Debate político. O Brasil fantasioso - O GLOBO, 18/08/2010 às 12h30m; Artigo do leitor Achel Tinoco
O eleitor que assiste a esses debates dos candidatos deve estar se perguntando para que servem tais embates - em vez de debates. Decerto os postulantes à vaga não vão ali para discutir os problemas da cidade, do estado, nem do país, mas para recordar suas diferenças. Ah, sim, é a democracia, dizem. A democracia do faz-de-conta, da balela, da enganação.
Não dizem nada de relevante que se possa pinçar a ponto de se decidir um voto. Falam e falam de um mundo imaginário, de uma cidade onde o sistema de transporte é único, perfeito e confiável; de uma saúde pública tão espetacular que o cidadão se nega a ficar doente; e de uma beleza ímpar, como se nós, os moradores dessa cidade e desse país, não os conhecêssemos. Então, devemos concluir que os candidatos estão falando de algum lugarzinho suíço ou francês, sei lá.
Aqui, como estamos velhos de saber, os problemas se acumulam: a violência, a miséria, a falta de transporte, a falta de vergonha, tudo, enfim. Mas os candidatos que participam do debate na TV não veem nada disso; para eles a única coisa errada é o partido político que está em voga nesse momento, seja ele qual for. O que importa é que o seu partido é o melhor para o próximo período, contanto que tenha o apoio do presidente da República. Aliás, pela primeira vez na história deste país, quase todos os candidatos terão o apoio do governador, do presidente e, se preciso for, do papa. Vão até entrar na justiça para ver quem tem o direito de pousar em foto montada ao lado do presidente.
Senhores candidatos, tão bem intencionados, e que darão suas vidas para fazer o bem à gente deste país: não precisam de projetos mirabolantes, nem de imagens fantasiosas de um mundo inexistente para nos convencer a votar nos senhores. Apenas cumpram um projeto mínimo, sério, viável, que possa fazer com que a população viva com dignidade, numa cidade limpa, justa, bonita; num estado justo; num país melhor.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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