
HORA DA DECISÃO, Editorial Zero Hora, 27/09/2010
Esta não é uma semana decisiva apenas para os candidatos e partidos que disputam as eleições do próximo domingo. É decisiva para o país. Por isso, chegou o momento de o eleitor firmar as suas convicções, prestar atenção nos discursos e nas propostas dos candidatos, para escolher com conhecimento e soberania seus representantes. Como recomenda a campanha Você Pode Escolher o Seu Destino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “não se deixe iludir por promessas vazias ou publicidade enganosa; não troque o seu sagrado direito de votar por alguma vantagem pessoal ou para alguém que lhe é próximo. O bem-estar da coletividade não tem preço”. Ou seja: quando um eleitor vota, está votando em nome da sociedade e com a responsabilidade que esse gesto implica para a coletividade.
Infelizmente, a campanha que se aproxima do final pouco tem contribuído para ajudar os eleitores a discernir com segurança e convicção quais candidatos irão merecer seu voto. Nem mesmo os presidenciáveis mais citados nas pesquisas de opinião têm se preocupado em detalhar a tempo seus programas de governo. De maneira geral, a tendência se repete também entre os pretendentes a assumir administrações estaduais. Trata-se de uma situação preocupante, pois em âmbito federal e estadual, quem sair vencedor nas eleições majoritárias precisará se preocupar mais do que com programas assistenciais ou melhorias na educação, na saúde e na segurança pública. Todas essas questões são pertinentes e se constituem em prioridade, mas o rol dos desafios não se esgota nelas.
Tanto o país quanto muitos Estados têm desafios para quem assumir o comando em janeiro que vão além de áreas essenciais, pois se estendem também a questões como as de infraestrutura ligadas a grandes eventos como Copa e Olimpíada. O aprendizado a ser obtido com essas ações, nas quais o país precisará se mostrar eficiente por força de compromissos assumidos internacionalmente, poderá contribuir também para avanços esperados no âmbito interno e no externo.
Dos futuros dirigentes, portanto, os eleitores precisam esperar mais do que simplesmente a capacidade de gerir bem o pré-sal e garantir a continuidade da expansão econômica. É preciso também que tenham clareza e determinação para definir os rumos pretendidos em áreas fundamentais para garantir ao Brasil avanços similares aos registrados por países em franca ascensão econômica, como é o caso da Coreia do Sul e da Índia, entre outros. Até domingo, caberá ao eleitor superar limitações típicas da campanha eleitoral, que vão desde a opção pela dissimulação nos discursos até excessos em ataques e contra-ataques entre candidatos, para fazer suas escolhas da forma mais consciente possível. Esse é o momento de escolher não apenas candidatos, mas também o futuro do país para os próximos quatro anos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Com este sistema político contaminado, não acredito nesta hora em decisão e nem em mudanças promovidas pelo voto. Seja qual for a nominata eleita, os vícios continuarão sendo praticados e o Legislativo permanecerá inoperante e capacho de interesses pessoais e corporativistas. Podemos votar no mais "honesto" e "confiável" que possamos escolher que este não terá voz, sofrerá pressão, receberá propostas de aliciamento, aceitará de bom grado os privilégios, deixará a bancada decidir por ele, seguirá o mando do seu cacique partidário, trocará voto por vantagens para sí e suas bases, se ausentará do plenário pelo menos dois dias por semana e apresentará projetos de resultados pífios para a melhoria da segurança, da educação e da saúde. Ou estou errado?

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