EDITORIAIS
Se vencer a pressão política, a Câmara espera votar e aprovar nesta semana projeto de criação de 94 novos cargos de servidores, para atender à demanda do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e do Solidariedade (SDD), agremiações criadas em setembro já preocupadas com as eleições do próximo ano. A farra partidária, que leva o país a ter um total inacreditável de mais de três dezenas de siglas, acaba sempre estourando no bolso dos contribuintes, que precisam se mostrar mais atentos a esse processo.
Responsável por um custo estimado em R$ 11,5 milhões em 2014, a distorção ocorre tanto pelo excesso de legendas políticas no país, algumas das quais preocupadas apenas com o rateio de verbas do Fundo Partidário e com cargos, quanto pela insistência de parlamentares em se aferrar a privilégios. Os novos cargos, por exemplo, estão para serem criados porque partidos já existentes não aceitam abrir mão de vantagens para ex-filiados que ingressaram em novas legendas.
Em consequência, o que ocorre na prática é a criação de um verdadeiro trem cujo maquinista é o Papai Noel, como foi descrito por um dos raros parlamentares contrários à intenção de ampliar o número de cargos, que deveria ser sustada. Até porque, entre os contemplados com a criação de novos cargos, já há quem se mobilize para torná-los permanentes – o que só confirma a regra de o Congresso sentir-se sempre mais à vontade para ampliar custos, não para reduzi-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário