidas que, é claro, precisam de ajustes e de vigilância constantes. O Brasil, no entanto, não pode se dar ao luxo de mais uma vez protagonizar uma disputa eleitoral que deixe de fixar o olhar no para-brisa. O eleitor brasileiro clama por um novo projeto para o País. Por um programa que efetivamente aprimore a educação, a saúde e a cidadania.
Os políticos costumam trabalhar com o que chamam de recado que vem das urnas, mas desta vez os recados têm vindo antes de as urnas serem programadas. Foi assim nas manifestações de junho e as últimas pesquisas de opinião mostram que a aprovação ao governo não significa disposição para continuísmo. Ou seja, o brasileiro quer mais. Quer mudança. Não necessariamente mudança de nomes, mas novos compromissos, novas posturas... enfim, um novo projeto para o Brasil, venha ele do governo ou da oposição. O eleitor quer escolher o amanhã e não apenas discutir o ontem. Se os candidatos à Presidência da República e seus partidos traduziram as mensagens vindas das praças, certamente teremos uma disputa em 2014 digna das democracias maduras. Caso contrário, é provável que caminhemos para um futuro repleto de manifestações, descontentamentos e principalmente um perigoso deslocamento dos políticos da sociedade.
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| 20.Dez.13 - 20:50
Mário Simas Filho, diretor de redação
As democracias mais maduras ensinam que as disputas eleitorais são momentos privilegiados para o avanço das sociedades. É do debate plural, das visões contrárias e dos consensos possíveis que surgem as propostas que deverão ser apresentadas aos eleitores. Mais do que a aprovação ou não do presente, uma campanha eleitoral sadia propõe uma reflexão sobre o passado e, sobretudo, uma escolha de novos caminhos. Esse, porém, não tem sido o roteiro seguido pela já não tão jovem democracia brasileira.
Nas duas últimas eleições nacionais ficou evidente a condução de uma disputa com os olhos fixados apenas no retrovisor. É certo que pela via democrática enfrentamos o dragão inflacionário e conquistamos uma longeva estabilidade econômica. Pelo caminho das urnas provamos que era possível crescer e dividir o bolo ao mesmo tempo, edificando um país mais digno e socialmente mais justo. Essas são etapas vencidas que, é claro, precisam de ajustes e de vigilância constantes. O Brasil, no entanto, não pode se dar ao luxo de mais uma vez protagonizar uma disputa eleitoral que deixe de fixar o olhar no para-brisa. O eleitor brasileiro clama por um novo projeto para o País. Por um programa que efetivamente aprimore a educação, a saúde e a cidadania.
Os políticos costumam trabalhar com o que chamam de recado que vem das urnas, mas desta vez os recados têm vindo antes de as urnas serem programadas. Foi assim nas manifestações de junho e as últimas pesquisas de opinião mostram que a aprovação ao governo não significa disposição para continuísmo. Ou seja, o brasileiro quer mais. Quer mudança. Não necessariamente mudança de nomes, mas novos compromissos, novas posturas... enfim, um novo projeto para o Brasil, venha ele do governo ou da oposição. O eleitor quer escolher o amanhã e não apenas discutir o ontem. Se os candidatos à Presidência da República e seus partidos traduziram as mensagens vindas das praças, certamente teremos uma disputa em 2014 digna das democracias maduras. Caso contrário, é provável que caminhemos para um futuro repleto de manifestações, descontentamentos e principalmente um perigoso deslocamento dos políticos da sociedade.
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