VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 29 de agosto de 2010

LUXO NO PALÁCIO DO PRESIDENTE



O novo palácio do presidente. Primeira reforma completa do Palácio do Planalto, inaugurado em 1960, custou R$ 111 milhões - REDAÇÃO ÉPOCA, 25/08/2010

Quando o arquiteto Oscar Niemeyer projetou o Palácio do Planalto nos anos 1950, ele procurou combinar curvas e retas com o objetivo de conferir ao prédio que abrigaria o Presidente da República uma plasticidade marcante e requintada. Segundo Niemeyer, as colunas deveriam parecer “leves como penas pousando no chão”. Cinco décadas após sua inauguração, o também chamado Palácio dos Despachos está de cara nova. Suas instalações elétricas, hidráulicas e o sistema de ar-condicionado foram modernizados e os móveis, restaurados. Além de fazer melhorias, a reforma buscou colocar em prática o projeto original do Planalto, por meio da valorização de amplos espaços vazios.

As obras, que duraram um ano e meio, custaram R$ 111 milhões, atrasaram – a Receita Federal teria demorado a liberar luminárias e cabos importados – , produziram um “puxadinho” para garantir a segurança do presidente e dos demais usuários do prédio, e trocaram carpetes por pisos de mármore. A arte nacional também foi valorizada: mais de 400 mesas de trabalho históricas foram restauradas, entre elas, duas usadas pelo ex-presidente e fundador de Brasília, Juscelino Kubitschek. Por opção de Lula, as mesas de JK não foram usadas no gabinete presidencial, mas farão parte da decoração do terceiro andar do prédio, onde fica a sala. De acordo com o secretário-executivo da Curadoria do Palácio do Planalto, Cláudio Soares Rocha, Lula preferiu não fazer grandes mudanças em seu gabinete. O presidente decidiu manter no local os móveis comprados na época de Getúlio Vargas e resgatados pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).

O quarto andar do prédio foi o que mais sofreu alterações. Por questões de segurança, os corredores foram ampliados. O terceiro andar ganhou vidros blindados na sala de audiência, onde são recebidas autoridades estrangeiras. Usado para eventos oficiais, o piso do segundo andar, que recebeu cortinas acústicas, foi restaurado. No térreo, deve ser montada em breve uma galeria com os retratos dos presidentes do Brasil, antes instalada no terceiro andar. Um jardim ainda foi demolido, um painel de azulejos do artista plástico Athos Bulcão, que não pôde ser removido intacto, foi substituído por uma réplica, e uma saída de emergência foi aberta.

A decoração do Palácio foi padronizada. Os gabinetes dos cinco ministros que ficam no local – Casa Civil, Relações Institucionais, Secretaria Geral, Segurança Institucional e Comunicação Social – têm agora o mesmo tamanho e a mesma combinação de móveis (mesas de trabalho, conjunto de sofás e mesas de reuniões).

Apesar da reforma, segundo reportagem do jornal O Globo, o prédio ainda necessita de ajustes e cuidados. Embora aparentemente a restauração esteja bem acabada, é possível identificar gesso trincado no Salão Nobre, esquadrias mal pintadas no Salão Norte, colunas arranhadas e com respingos de tinta ou resto de pó no mezanino, bem em frente ao Gabinete do Presidente, além de um buraco no teto do Salão Nobre, por onde caíam fios de internet e energia elétrica, diz o texto.

O jornal Folha de S.Paulo noticiou em julho que o arquiteto Carlos Magalhães, representante de Oscar Niemeyer em Brasília, reclamou da má qualidade da mão de obra. Falhas na colocação do piso externo e dos espelhos internos, furos desnecessários na madeira do piso original para passar fiação e desnivelamento significativo na altura do teto entre as salas seriam alguns dos problemas. Nas colunas lisas de mármore da fachada do Planalto, frisos metálicos e antenas que foram colocados teriam descaracterizado o projeto original.


Representante de Niemeyer critica reforma do Planalto
- JOHANNA NUBLAT, SIMONE IGLESIAS DE BRASÍLIA - Folha de São Paulo, 22/07/2010 - 09h18

"O que está sendo feito é de péssima qualidade. Estou perplexo diante de tanto descaso e despreparo." O trabalho em questão é a reforma do Palácio do Planalto, e a crítica foi feita em carta escrita por Carlos Magalhães, representante em Brasília do arquiteto e autor do prédio, Oscar Niemeyer.

Os problemas na restauração se arrastam desde fevereiro, quando a obra do palácio deveria ter sido entregue à Presidência. A conclusão foi adiada três vezes. Se não houver novo adiamento, o presidente Lula voltará a trabalhar no palácio em agosto.

A carta, a qual a Folha teve acesso, foi enviada em abril ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), um dos responsáveis pela fiscalização. Antes disso, Niemeyer escreveu à Presidência pedindo para que sua equipe acompanhasse a obra. A solicitação não foi atendida.

AS FALHAS

O principal problema constatado foi a má qualidade da mão de obra, com reflexos variados, chegando até ao questionamento sobre a segurança da estrutura. Os pontos questionados são falha na colocação do piso externo e dos espelhos internos, furos desnecessários na madeira do piso original para passar fiação e desnivelamento significativo na altura do teto entre as salas.

Mudanças na parte exterior do palácio foram constatadas pela reportagem. Nas colunas lisas de mármore --referência do prédio e marca do arquiteto-- foram colocados frisos metálicos e antenas. As pedras portuguesas do piso externo foram postas de forma inadequada.

OUTRO LADO

O superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal, reconhece erros de execução, mas afirma que 80% dos problemas apontados pela equipe de Niemeyer, e também identificados pelo Iphan, foram resolvidos. Gastal disse que a estrutura do prédio não foi danificada. A Folha pediu várias vezes à Presidência para ter acesso à obra. A solicitação foi reiteradamente negada e, por isso, não foi possível comprovar se os problemas ainda permanecem.

Segundo o Exército, designado como responsável pela obra, a falha nos espelhos foi identificada "no recebimento provisório e a empresa tem um prazo legal de 90 dias para corrigir".

"Foi detectada a necessidade de melhor ajustar ao projeto a paginação do assentamento da pedra portuguesa, o que está sendo feito sem custo adicional", disse.

Não há furos desnecessários nos pisos, continua o Exército, mas "espaços destinados à instalação de caixas de tomadas, executados de acordo com o projeto". O Exército alegou que a mão de obra "está dentro do padrão nacional" e que não foram registradas "nenhuma deficiência relevante". Se houver correção necessária, diz a instituição, será feita pelas empresas.

Lula volta a despachar no Palácio do Planalto após reforma que durou um ano e meio
- O Globo, 24/08/2010 às 20h20m; Luiza Damé e Chico de Gois

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará a despachar nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, após um ano e meio de reforma no prédio, que ainda carece de ajustes e cuidados. Embora aparentemente a restauração esteja bem acabada, é possível identificar gesso trincado no Salão Nobre, esquadrias mal pintadas no Salão Oeste, colunas arranhadas e com respingos de tinta ou resto de pó no mezanino, bem em frente ao gabinete do presidente, além de um buraco no teto do Salão Nobre, por onde caíam fios de internet e energia elétrica.

Confira mais fotos do Palácio do Planalto reformado:
http://oglobo.globo.com/pais/fotogaleria/2010/12445/

Nesta terça, antes mesmo do retorno de Lula, foi realizado o primeiro evento público no Palácio. Representantes do movimento nacional dos catadores se reuniram com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, com o ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e com a ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, no Salão Leste.

A reforma do Planalto custou R$ 96 milhões e deveria ter sido concluída no fim de fevereiro, mas a obra só ficou pronta no mês passado. Além de modernizar as instalações de água, luz e saneamento, a reforma foi feita para recuperar o projeto original do Planalto, com amplos espaços vazios. O quarto andar, por exemplo, ganhou uma área livre voltada para a Praça dos Três Poderes, onde havia inúmeras salas de assessorias.

Em frente aos elevadores foi instalada uma réplica do painel de Athos Bulcão, com apenas uma coluna da obra original. Na reforma, o painel original foi destruído e poucas peças puderam ser reaproveitadas. Por conta da massa utilizada, na época da construção, para colar os azulejos, os operários levaram dois meses para retirar 54 peças. A Fundação Athos Bulcão, então, autorizou a confecção de réplicas.

Na decoração do Palácio foi usado apenas mobiliário brasileiro. Móveis que não foram aproveitados nos gabinetes estão distribuídos nos espaços comuns do Planalto, como o mezanino do terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente. Por exemplo, as mesas projetadas pela arquiteta Ana Maria Niemeyer, usadas por Juscelino Kubitschek.

Lula optou por manter no gabinete presidencial os móveis comprados na época de Getúlio Vargas e resgatados pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), atual presidente do Senado. A área do gabinete ficou maior, mas o espaço ocupado por Lula não sofreu mudanças.

O Salão Oval, onde o presidente reúne os ministros, teve o carpete substituído por mármore branco e a cabine de som foi ampliada e modernizada. A principal mudança é a mesa oval, projetada por Oscar Niemeyer, com 19 lugares de cada lado mais a cabeceira, onde fica o presidente. Ficou maior e todas as cadeiras de assessores e ministros foram padronizadas do mesmo tamanho. Só a do presidente tem o espaldar mais alto.

Os gabinetes dos cinco ministros palacianos - Casa Civil, Relações Institucionais, Secretaria Geral, Segurança Institucional e Comunicação Social - também foram padronizados. Têm o mesmo tamanho e a mesma combinação de móveis - mesa de trabalho, conjunto de sofás e mesa de reuniões.

Boa parte dos móveis foi restaurada, mas o governo gastou R$ 3 milhões para comprar peças novas. O projeto da reforma foi feito pelo escritório de Niemeyer, que custou R$ 1 milhão.

A reforma também criou um estacionamento subterrâneo, com capacidade para 500 vagas. Por orientação do Corpo de Bombeiros, foram ampliados corredores e escadas internas e instalada uma torre externa, com saída de emergência.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Enquanto isto o povo perde vidas e patrimônio nos lares e ruas sem segurança, perde qualidade de vida e tempo nas emergências superlotadas de hospitais e perde o futuro numa educação precária e sem qualificação técnica. É um retrato de Versalhes onde a corte no poder investia em guerras, luxo no palácio e nas farras dos nobres, enquanto o povo pagava elevados tributos para passar forme, viver na insalubridade e sobreviver na violência que assolava a França.

Lá o Rei perdeu a cabeça e os nobres arcaram com seus patrimonios. Aqui, ainda vigora uma justiça lenta e cega e a tolerância leniente de um povo adormecido pelo assistencialismo.

Nenhum comentário: